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Matérias / Estados Unidos

O cenário atual das eleições dos Estados Unidos

Do turno único ao voto facultativo: o presidente do país é eleito por uma votação indireta, que ainda divide opiniões

Alexandre Carvalho Publicado em 03/11/2020, às 12h17

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Trump (à esqu.) e Biden (à dir.) - Wikimedia Commons
Trump (à esqu.) e Biden (à dir.) - Wikimedia Commons

Diferente do que acontece nas eleições brasileiras, a disputa nos Estados Unidos é realizada em turno único. Isso é meio óbvio em se tratando de uma eleição em que só dois partidos – o Democrata e o Republicano – dominam o pleito.

No Brasil faz mais sentido ter uma segunda rodada, com muitos candidatos competindo. O segundo turno é uma forma de tentar fazer com que os valores em alta no momento sigam adiante mesmo que, no primeiro turno, eles estivessem pulverizados na representação de candidatos diferentes.

Se o eleitor brasileiro pode votar no seu candidato preferido no primeiro turno, o segundo é a chance que ele tem de, pelo menos, ajudar outro presidenciável que represente seus valores – ou parte deles.

Nos EUA não é assim. E pela simples razão de que a disputa só envolve o Partido Democrata e o Republicano. Opa, mais ou menos isso. Embora as eleições americanas deem a entender que se trata de um bipartidarismo, a verdade é que existem partidos nanicos com candidatos próprios, mas que quase sempre são tão inexpressivos que você nem ouve falar deles.

O menos nanico é o chamado Partido Libertário, que tem mais de 600 mil filiados e costuma abraçar bandeiras tanto associadas aos democratas quanto aos republicanos (menor presença do Estado na economia e direito de ter sua própria arma em casa).

Embora não chegue nem perto de rivalizar com os dois partidos gigantes nos pleitos presidenciais, o Libertário consegue vagas em assembleias estaduais. No total, há mais de 70 partidos constituídos nos Estados Unidos, buscando seu lugar ao sol num mar de diferenças ideológicas.

Voto facultativo

Nenhum americano é obrigado a sair de casa para votar para presidente. A ideia de que a democracia americana defende os direitos individuais permite que o eleitor escolha se quer investir seu tempo durante a data eleitoral indo até uma urna ou não.

Faz sentido se você vê o voto como um direito do cidadão, não um dever. E isso cria uma outra peculiaridade do sistema americano: não adianta atrair a simpatia dos eleitores se você não convencer os menos mobilizados a sair de casa.

Grande parte do esforço de campanha dos candidatos se concentra em conseguir a mobilização da parcela do eleitorado que lhe interessa. Um empenho, aliás, que precisa ser redobrado nessa época de pandemia, quando muita gente está radical no seu esquema de quarentena.

Para minimizar o risco de contágio, alguns estados americanos já oferecem votação pelo
correio e enviarão cédulas aos eleitores registrados. Donald Trump fez de tudo para desacreditar o voto pelo correio, dizendo que, se perder, sua derrota deverá ser contestada por uma suposta fraude postal.

Apesar do que ele diz, sua prática indica confiança no esquema: ele e sua família já preferiram votar pelo correio em outras eleições. Independentemente se os votos virão por carta, de dentro das urnas ou até do espaço (desde 1997, astronautas americanos fora da Terra podem votar para presidente por e-mail), já é certo que Trump não aceitará pacificamente uma eventual derrota.

Joe Biden deve estar mais preocupado com outra reviravolta de última hora. O candidato democrata possui uma vantagem confortável, com 50% das intenções de voto contra 43% para o republicano.

Quem souber equilibrar melhor quantidade de votos com predominância em estados
mais relevantes terá pelo menos quatro anos nos 73 mil metros quadrados da Casa Branca. Além da residência de 132 quartos, o presidente do país mais poderoso do mundo vai despachar do Salão Oval, seu gabinete de trabalho, que fica na West Wing (ala oeste) do local, onde se concentram os escritórios de administração do Executivo.

De quebra, terá o poder de começar uma Guerra Nuclear, influenciar a economia e política de outros países, mudar a forma como o planeta lida com as questões dos imigrantes, com o aquecimento global e os direitos das minorias.

Pode até provar que o povo americano estará certo em sua escolha, demonstrando por que ideias progressistas ou conservadoras são as melhores para a democracia.