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Matérias / Cuba

Neste dia, em 1961, Fidel Castro declarava Cuba um país comunista

Em meio a tensão iminente da invasão americana ao país caribenho, Castro usou de seu palanque para afirmar a verdadeira ideologia de seu governo

Caio Tortamano Publicado em 16/04/2020, às 08h00

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Líder cubano Fidel Castro - Getty Images
Líder cubano Fidel Castro - Getty Images

Em 1961, um dos episódios mais importantes da história iria acontecer em Cuba. Essa era a Invasão da Baía dos Porcos, uma ofensiva americana supostamente sigilosa que visava derrubar o governo de Fidel Castro instalado no país por meio de um golpe dois anos antes, em janeiro de 1959.

A movimentação dos americanos — que tinham treinado um grupo de guerrilheiros em Miami, meses antes do ataque de fato começar — já era de conhecimento de Castro, já que seu apoiador revolucionário Che Guevara presenciou um ataque muito semelhante durante a Revolução da Guatemala, da qual Guevara também participou.

A vida de Fidel estava em perigo, já que seu governo era o maior alvo do ataque americano e, consequentemente, sua figura também representava perigo ao ideal dos Estados Unidos de sociedade ideal.

Entretanto, desde a Revolução Cubana ter de fato acontecido, em nenhum momento o governo castrista tinha assumido o caráter socialista que o país viria a ser conhecido por ter no futuro, muito por ter receio de perder o caráter nacional que as reformas que propôs ao país mudassem com uma possível influência da União Soviética para o país. 

Mas isso mudou no dia 16 de abril de 1961, por meio da televisão estatal — única permitida na ilha — Fidel Castro anunciou que o caráter da Revolução de dois anos antes era socialista, e que a ilha adotaria um sistema comunista de governo.

Fidel era conhecido por seus discursos inflamados, cativantes e longos, chegando a durar facilmente mais de três horas cada um de seus pronunciamentos, que eram feitos tanto em praças públicas — especificamente a Da Revolução, em Havana — como por emissoras locais.

Este discurso, em especial, foi dado após o bombardeio sofrido pelo país um dia antes por tropas americanas. Oito aviões bombardeiros divididos em três grupos atacaram campos aéreos perto da capital Havana. 

Os aviões foram pintados com a bandeira da força aérea cubana, para dar a entender que as aeronaves eram pilotadas por desertores do regime castrista. O que era verdade, já que o exército montado pelos Estados Unidos era justamente deste perfil específico de pessoas.

Em resposta, Fidel afirmou pela primeira vez que Cuba agora era socialista, e fez ataques diretos aos americanos durante o seu pronunciamento, o que era claramente um aviso de que o país não cederia facilmente às ofensivas dos ianques.

“É isso que eles não podem nos perdoar, que estamos bem ali e que fizemos uma revolução socialista bem debaixo do nariz dos Estados Unidos!” Após essa frase, como de costume, palmas e mais palmas foram usadas para aclamar o líder popular que batia de frente com o maior e mais poderoso inimigo dos cubanos.

Castro ainda completou dizendo: “E que defendamos essa Revolução Socialista com esses rifles!; E que defendamos a Revolução Socialista com a coragem com que nossos artilheiros antiaéreos ontem encheram de balas os aviões atacantes!” Por mais que as forças cubanas não tenham, efetivamente, acertado os aviões que estavam praticando uma espécie de distração.

Assim, Cuba se posicionou pela primeira vez como um governo e nação socialistas depois da Revolução Cubana encabeçada por Fidel e Raul Castro juntamente com Che Guevara. no dia seguinte, o primeiro ataque da Invasão da Baía dos Porcos era realizado e um dos momentos mais tensos e marcantes da Guerra Fria tinha início.

O conflito armado que durou cinco dias teve um desfecho positivo para os cubanos, que conseguiram resguardar o país da ofensiva americana protagonizada por inexperientes refugiados do Estado caribenho e poucas forças militares dos Estados Unidos.

Somente a CIA — serviço secreto americano — que foi a responsável pelo treinamento e realização da operação mal-sucedida, uma vez que o governo de John Kennedy não queria ter a participação legitimada pelo envio de tropas aéreas, por exemplo. Acabou custando caro ao país, que foi visto como uma chacota por ter perdido de uma nação tão frágil e menor.


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