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Matérias / Personagem

A mulher que sobreviveu a um ataque de tubarão após seu marido lutar com o animal

Na retrospectiva 2020, relembre a história de Chantelle Doyle, que foi mordida por um tubarão branco enquanto surfava. Para sua sorte, seu marido teve uma reação inacreditável

Ingredi Brunato Publicado em 19/12/2020, às 11h00

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Fotografia de Chantelle e marido Mark - Divulgação
Fotografia de Chantelle e marido Mark - Divulgação

Chantelle Doyle, uma cientista ambiental australiana de 35 anos, estava surfando com seu marido quando de repente teve um encontro aterrorizante com um tubarão branco. O animal bateu em sua prancha e mordeu sua perna.

“Enquanto eu remava, algo me atingiu embaixo da prancha com impulso suficiente para me jogar para cima e para fora da prancha. Eu apenas pensei - 'baleia ou tubarão' - e olhei para baixo e não havia nada cinza. Senti algo agarrar minha perna - e então acho que gritei 'Tubarão, tubarão, tubarão”, contou a mulher em entrevista ao The Guardian em agosto de 2020. 

Ela ainda descreveu o que sentiu naquele momento, com a mandíbula da fera marinha agarrada a seu corpo: “Foi como ser mordido por um cachorro - é doloroso, mas consiste principalmente em uma pressão intensa, de aperto e esmagamento.”

Fotografia de Chandelle / Crédito: Divulgação/ Facebook 

O que salvou sua perna de ser arrancada - e, possivelmente, sua vida - foi a reação rápida de seu marido, Mark Rapley. Ele estava a dez metros da esposa quando presenciou o início do ataque, e não teve dúvida: nadou na direção dela o mais rápido que pôde. 

Chegando lá, seguiu seus instintos energizados de adrenalina e fez algo inacreditável: subiu nas costas de Chantelle, que ainda estava agarrada à prancha, de bruços, ficando cara a cara com o predador marinho. Então, começou a desferir socos, mirando principalmente próximo aos olhos dele. 

Fotografia de tubarão branco / Crédito: Wikimedia Commons

Para o casal, foi como uma eternidade. O cenário hipotético, em que o tubarão apenas não soltava a perna, foi capaz de assustar ambos - felizmente, esses instantes de dúvida dolorosa passaram, e o animal decidiu afinal largar o membro da mulher. 

O suspiro

A praia não estava vazia, e para a sorte dos dois, outros surfistas e até uma enfermeira puderam ver o acontecido. Logo, outros australianos entraram na água para ajudar, ajudando Chantelle, ainda deitada em sua prancha, a remar de volta à areia. 

Seu marido Mark acabou demorando um pouco mais, porque perdeu o momento de pegar carona em uma onda. Durante esse pequeno atraso, temeu o pior - ele ainda não tinha visto como ficara a perna da esposa, e pensou que podia chegar e encontrá-la “com metade da panturrilha perdida ou sangue jorrando por toda parte”, segundo contou ao The Guardian. 

Fotografia de Mark / Crédito: Wikimedia Commons

“Quando eu vi que a perna estava lá, o medo foi embora um pouco e eu comecei a só  pensar em colocá-la em segurança”, relatou ele. Não que o ataque não tivesse provocado danos, é claro. Os nervos abaixo do joelho da mulher foram todos cortados, e um pedaço de sua panturriha acabou indo embora. 

Na areia, foi feito um torniquete para estancar o sangue com ajuda da enfermeira que estava lá. Todavia, havia ainda um último desafio a superar antes de conseguirem entrar em uma ambulância: uma caminhada de 20 minutos até o estacionamento da praia, durante a qual a prancha acabou caindo uma vez das mãos das pessoas ajudando, pelo sangue ter tornado escorregadia. 

Felizmente, a cientista ambiental demorou um bom tempo para começar a sentir a dor dos ferimentos. Abaixo de seu joelho, tudo estava dormente. “Era como se um peso pesado pendurado na parte de trás da minha perna. Como um saco de concreto.”, descreveu ela. 

Seguindo a vida 

Chantelle surfando em 2019 / Crédito: Divulgação

Na época de sua entrevista para o The Guardian, Chantelle Doyle já tinha passado onze dias no hospital, e ainda tinha muitos mais pela frente. Precisou de um enxerto de pele para sua panturrilha, havia passado por duas operações e tinha outras programadas. 

Seu futuro lhe reservava ainda muitos tratamentos terapêuticos até que pudesse recuperar os movimentos de sua perna direita - isso, se acontecesse, porque havia a possibilidade do membro nunca voltar a ser funcional. Se o pior se tornasse realidade, a australiana teria que adotar uma prótese. 

De um jeito ou de outro, todavia, a cientista estava confiante que voltaria a surfar um dia: “O mar sempre foi meu lugar mais seguro e será novamente. Só pode levar alguns anos de reabilitação antes que eu possa retornar a ele como antes.”

Chantelle tampouco está brava com o tubarão que a mordeu. “Na verdade, estou orgulhosa de que a Austrália tenha sistemas marinhos saudáveis ​​e que os tubarões sejam parte integrante disso. Ter tubarões significa que você tem densidades maiores de peixes, então devemos todos nos orgulhar disso.”, explicou ela. 

Para manter as praias da Austrália saudáveis, o casal ainda começou uma campanha de crowdfunding para arrecadar dinheiro que irão investir na vida marinha - incluindo tubarões.