Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Matérias / Arqueologia

No 'Riacho do Inferno', a descoberta de outras espécies extintas com os dinossauros

No dia em que o asteroide Chicxulub atingiu a Terra, ele teria gerado um maremoto que sufocou milhares de peixes

Ingredi Brunato, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 16/10/2022, às 13h30

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Imagem de dois espécimes analisados pelos cientistas - Divulgação/ Eric J. Hilton e Lance Grande
Imagem de dois espécimes analisados pelos cientistas - Divulgação/ Eric J. Hilton e Lance Grande

Na formação de "Hell Creek" (ou, em tradução livre, "Riacho do Inferno"), um valioso sítio arqueológico de 66 milhões de anos, datando do fim da Era Mesozoica, uma dupla de cientistas foi capaz de identificar mais duas espécies de peixes extintos. 

A área de grande importância histórica, que fica localizada no estado norte-americano de Dakota do Norte, um dia foi um corpo de água doce, mas teria sido enterrado por milhares de toneladas de sedimentos após ser atingidos com um imenso tsunami, conforme informações apuradas pelo LiveScience. 

O causador do maremoto, por sua vez, seria nada menos que o asteroide Chicxulub, que matou os dinossauros, conforme acreditam os especialistas. 

Um dos elementos que conecta os dois eventos, aliás, é a presença de minúsculas contas de vidro chamadas de "tectitas" dentro da formação geológica. Essas estruturas são consideradas quimicamente idênticas à outras descobertas na Península de Yucatán, no México, que é justamente o ponto de impacto do asteroide.

Assim, a extinção dos dinossauros teria sido simultânea à dos peixes do Hell Creek, que teriam sido sufocados logo nos primeiros minutos do desastre, e se encontram até hoje fossilizados.

São esses preciosos fósseis, incrivelmente intrincados, que revelaram aos pesquisadores mais duas espécies pré-históricas que ainda não haviam sido descritas até então.

Imagem mostrando exoesqueleto de perto / Crédito: Divulgação/ Eric J. Hilton e Lance Grande

Tesouro orgânico 

Os peixes extintos recém-descobertos, que seriam semelhantes aos esturjões modernos (um tipo de peixe ósseo), foram batizadas de "Acipenser praeparatorum" e "Acipenser amnisinferos", segundo explicado pelo estudo publicado no "Journal of Paleontology" no último dia 2 de outubro. 

Eles têm muitas semelhanças claras com o esturjão, o que os torna fáceis de identificar. Mas eles têm também várias estruturas exclusivas que nos permitem descrevê-los como algo novo", explicou o co-autor da pesquisa, Lance Grande, em entrevista ao LiveScience. 

Graças ao seu estado de incrível preservação, foi possível analisar os complexos exoesqueletos dos espécimes. 

Imagem mostrando crânio de perto / Crédito: Divulgação/ Eric J. Hilton e Lance Grande

Além das novas espécies, vale mencionar que os especialistas encontraram outras criaturas do Cretáceo, como peixes-remo, peixes-arco, amonites, mosassauros (que eram répteis aquáticos) e insetos. 

A escavação do Hell Creek oferece, portanto, peças valiosas para que os paleontólogos remontem o quebra-cabeça da fauna aquática que habitava a América do Norte neste período histórico. 

Ainda segundo o LiveScience, Grande mencionou também o fascínio que sentiu com o potencial para descobertas importantes no local: "Quero dizer, [os peixes] estavam empilhados como lenha", comentou. 

O novo estudo desvendou apenas uma fração dos segredos da formação geológica, que com certeza guarda diversos outros fósseis, incluindo os de outras espécies ainda não descobertas. 

Eric J Hilton, o outro autor do artigo científico, descreveu o avanço realizado por ele e pelo colega como "a ponta do iceberg". 

+ Para conferir o estudo na íntegra, clique aqui;