Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Matérias / Personagem

Ninon de Lenclos: a cortesã que revolucionou os costumes das mulheres francesas dos séculos 17 e 18

Trabalhando também como escritora, ficou reconhecida como um símbolo de mulher culta, livre e independente

Daniela Bazi Publicado em 18/03/2020, às 18h00

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Pintura da cortesã Ninon de Lenclos - Wikimedia Commons
Pintura da cortesã Ninon de Lenclos - Wikimedia Commons

Nascida na Paris de 1620, a escritora, cortesã e patrona de artes Anne de l'Enclos, mais conhecida como Ninon de Lenclos ou Ninon de Lanclos, perdeu sua mãe muito cedo, com apenas 15 anos, e acabou decidindo ingressar em um convento, onde permaneceu por apenas um ano. O ato fez com que a mulher optou por ser, pelo resto de sua existência, solteira e independente. 

Durante esse tempo, passou a frequentar inúmeros salões, que eram reuniões feitas para discutir o consumo de livros e poesias. Na mesma época, decidiu que não queria seguir a tradição de se casar e iniciou sua vida como cortesã, passando a ter inúmeros amantes ricos e reconhecidos. Entre alguns deles estava seu primo, o rei Luís II de Bourbon, o nobre Gaston de Coligny e o Duque de La Rochefoucauld, François. 

Luís II de Bourbon, o Grand Condé / Crédito: Wikimedia Commons

Lenclos acreditava que, ao se casar, a mulher teria seu corpo, sua propriedade, sua fortuna e seus futuros filhos vendidos aos homens a partir do momento em que dissesse “eu aceito” durante a cerimônia do matrimônio. Além disso, dizia que os maridos, independente da classe social, eram normalmente infiéis e cruéis com suas esposas, que não tinham proteção legal contra esses abusos.

Apesar de seus relacionamentos, Ninon nunca recebeu apoio financeiro de seus casos e vivia com uma renda independente. Louis de Rouvroy, Duque de Saint-Simon, escreveu certa vez que  "Ninon sempre teve uma multidão de adoradores, mas nunca mais de um amante de cada vez, e quando se cansou do ocupante atual, disse com tanta franqueza e tomou outro”.

No ano de 1652, acabou se envolvendo com o Marquês de Villarceaux, Louis de Mornay, com quem teve um filho e viveu por três anos. Com o fim do relacionamento, o nobre passou a sofrer muito por não estar mais junto de sua amada e, como forma de consolo, ela teria cortado o cabelo e lhe enviado algumas mechas. Seu novo penteado passou a ser reconhecido como corte à la Ninon.

Sua vida com inúmeros amantes e suas polêmicas opiniões relacionadas a religião acabaram sendo a motivação para que lhe prendessem em 1656, no Convento de Madelonnettes, sob ordens da rainha Ana da Áustria, mãe e regente de Luís XIV

Ana da Áustria / Crédito: Wikimedia Commons

Todavia, pouco tempo após sua prisão, a ex-monarca da Suécia Christina a fez uma visita e, chocada com sua situação, escreveu para o Cardeal Jules Mazarin em seu nome, que acabou providenciando sua libertação. Como resposta, defendeu em sua publicação de 1659, La coquette vengée (O flerte vingativo, em livre tradução), que todos poderiam ter uma vida boa mesmo sem a presença de uma religião.

O fim da cortesã

Deixou de ser uma cortesã a partir da década de 1660, passando a se dedicar mais ao mundo da literatura. Em 1667, começou a organizar salões no Hôtel de Sagonne, na Rua de Tournelles, em Paris, que passaria a ser reconhecido como o Salão de Ninon, e costumavam a acontecer diariamente.

Entre seu grande número de convidados, se encontram a esposa de Filipe I, a princesa Isabel Carlota da Baviera, o príncipe de Marcillac e moralista francês François de La Rochefoucauld, o escritor e poeta Charles Perrault, a Marquesa de Rambouillet Catherine de Vivonne e o escritor Roger de Rabutin.

Ninon acabou ficando conhecida como um símbolo da mulher culta, livre e independente dos séculos 17 e 18, representando também a evolução dos costumes da França com o passar do tempo. 

Segundo Saint-Simon, "Ninon fazia amizade entre os grandes em todas as esferas da vida, tinha inteligência e inteligência suficientes para mantê-los e, além disso, para mantê-los amigáveis ​​uns com os outros". Ninon morreu em 17 de outubro de 1705, aos 84 anos de idade, em Paris, na França, como uma mulher muito rica.


+Saiba mais sobre Ninon de Lenclos com as obras abaixo:

Ninon de l'Enclos - Influential Women in History (English Edition), Anon (2016) - https://amzn.to/3dd9Ysw

Life, Letters, and Epicurean Philosophy of Ninon de L'Enclos The Celebrated Beauty of the Seventeenth Century (English Edition), Ninon de Lenclos 1620-1705 (2016) - https://amzn.to/2xPquPq

Life Letters and Epicurean Philosophy of Ninon de L'Enclos, Ninon de Lenclos (2008) - https://amzn.to/2wlZnLt

Vale lembrar que os preços e a quantidade disponível dos produtos condizem com os da data da publicação deste post. Além disso, a Aventuras na História pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação pelos links nesta página.

Aproveite Frete GRÁTIS, rápido e ilimitado com Amazon Prime: https://amzn.to/2w5nJJp

Amazon Music Unlimited – Experimente 30 dias grátis: https://amzn.to/3b6Kk7du