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Matérias / União Soviética

Neste dia, 85 anos atrás, Serguei Kirov era assassinado dando início ao Grande Expurgo de Stalin

Depois da morte de Kirov, teve início uma das eras mais sangrentas da história da União Soviética do tirano Stalin

Caio Tortamano Publicado em 29/11/2019, às 19h03

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Pintura retratando encontro de Stalin com cadáver de Kirov - Getty Images
Pintura retratando encontro de Stalin com cadáver de Kirov - Getty Images

Nascido no Império Russo em 1886, Sergei Kirov era pertencente a uma família pobre. Tendo sido abandonado pelo seu pai e ficado órfão depois da morte de sua mãe, ele viveu com a avó até completar 7 anos de idade quando passou a morar em um orfanato.

A sorte na sua vida começou a mudar em 1901, aos 15 anos, quando alguns filantropos forneceram ao garoto uma bolsa de estudos para frequentar a escola industrial de Kazan, formando-se mais tarde em engenharia.

Diante da situação decadente que o Império Russo vivia, Sergei começou a se inteirar mais sobre o marxismo e entrou no Partido Operário Social-Democrata Russo aos 18 anos. No ano seguinte, a Rússia se livraria do Czar e iniciaria sua era socialista.

Depois da Revolução Russa, Kirov lutou na guerra civil do país em que os bolcheviques saíram vencedores. Depois que Lenin — líder bolchevique —  faleceu, Sergei apoiou Josef Stalin na liderança do Partido Comunista. Ganhando a confiança e respeito do líder soviético.

Sergei Kirov / Crédito: Getty Images

A notoriedade de Kirov no meio bolchevique garantiu a ele proximidade a Stalin, e acabaram se tornando grandes amigos. Mas a amizade durou somente até a popularidade de Sergei atingir o até então líder do partido comunista.

Por mais que eles dois fossem muito próximos, Stalin começou a sentir que Kirov ameaçava sua liderança e, sendo o provável sucessor de Joseph, é natural que aos poucos Sergei começasse a desempenhar funções que representassem e correspondessem com um cargo mais alto dentro do próprio partido.

Por mais que fosse de fato um apoiador de Stalin, durante os anos 30 ele demonstrou maior independência em dirigir as atividades na organização do Leningrado, e gradualmente assumiu uma posição de poder beirando a rivalidade com Stalin.

Porém, a consolidação do poder não foi fácil. Stalin se sentia constantemente pressionado e começou a lentamente perder o poder no governo, quando ocorreu o assassinato de Serguei Kirov, em 1º de dezembro de 1934.

Enquanto estava trabalhando em seu gabinete, Sergei pediu para que seus guarda-costas ficassem nas escadarias observando outros oficiais, quando foi surpreendido por Leonid Nikolaev, que atirou pelas costas do sucessor de Stalin.

Trotsky, oposicionista a Stalin, afirmou que o assassinato foi ordem do mesmo, que necessitava de um preâmbulo para iniciar as expulsões da União Soviética.

Enterro de Kirov / Crédito: Getty Images

O período do Grande Expurgo foi um momento crítico da União Soviética, a campanha do governo de Stalin foi de extrema repressão poítica que aconteceu de 1936 até 1938. Inúmeros membros do Partido Comunista e oficiais do governo foram expulsos do país.

Stalin eliminou aproximadamente dois terços do Partido Comunista, 5.000 oficiais do Exército, quase todos os generais do Exército Vermelho e incontáveis civis.

O número de execuções foi sem precedentes, mais de 681.000 soviéticos e estrangeiros foram enquadrados como ameaças por Stalin. Causando revolta e medo na população soviética que via seus antigos heróis mortos acusados de conspirar contra os comunistas.

Os acontecimentos da perseguição foram divulgados parcialmente fora do país, as pessoas não tinham dimensão do patamar que o Expurgo tinha alcançado, limitados a saber somente quando algum militar de cargo mais alto era julgado e expulso do país.

Muitos dos condenados do Grande Expurgo foram mandados para os gulags, campos de trabalho forçado muito semelhantes aos de concentração nazistas. A história dos sobreviventes somente ficou conhecida muito depois, quando os condenados eram obrigados a sair do país e compartilhavam suas histórias e terrores vividos.


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