Com o passar dos séculos, o sexo assumiu diferentes roupagens, todas correspondentes aos costumes de suas respectivas épocas
Dos haréns aos quartos privados, a história do sexo já passou por diversos ambientes, sem contar os muitos contextos criados com o passar dos séculos. Cada povo, era e crença tinham diferentes interpretações sobre as relações íntimas entre pessoas.
O comportamento sexual de cada época, portanto, nos mostra como os tabus que conhecemos hoje em dia foram, de fato, construídos ao longo de muitos anos. Da mesma forma, a história revela como o sexo foi influenciado por mudanças sociais.
Confira a trajetória do sexo em oito pontos marcantes:
Entre os gregos, as mulheres aparecem em desenhos apenas em posições inferiores, a homossexualidade era amplamente aceita e havia prostitutas sagradas. É deles a raiz do conceito de virgindade, cujo símbolo era Ártemis, a deusa ligada à fertilidade e à natureza. Por ser uma deusa virgem, despertava o interesse de muitos deuses e homens.
Em Roma, o sexo era um presente dos deuses. Como na Grécia, esculturas e pinturas de posições sexuais e símbolos fálicos eram comuns. Escravos faziam favores sexuais e a homossexualidade entre homens era aceita — o sexo oral ou entre mulheres, não. Lá, era tabu o lado passivo da transa não ser de classe inferior ao ativo.
Após o cristianismo se tornar a religião oficial de Roma, o celibato passa a ser pregado. Santo Agostinho (354-431), um dos mais influentes teólogos e filósofos na época, toma o sexo como maldito e coisa do demônio — ajudando a consolidar a crença de que sexo oral e sexo anal eram “crimes piores” do que o adultério.
A monogamia passa a ser comum. Além do cristianismo, o fato de as pessoas viverem agora no campo, em pequenos grupos, contribui. Relações de incesto entre irmãos, uma prática quase corriqueira na Idade Média (na tentativa de evitar que a linhagem sanguínea fosse modificada), são cada vez mais proibidas.
Durante a Idade Média, códigos penais referentes ao comportamento sexual pouco tratavam de homossexualidade. Os gays viraram alvo da Igreja Católica no século 13, quando o frade e teólogo Tomás de Aquino (1227-1274) viu o comportamento como um ato contra a natureza humana — assim, condenável por Deus.
Com o surgimento da teoria da sexualidade do pai da psicanálise, Sigmund Freud, o sexo é estudado cientificamente. Para ele, a lembrança de experiências sexuais e a repressão (especialmente entre as mulheres) seriam a causa de problemas psicológicos. A culpa começa a se desgarrar do sexo.
Estudos do zoólogo Alfred Kinsey mostram que a heterossexualidade monogâmica era apenas uma entre oito formas de comportamento sexual dos norte-americanos (como poligamia e zoofilia, por exemplo). Suas conclusões escandalizaram os Estados Unidos e lançaram a ideia de que, na cama, é normal ser diferente.
Jovens pregam o amor livre e o sexo sem culpa ou sem compromisso, especialmente entre as mulheres. Nessa década, o prazer feminino passa a ser debatido e a camisinha e a pílula anticoncepcional se popularizam, desvinculando o sexo da gravidez. Também surgem as sex shops e as revistas pornôs.