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Matérias / Personagem

No topo do crime organizado: Enedina Arellano Félix, a rainha do tráfico

Inicialmente ignorada pelas autoridades mexicanas, a mulher logo mostrou ser o verdadeiro cérebro por trás de um dos maiores e mais perigosos cartéis do país

Pamela Malva Publicado em 23/07/2020, às 17h00

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Enedina Arellano Félix em foto de família - Divulgação/Youtube
Enedina Arellano Félix em foto de família - Divulgação/Youtube

Em muitos países das Américas, o crime organizado se manifesta através do tráfico de drogas, em um esquema manipulado por grandes cartéis. Espalhados por diversas nações, os grupos são bem orquestrados, sempre focados no lucro.

Seja na Colômbia, no México ou no Brasil, o crime organizado é liderado por todos os tipos de pessoas, desde supostos empresários, até um rosto desconhecido pela massa. Poucos, contudo, esperam que o chefão seja, na verdade, uma mulher.

Exatamente por esse pré-conceito, o povo mexicano ficou assustado quando descobriu que um dos maiores cartéis do país era comandado por Enedina Arellano Félix. Nascida em uma família de criminosos, ela é considerada a rainha do tráfico.

Sonhos perdidos

Enedina foi próxima do crime organizado desde muito pequena, já que nasceu em uma família de traficantes. Natural de Mazatlán, em Sinaloa, ela veio ao mundo em abril de 1961, cheia de sonhos e ambições enormes.

Aos 17 anos, por exemplo, a jovem menina desejava se tornar a rainha de carnaval de Mazatlán, em 1977. As cores, as fantasias e a comemoração eram bastante atrativas, principalmente para uma adolescente em crescimento.

O grande sonho, no entanto, foi logo interrompido pelos negócios ilegais da família. No final, todas as outras carreiras ficaram distantes demais quando dois dos irmãos de Enedina, Ramón e Benjamín, passaram a ser procurados pelos Estados Unidos.

Palfletos da polícia, que procura os irmãos de Enedina / Crédito: Divulgação/Youtube

No topo do mundo

Com grande poder e influência, os Arellano Félix dominaram o universo das drogas em Tijuana. Nesse meio tempo, chegando na idade adulta, Enedina formou-se em contabilidade em uma universidade particular em Guadalajara.

Já graduada e com conhecimentos amplos sobre comércio, a jovem começou a trabalhar nos negócios da família, em meados dos anos 1980. Na época, embora tivesse um grande papel no cartel, ela não era vista como uma ameaça pela polícia mexicana.

Nos anos seguintes, o Cartel de Tijuana — como a organização dos Arellano Félix ficou conhecida — foi comandada pelos seis irmãos de Enedina. Enquanto isso, ela servia na administração financeira e ainda ajudava nos esquemas de lavagem de dinheiro.

Eduardo Arellano Félix (de branco), um dos irmãos de Enedina / Crédito: Divulgação/Youtube

Nipes embaralhados

Em 2000, no entanto, o castelo de cartas dos Arellano Félix começou a desmoronar. Um a um, os reis e valetes foram sendo presos, deixando apenas a carta da rainha no baralho. Assim, Enedina assumiu o comando do cartel.

Ao lado de seu filho, Luis Fernando, a nova líder do crime organizado mexicano trouxe diversas mudanças para o grupo. Em 2014, quando o herdeiro de Enedina foi preso, ela continuou cuidando dos esquemas sozinha.

Por ser graduada em contabilidade, a nova rainha do tráfico atribuiu uma visão de negócios muito mais específica ao cartel, aumentando os lucros do grupo. Práticas antigas e violentas, comuns aos comandos de seus irmãos, foram deixadas para trás.

Fotografia da família Arellano Félix / Crédito: Divulgação/Youtube

Comando feminino

Como uma líder centrada e dedicada ao trabalho que desempenhava, apesar de criminosa, Enedina forjou fortes alianças com outras organizações e, assim, construiu seu próprio castelo de cartas, agora muito mais resistente.

De repente, a mulher que sequer representava perigo para os policiais, virou a cabeça de todas as operações. Confusos, os oficiais nem sabiam mais por quem procurar, já que a grande maioria dos Arellano Félix já havia sido capturada.

Enedina foi reconhecida como a primeira das poucas mulheres a comandar um grupo criminoso tão bem coordenado. Considerada como o "cérebro financeiro" do Cartel de Tijuana, ela agora comanda ao lado de sua irmã, Alicia Arellano Félix.


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