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Matérias / Crimes

Nth Room: o esquema online que escravizava mulheres na Coreia do Sul

Chantageando e extorquindo jovens, Cho Joon-bin as transformava em escravas sexuais num famoso aplicativo de comunicação

André Nogueira Publicado em 02/05/2020, às 08h00

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Imagem representando cabeceira de uma cama - Getty Images
Imagem representando cabeceira de uma cama - Getty Images

Nos últimos anos, foram revelados detalhes sórdidos de um esquema de abuso e exploração sexual que ocorre na Coreia do Sul, conhecido como Nth Romm. O episódio revelou como pessoas podem usar tecnologias de comunicação para atrocidades indescritíveis. Ocorrido entre 2018 e 2020, trata-se de um sistema de serviços pornográficos através do aplicativo Telegram, que levou diversas mulheres à condição de escravas sexuais.

O esquema era, aparentemente, simples: entre algumas salas de conferência do aplicativo, cujas mensagens são criptografadas e, a princípio, não rastreáveis, os usuários podiam pagar por imagens de mulheres realizando performances eróticas e tirando suas roupas, na maioria das vezes através da violência. Muitas das vítimas eram menores de idade, e foi provado que várias estavam sob regime de exploração sexual.

No ato do pagamento dos serviços da empresa, era possível forçar a prática de relações sexuais coercitivas, o que era acionado por usuários. Com investigações realizadas pela policia coreana, foi revelado que, ao menos, 74 mulheres passaram a ser chantageadas pela equipe do aplicativo, sendo 16 delas menores de 18 anos.

No último mês de março, foi revelado o nome do homem que encabeçava todo esse projeto: Cho Joo-bin, um chantageador que levava moças a enviarem imagens e vídeos de seus corpos, e assim elas se tornavam produtos para 260 mil pessoas. Cho se identificava no aplicativo como baksa (doutor, em coreano), gerenciando a entrada de membros da comunidade de tráfico de pornografia.

Exemplo de grupo / Crédito: Divulgação/YouTube

A maioria das transações da agência era realizada através de criptomoedas, em cobranças que chegavam a milhares de dólares. O Telegram foi escolhido para essa rede pois os termos de uso do aplicativo permitia completo sigilo em relação às ações dos grupos, garantindo confidencialidade através de uma criptografia inviolável. Não há servidores da empresa na Coreia do Sul.

A chantagem

O doutor tinha um esquema pronto para chantagear as mulheres que foram vítimas da Nth Room, que se baseava numa encenação em que fingia ser a polícia. Enviando mensagens via Twitter, ele fingia ser uma autoridade, fazendo entender que o conteúdo íntimo de suas redes sociais poderia acabar vazando e que deveriam passar por um sistema seguro. Então, ele as enviada um link que supostamente ajudaria na prevenção de vazamentos indesejados.

Então, essas mulheres eram encaminhadas a uma página falsa com a fachada do Twitter, mas ligada ao servidor de Cho. Ele, então, recebia login e senha das vítimas quando elas faziam o registro no computador. Assim, o criminoso tinha acesso a dados pessoais e conteúdos privados, como fotos, endereços e números de telefone.

Eram diversos grupos com preços diferentes / Crédito: Divulgação/YouTube

Assim, Cho voltava a contatar as moças, usando material coletado para chantageá-las com ameaças que iam desde divulgação de fotos, até crimes mais sérios que poderiam afetar as mulheres e suas famílias. Como consequência, as vítimas deveriam aceitar se tornarem escravas sexuais do criminoso por uma semana.

Porém, o período era uma farsa: Cho captava mais material íntimo que era usado em novas chantagens, enquanto ele lucrava com a agência. Ele também afirmava que se as mulheres não praticassem as relações sexuais que ele queria, seu material seria enviado a amigos e familiares, e que elas poderiam sofrer mais violências.

Investigações

Em 2019, a existência do Nth Room foi divulgada em algumas redes sociais, e pessoas, em anonimato, reportaram os crimes para a polícia. Inicialmente, a instituição ignorou as acusações, até que o episódio se tornou conhecido após reportagens de agências de jornalismo investigativo.

Cho após a prisão /Crédito: Divulgação

Então, duas estudantes de jornalismo, num trabalho de investigação, encontraram brechas de acesso online dos grupos de abuso e levaram novamente o caso para a polícia.

As autoridades deram início as investigações sigilosas que logo os levaram a Cho, que foi preso em 20 de março de 2020, por crimes de abuso sexual, pornografia infantil, chantagem e fraude, tornando o caso mundialmente famoso.

Inicialmente, o baksa foi divulgado sem identidade, porém, a emissora de televisão SBS revelou o nome e a identidade do criminoso, o que foi aprovado por uma comissão midiática da Polícia de Seul.


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