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Matérias / Personagem

Negligência médica: A trágica morte da mulher trans Lorena Muniz

A jovem faleceu no último domingo, 21, vítima das complicações de um incêndio em uma clínica estética de São Paulo

Larissa Lopes, com supervisão de Pamela Malva Publicado em 22/02/2021, às 20h00

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Lorena Muniz tinha 25 anos e faleceu no último domingo, 21 - Divulgação/Instagram
Lorena Muniz tinha 25 anos e faleceu no último domingo, 21 - Divulgação/Instagram

“Uma vida que custou 4 mil reais”. Essa foi uma das manifestações de revolta feita pelos internautas no Twitter, após a trágica morte de Lorena Muniz, mulher transexual que faleceu tragicamente no domingo, 21.

No dia 17 de fevereiro, a recifense foi até a clínica estética Saúde Aqui, no bairro da Liberdade, para realizar um implante de próteses de silicone nas mamas. Acontece que, no início da cirurgia, um curto circuito atingiu o ar-condicionado do estabelecimento e provocou um incêndio.

Lorena estava sob efeito de anestesia e, por isso, sequer viu ou reagiu ao princípio das chamas. Vendo o que acontecia, os funcionários da clínica Saúde Aqui abandonaram a mulher na sala de cirurgia e saíram para se proteger. 

O marido, Washington Barbosa, declarou nas redes sociais que realizar esse procedimento era o maior sonho de Lorena e que ela viajou para São Paulo com uma amiga só para realizar esse desejo.

Funcionários e outras pessoas fora da clínica depois do incêndio / Crédito: Divulgação/Instagram

O companheiro soube do ocorrido somente dois dias depois, na sexta-feira, 19, quando viu um vídeo circulando nas redes sociais. Trata-se de uma filmagem que mostrava funcionários correndo para a rua, enquanto Lorena ficava sozinha na clínica. 

A cena foi publicada na conta oficial do Instagram da vereadora Érika Hilton (PSOL-SP), e da deputada estadual Erica Malunguinho (PSOL-SP). Os dois gabinetes prestaram apoio ao marido da vítima.

Como repercutido pelo Universa UOL, as testemunhas que estavam com Lorena no dia da cirurgia disseram que ela só foi socorrida depois que os bombeiros chegaram. Com isso, a mulher acabou ficando inconsciente e sem oxigênio durante sete minutos.

"Sou casado há quase seis anos com uma mulher trans, que tinha o sonho de colocar silicone. Ela foi a São Paulo realizar a cirurgia com um médico bem famoso entre mulheres trans”, relatou Washington, em vídeo no Instagram. 

Washington Barbosa, marido de Lorena, em vídeo publicado na rede social / Crédito: Divulgação/Instagram

“O ar condicionado pegou fogo, todos saíram correndo, ela ficou lá, sedada, inalando fumaça. Chegou a ficar sete minutos inconsciente, e isso gerou prejuízo na circulação do oxigênio no cérebro dela, e agora ela não está reagindo", continuou.

Logo após o acidente, Lorena fora internada no pronto-socorro do Hospital das Clínicas, em São Paulo, e permaneceu em estado grave durante cinco dias. Sua morte cerebral foi confirmada neste domingo, 21.

Revolta

A Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) lamentou a morte de Lorena e ressaltou que o implante mamário é um sonho de muitas mulheres trans. "Infelizmente, Lorena é mais uma vítima da opressão de gênero, da pressão estética e do descaso do estado nos cuidados da saúde específica da população trans. E este não é um caso isolado", afirmou a instituição, em nota.

Segundo a instituição, a clínica Saúde Aqui — a que Lorena procurou para fazer o procedimento — é bastante procurada e é quase uma ‘referência’ para as mulheres trans brasileiras.

Lorena tinha o sonho de colocar próteses de silicone / Crédito: Divulgação/Antra/Twitter

Ainda mais, a Antra disse que, no Sistema Único de Saúde (SUS), as filas são longas para esse tipo de cirurgia. E é exatamente por isso que as mulheres procuram clínicas privadas como a Saúde Aqui, que contam com um preço acessível.

O valor pago por Lorena para o procedimento foi de R$ 4 mil — que ela nem chegou a quitar. “A vida de Lorena valeu 4 mil reais, minha gente", disse o marido chorando, quando anunciou a morte da esposa.


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