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Matérias / Andrés Escobar

O assassinato de Andrés Escobar após eliminar seu país na Copa do Mundo

Ao marcar um gol contra no mais importante torneio do futebol, o atleta acabou com as chances do país — e sofreu ao retornar para a terra natal

Penélope Coelho Publicado em 10/05/2020, às 08h00 - Atualizado em 16/12/2022, às 18h59

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Andrés Escobar em campo contra a Romênia - Getty Images
Andrés Escobar em campo contra a Romênia - Getty Images

O menino Andrés Escobar deixava transparecer desde muito jovem o seu talento com a bola. Nascido na cidade de Medellín, na Colômbia, em 13 de março de 1967, ele começou jogando no time da escola.

Vindo de uma família colombiana de prestígio, o futebolista era filho do banqueiro Dario Escobar, que percebendo o apelo afetivo do filho pelo esporte, criou uma fundação para dar aos jovens a oportunidade de se tornarem jogadores.

Andrés Escobar em campo contra os EUA / Crédito: Getty Images

Conhecido como Cavalheiro do Futebol, o homem assumiu a posição de zagueiro nos campos. Jogando em times de prestígio na Colômbia, como o Atlético Nacional de Medellin, Andrés teve uma breve passagem na Suíça, onde defendeu o clube Young Boys.

Carreira meteórica

Em sua carreira meteórica, Escobar foi um ídolo na Colômbia, chegando a ser capitão da seleção do país e campeão da Copa Libertadores da América, em 1989. A primeira Copa do Mundo que participou foi em 1990.

Porém, mal sabia ele que, quatro anos depois, defendendo a Colômbia em mais um mundial, sua vida seria interrompida de maneira cruel.

Naquele ano, a competição mais famosa do futebol acontecia nos Estados Unidos. Uma das quatro seleções da América do Sul no torneio, a Colômbia tinha certo favoritismo em seu grupo, já que contava com um elenco habilidoso.

No entanto, o jogo dos colombianos naquele ano mostrou que o favoritismo não iria muito além, após perderem para a Romênia. A partida contra os Estados Unidos seria pior ainda.

Com o saldo de gols abaixo do desejado para seguirem na competição, a Colômbia foi eliminada e o peso maior caiu sobre as costas de Andrés —  que naquele jogo, fez um gol contra.

Em uma tentativa de impedir o cruzamento adversário, Escobar acabou mandando a bola para as próprias redes, com o goleiro Óscar Córdoba caindo pelo lado oposto de onde a bola entrou.  

Volta para casa 

Vivendo num período político conturbado, o futebol estava servindo como um alívio para a Colômbia, alguns aplaudiram os jogadores pelo desempenho na Copa, quando eles voltaram ao país mais cedo do que o desejado. Porém, entre outros torcedores, o sentimento era de revolta.

Dez dias após marcar o gol contra que custou a derrota da Colômbia para os Estados Unidos, Andrés Escobar teve que lidar com lunáticos enquanto tentava esquecer a traumática derrota. 

Escobar levou seis tiros a sangue-frio. Naquela noite, o zagueiro escutou provocações de colombianos que zombavam de sua atuação na Copa do Mundo, os mais petulantes eram Pedro e Santiago Gallón. Escobar conversava, pedindo respeito para evitar confusões, por isso, saiu da boate e foi até o estacionamento. No entanto, ele foi morto no mesmo local.

Teorias

Muitas teorias do assassinato surgiram na época, embora o fato nunca tenha sido comprovado pelo autor do crime. Acredita-se que a morte de Andrés tenha sido motivada pelo gol contra na Copa. Já que apostas eram comuns e muitas foram perdidas pelos narcotraficantes durante o Mundial.

O assassino confesso é Humberto Muñoz, segurança dos irmãos Pedro e Santiago, os mesmos que estava perturbando Escobar naquela noite. Esses homens eram conhecidos por históricos criminais que envolviam o tráfico de drogas.

No entanto, o responsável pela investigação afirma que o assassinato aconteceu por disputa de poder no cotidiano violento enfrentado na Colômbia. Assim, o crime deixa uma sensação eminente de impunidade até hoje.

Muñoz foi condenado a 43 anos de prisão, porém, em outubro de 2005, foi solto por bom comportamento. Os irmãos Gallón foram sentenciados a 15 meses por acobertarem o crime. Mas, pagaram fiança de 1 milhão de pesos e ficaram livres.

O Cavalheiro do futebol tinha 27 anos quando foi morto, estava noivo e no fim daquele mês iria se apresentar ao clube de futebol italiano, Milan. O jogador deixou um grande legado em seu país, principalmente pelos fãs do time Atlético Nacional.

Após sua morte, a família de Escobar fundou o Projeto Andrés Escobar, para ajudar crianças, com o sonho de serem jogadoras de futebol, a terem um futuro no esporte. A história dramatização da história é retratada na nova minissérie documenta da Netflix: 'Gol Contra'.

"Gol Contra retrata a ascensão e a queda do futebol colombiano e de Andrés Escobar no período de 1987 a 1994. A minissérie mostra as situações e decisões difíceis que os jogadores enfrentaram em cada partida até o violento desfecho que destruiu o sonho não só de um país, mas de um time que entrou para a história", aponta a sinopse da produção.