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Matérias / Brasil

Muito além de Glenn Greenwald e Augusto Nunes: conheça 6 discussões históricas que marcaram a política brasileira

O episódio ocorrido durante o programa Pânico, da rádio Jovem Pan não foi um caso isolado. Confira!

Fabio Previdelli Publicado em 07/11/2019, às 16h00

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Glenn Greenwald discutindo com Augusto Nunes - Reprodução Youtube Pânico Jovem Pan
Glenn Greenwald discutindo com Augusto Nunes - Reprodução Youtube Pânico Jovem Pan

O jornalista Glenn Greenwald (do The Intercept) foi um dos convidados de hoje do programa Pânico, da rádio Jovem Pan. Além de Glenn, o jornalista Augusto Nunes (da Jovem Pan, Veja e Record) também foi convidado para debater sobre o jornalismo brasileiro e as recentes matérias da Rede Globo sobre o caso Marielle Franco.  

Entretanto, o que era para ser uma discussão saudável, acabou se tornando em uma troca de ofensas e agressões físicas. Glenn chamou o jornalista diversas vezes de covarde, pois Nunes fez comentários sobre os seus filhos com o deputado David Miranda. Visivelmente incomodado com as declarações do jornalista americano, Augusto tentou dar uma tapa em Glenn antes de acertá-lo no rosto.

A discussão se estendeu por alguns segundo antes do programa ser tirado do ar e voltar mais de 12 minutos depois. No regresso, Augusto Nunes não estava mais presente no estúdio e Glenn foi aconselhado a não se referir novamente ao jornalista da casa e a não citar o ocorrido no restante da entrevista.

Glenn Greenwald foi agredido por Augusto Nunes durante programa de rádio / Crédito: Youtube Pânico Jovem Pan

Uma discussão acalorada entre pessoas que tem opiniões políticas distintas não é uma exclusividade de Glenn Greenwald e Augusto Nunes. Ao longo da História, diversos políticos já perderam a cabeça enquanto discutiam com pessoas que tinham opiniões contrárias à eles.

Confira 6 das brigas mais quentes da política brasileira:

1. Leonel Brizola x Paulo Maluf

Debate presidencial, 1989: Maluf (PPB) começa com a palavra e parte para a acusçãoa Brizola (PDT). “Desequilibrado! O senhor passou 15 anos no estrangeiro e não aprendeu nada!” começa Maluf. “E pior, não esqueceu nada”, acusando Brizola de ser o mesmo esquerdista de 1960.

A plateia começa a rir e aplaudir, deixando Brizola muito nervoso. “Malufistas!” grita Brizola à plateia. “Filhotes da Ditadura” acusa o pedetista, lembrando que “todos engordaram durante a Ditadura”, acusando Maluf de ser um antidemocrata tentando manter seu poder. A mediadora Maria Gabriela tentava manter a ordem.

2. Zeca Dirceu x Paulo Guedes 

Comissão de Constituição e Justiça, 2019: Em plena discussão sobre a proposta do governo Bolsonaro para a Reforma da Previdência, o ministro da Fazenda Paulo Guedes coordenava a discussão quando o deputado Zeca Dirceu (PT) questiona a proposta de Guedes:

“O senhor é tigrão quando é com os aposentados, com os idosos, com os portadores de necessidades. O senhor é tigrão quando é com os agricultores, os professores. Mas é tchutchuca quando mexe com a turma mais privilegiada do nosso país”. O Ministro perde a linha e fica extremamente nervoso: “Tchutchuca é a mãe, é a vó”, grita ele a Dirceu.

3. Enéas Carneiro x Fernando Collor

Debate municipal de São Paulo, 2000: Fernando Collor (PRDB) tem direito de fazer uma pergunta a Enéias Carneiro (PRONA). “Fale qualquer coisa aí”, declara Collor, relutante com Enéias.

“Ótimo. Já que vossa excelência ex-presidente da República nada tem a dizer, eu tenho muito” responde o candidato do PRONA, que começa uma fala acusatva contra Collor e questionando suas capacidades: “Eu tenho tristeza em pensar que o senhor presidiu esse país”.

Quando Collor pôde responder, disse somente: “pode continuar”, olhando com cara de relutância. Enéias então reapresenta sua proposta de governo.

4. Heráclito Fortes x Eduardo Suplicy 

Senado, 2009: Após Suplicy (PT) apontar um cartão vermelho a José Sarney (PMDB) em pleno Senado, o senador Heráclito Fortes (DEM) sai em defesa de Sarney, acusando Suplicy: “o discurso de hoje peca por um aspecto: ele não é sincero”.

Suplicy responde dizendo que “o senador sabe que eu falei a verdade. A mim, ética é muito importante”. Inicia-se um bate-boca entre os senadores. Para provocar, Heráclito declara que sabia que Suplicy mentia pois estava nervoso e declarou, debochado: “Zezinho, um suco de maracujá para o senador, urgente”.

Heráclito também falou que Suplicy brincava de juiz apontando cartões vermelhos. Como resposta, Suplicy rebate a ironia: “Se Vossa Excelência quer distorcer o fato, eu lhe apresento o cartão vermelho”.

5. Aécio Neves x Luciana Genro 

Debate presidencial, 2014: Luciana Genro (PSOL), em resposta, cita o debate de Aécio (PSDB) com Pastor Everaldo e relembra diversos casos de corrupção de governos do PSDB. “O senhor falando do PT é a mesma coisa do sujo falando do mal lavado”. Com tom irônico, Aécio Neves fala que “relembra as origens” de Luciana, que estaria “agindo como linha auxiliar do PT”.

Luciana responde: “Com todo respeito, mas linha auxiliar do PT uma ova, candidato Aécio, porque o PT aprendeu com o senhor, aprendeu com o seu partido!”. No mesmo ano, Aécio volta a discutir com Luciana com um tom muito mais agressivo, apontando e acusando a candidata psolista.

Luciana então gritou com Aécio: “Aécio, não levante o dedo para mim! Quem não tem conexão com a realidade é você. Você que anda de jatinho, que ganha um alto salário e não conhece a realidade do povo”.

6. Orestes Quércia x Rui Xavier 

O jornalista Rui Xavier, do Estado de São Paulo, questionou o político Orestes Quércia, então candidato PMDB à Presidência da República, em 1994, sobre seu enriquecimento. Furioso, o Quércia perde a cabeça e dispara uma série de xingamentos contra Rui:

“Mentiroso, você é mentiroso. Mentiroso, mentiroso, mentiroso. Caluniador. Caluniador e mentiroso. Caluniador e mentiroso. Caluniador e mentiroso. Mentiroso e caluniador. Mentiroso”, diz o deputado.

“Você quer ganhar no grito? Você quer ganhar no grito? No grito não vai ganhar,”, afirma o jornalista. “Não vou admitir essas conversas não. Não é isso não. Você tem que parar de falar mentira no seu jornal", retrucou Orestes.