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Matérias / Crimes

Nebuloso e controverso: Há 57 anos John Fitzgerald Kennedy era assassinado na frente de uma multidão

Apesar de Lee Harvey Oswald ser considerado oficialmente o responsável pelo crime, ainda hoje o caso gera inúmeras teorias conspiratórias, incertezas e questionamentos

Fabio Previdelli

por Fabio Previdelli

fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 22/11/2020, às 00h00

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JFK no carro presidencial antes de seu assassinato - Bettmann Archive
JFK no carro presidencial antes de seu assassinato - Bettmann Archive

Herói da Segunda Guerra Mundial, enérgico, firme de suas convicções e vontades, dialogante, carismático, popular, oriundo de um clã importante, progressista e solidário, essas características faziam John Fitzgerald Kennedy ser visto como a pessoa ideal para ser líder dos norte-americanos.  

Primeiro — e único — católico a chegar no Salão Oval, foi o responsável por bater de frente com os Soviéticos na crise dos mísseis. Como homem mais importante de uma das maiores potências do mundo, fazia de tudo para renovar e rejuvenescer a democracia dos Estados Unidos. Mas em 22 de novembro de 1963, há exatos 57 anos, tudo mudou.  

Um dos assassinatos mais importantes do século 

Naquela sexta-feira, 22 de novembro, JFK estava desfilando em uma comitiva oficial em Dallas. Kennedy estava ao lado da primeira dama, Jacqueline Lee Kennedy Onassis, do governador do Estado, John B. Connally Jr, e de sua esposa. O motivo de sua viagem era aplacar divergências internas ao partido democrata.  

JFK no momento em que é atingido por um tiro (cena mostrada no filme JFK - A Pergunta Que Não Quer Calar) / Crédito: Divulgação/ Warner Bros

Na ocasião, Kennedy também já estava pensando em uma reeleição e como havia vencido por uma margem muito pequena do Texas — estado onde fica Dallas —, o encontro também se tornara a oportunidade perfeita para convencer o eleitorado em uma futura disputa. A sugestão da visita presidencial partiu de Lyndon B. Johnson, vice de JFK e texano.  

Por volta do 12h30, a comitiva passa pelo Texas School Book Depository, em Dealey Plaza, sendo acompanhada por uma multidão. Segundos depois, veio o silêncio: disparos tornaram o momento de alegria num verdadeiro pesadelo. Kennedy foi atingido na cabeça e no pescoço. Apesar dos esforços do motorista para chegar até o Parkland Memorial Hospital, já era tarde demais. O 35º presidente dos Estados Unidos estava morto.  

Aquele momento se tornaria uma mancha eterna na história do país, um trauma na vida de todos, afinal, aqueles que foram contemporâneos com o fato jamais esqueceram o que estavam fazendo quando o atentado e a morte de Kennedy foram anunciadas. Além do choque, o episódio também teria um profundo impacto político e cultural no país.  

O culpado  

Às 14h15, Lee Harvey Oswald, funcionário recém contratado do Book Depository, foi preso não só pelo assassinato de John Kennedy, como também pelo tiro fatal que desferiu no patrulheiro JD Tippit. Segundo a versão oficial, Oswald, um ex-fuzileiro naval, atirou com um rifle Carcano modelo 91/38, de origem italiana, da janela do sexto andar de um prédio.  

Mugshot de Lee Harvey Oswald / Crédito: Wikimedia Commons

"O homem é Lee Oswald, 24 anos, defensor de causas esquerdistas, membro ativo do Comitê de Fair Play por Cuba, admirador declarado da Rússia e de Fidel Castro de Cuba, um homem que viveu na Rússia", disse Dan Rather relatado pela CBS News na época. 

O principal indício de que ele seria o assassino era de que Lee Harvey viveu na União Soviética, o que o tornara suspeito de ser um agente soviético que vivia no meio das tensões da Guerra Fria. Até hoje, ele é considerado o assassino de Kennedy, embora não tenha sido julgado e também não tenha ficado claro seus verdadeiros motivos.  

Isso ocorreu, entretanto, porque no dia 24 de novembro, dois dias depois do crime, Oswald foi assassinado a sangue frio, e ao vivo na televisão, quando era transferido da delegacia para prisão. O responsável pelo disparo foi Jack Ruby, dono de boates envolvido com exploração sexual. Na ocasião, Ruby se aproximou de Lee e lhe deu dois tiros fatais.  

Momento em que Jack Ruby atira em Lee Harvey Oswald / Crédito: Wikimedia Commons

Jack foi indiciado, em 26 de novembro, e condenado pelo assassinato de Oswald. Sentenciado à morte por cadeira elétrica, a decisão foi anulada na apelação, mas Ruby morreu de embolia pulmonar decorrente de câncer de pulmão em 1967, antes que um novo julgamento pudesse ocorrer. 

As investigações 

De acordo com a investigação oficial, Oswald agiu sozinho. Kennedy foi atingido uma vez na parte superior das costas e uma vez na cabeça, e caiu sobre sua esposa. John B. Connally Jr. foi atingido nas costas, mas ele logo se recuperou do atentado. Durante seu interrogatório, Harvey negou qualquer culpa. “Eu não atirei em ninguém, não senhor ... Sou apenas um bode expiatório”, disse aos repórteres. 

As investigações, no entanto, levantaram mais dúvidas do que respostas. O primeiro ponto controverso dessa história toda é que Lee, apesar de ser um ex-fuzileiro naval, não era dos mais habilidosos atiradores.  

Momento do disparo / Crédito: Wikimedia Commons

Além do mais, o tempo em que as balas foram disparadas requisitavam um atirador muito bem preparado e eficiente. Alguns oficias do Exército foram requisitados para refazer os tiros com a mesma arma, entretanto, nenhum deles conseguiu com a mesma maestria. 

Tal fato levou muitos a acreditarem que além de Oswlad, outra pessoa, de um ângulo diferente, também pudesse ter disparado. Mas essa hipótese jamais foi levada para frente pela Comissão Warren, que foi estabelecida em 29 de novembro de 1963 pelo presidente dos Estados Unidos Lyndon B. Johnson para investigar o assassinato de JFK

Outro ponto discordante é a afirmação de que apenas três tiros foram disparados por Oswald. Sabe-se que dentre as três balas, uma foi a fatal que explodiu a cabeça de Kennedy. A segunda teria alvejado uma das pessoas que havia saído para assistir o desfile: James Tague — que estava a quase 100 metros do cortejo e, de acordo com a Comissão Warren, só foi atingido porque a bala acertou uma árvore antes. 

Seja isso verdade ou não, sobra apenas mais um projétil, e esse teria tido o trajeto mais bizarro, afinal, ele seria responsável por 7 ferimentos: 2 em Kennedy e 5 em Connally. Com isso, a Comissão tinha duas saídas, admitir que houve mais de três tiros, portanto, mais de uma pessoa teria participado do assassinato — o que já se configuraria uma conspiração — ou essa única bala teria realmente sido responsável pelos sete ferimentos.

Cena do filme "JFK - A Pergunta Que Não Quer Calar" que mostra a trajetória da bala mágica /  Crédito: Divulgação/ Warner Bros

Eles optaram pela segunda opção, explicando a trajetória do projétil na controversa Teoria da Bala Única

Empossamento de Jonhson e o funeral de Kennedy 

A primeira-dama e o vice-presidente Lyndon B. Johnson, que estavam três carros atrás de Kennedy na carreata, voltaram ao Força Aérea Um, em Dallas Love Field, com o corpo de JFK, que estava em um caixão de bronze. Às 14h38, ainda no avião presidencial, Johnson foi prontamente empossado presidente dos Estados Unidos. Jacqueline Kennedy, ainda em um terno rosa respingado de sangue, estava ao seu lado. 

“Este é um momento triste para todas as pessoas. Sofremos uma perda que não pode ser avaliada”, disse Johnson em sua primeira declaração pública como presidente. “Para mim, é uma profunda tragédia pessoal. Eu sei que o mundo compartilha a tristeza que a Sra. Kennedy e sua família suportam. Eu farei o meu melhor. Isso é tudo que posso fazer. Peço sua ajuda, e a de Deus”. Em 23 de novembro de 1963, Johnson declarou 25 de novembro um dia nacional de luto. 

Jacqueline Kennedy, Robert F. Kennedy, John F. Kennedy, Jr., Caroline Kennedy e Peter Lawford no funeral de John Fitzgerald Kennedy, em 25 de novembro de 1963 / Crédito: Wikimedia Commons

Naquele dia em questão, segundo o The Washington Post, mais de 800 mil pessoas se alinhavam na Pennsylvania Avenue para assistir à procissão que trazia o caixão de Kennedy. Puxado por cavalos, o corpo do ex-presidente americano foi coberto com uma bandeira americana. A procissão partiu da Rotunda do Capitólio para a Catedral Católica de São Mateus. 

John Fitzgerald Kennedy foi enterrado com todas as honras militares no Cemitério Nacional de Arlington, na Virgínea. A missa de réquiem contou com a presença de líderes de dezenas de nações.


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