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Matérias / Personagem

Mumia Abu-Jamal, o jornalista que escreveu e viveu o corredor da morte norte-americano

Vítima de racismo, Mumia Abu-Jamal foi preso em 1981, mas ainda hoje possui esperanças de ser inocentado

Giovanna Gomes Publicado em 25/11/2020, às 16h00

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Mumia Abu-Jamal - Divulgação
Mumia Abu-Jamal - Divulgação

Nos anos 80, o repórter de rádio, ex-membro dos Panteras Negras e ativista pelos direitos cívicos Mumia Abu-Jamal, foi condenado a morte após supostamente ter matado um policial que espancava seu irmão. Na prisão, Mumia escreveu seu livro intitulado Live from Death Row, por meio do qual relatou sua experiência e se tornou conhecido ao redor do mundo, levando multidões a pedirem por sua liberdade.

O incidente e a prisão de Abu-Jamal

Mumia Abu-Jamal foi condenado à morte pelo assassinato do polícial Daniel Faulkner na baixa de Filadélfia, ocorrido no dia 9 de dezembro de 1981. Segundo várias testemunhas, Abu-Jamal teria agido em defesa de seu irmão mais novo, que estava sendo brutalmente espancado por por Faulkner. Quando outros policiais chegaram ao local, encontraram o jornalista ferido e o policial morto.

Mumia Abu-Jamal/ Crédito: Divulgação

As testemunhas ainda relataram que havia um quarto homem não identificado no meio da confusão, mas que fugiu do local. Dessa forma, Abu-Jamal foi preso e levado para uma penitenciária na Pensilvânia, onde permaneceu por 30 anos. Durante todo esse período, ele lutou por sua inocência, além de que passou a denunciar o preconceito racial que pesou em seu julgamento. 

Em 1996, o ativista escreveu o livro Live from Death Row , que tornou o seu caso conhecido internacionalmente. Com isso, vários movimentos favoráveis à inocentação de Mumia surgiram ao redor do mundo. Sua execução foi marcada e desmarcada por diversas vezes até que, em 2008, a pena capital foi revogada e deu lugar à prisão perpétua.

A decisão foi realizada por um tribunal de recurso, o qual considerou que foram dadas instruções erradas ao júri que condenou Abu-Jamal

Racismo

Diversas foram as irregularidades que ocorreram desde a prisão do jornalista até seu julgamento, tanto que o caso foi denunciado por um grande número de organizações dos direitos humanos. Uma das primeiras delas foi a Anistia Internacional, que declarou que “os procedimentos usados para condenar e sentenciar Mumia Abu-Jamal à morte violaram os padrões mínimos internacionais que governam um julgamento justo.”

Manifestação pela soltura do jornalista/ Crédito: Getty Images

Entre as irregularidades estava o fato de que não houve perseguição no momento em que o jornalista foi apreendido, além de que nenhuma perícia foi realizada para apurar se a arma de Mumia tinha de fato sido utilizada.

Um outro erro grave foi que os depoimentos das testemunhas de defesa não foram levados em consideração no julgamento. Uma delas, inclusive, disse que a polícia a havia ameaçado de prisão caso testemunhasse. Outros relataram terem sido intimidados para que alterassem os fatos no depoimento.

Por fim, o próprio juíz que cuidou do caso, Albert Sabo, declarou publicamente sua aversão a Abu-Jamal, confirmando assim o enviesamento racial no caso.

Manifestação pela liberdade do jornalista/ Crédito: Getty Images

Em dezembro de 2018, o juiz Leon Tucker considerou que foi clara a existência de racismo e que “a menor aparência de enviesamento ou falta de imparcialidade mina o sistema judicial por inteiro.”. Assim, decidiu que o Supremo Tribunal estadual deveria reconsiderar os argumentos apresentados pela defesa, o que nos faz considerar que há grandes chances de Mumia ser libertado futuramente. 


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