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Matérias / Crimes

O curioso caso de dois crimes exatamente iguais, só que com 157 anos de diferença

Mulheres com a mesma idade, que saíram para dançar, e foram mortas do mesmo modo, por assassinos em séculos diferentes

Vanessa Centamori Publicado em 11/04/2020, às 20h00

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Da esquerda para a direita: Mary Ashford (esquerda) e Barbara Forrest ( direita) - Divulgação
Da esquerda para a direita: Mary Ashford (esquerda) e Barbara Forrest ( direita) - Divulgação

Dois capítulos obscuros e muito estranhos marcam a história secular de Erdington, um subúrbio de Birmingham, na Inglaterra. O local já foi um recinto rural para viajantes que percorriam o trajeto entre Chester e Londres, do século 18 até o 19, e foi se modernizando ao longo do século 20.

Só que entre esses últimos dois séculos, um crime horrendo ocorreu exatamente da mesma maneira. Apesar dos 157 anos de diferença que separam os trágicos episódios, eles parecem ser exatamente iguais, como se a história se repetisse. 

O primeiro assassinato

Em 27 de maio de 1817, o corpo de Mary Ashford, de 20 anos de idade, foi encontrado em uma vala num terreno que seria transformado no parque Pype Hayes. O cadáver foi encontrado por um homem chamado George Jackson, que visualizou a roupa e sapatos da moça perto do local. 

Jackson alertou as autoridades, que perceberam que Mary Ashford estava de bruços e havia sido estuprada antes de morrer. Naquela noite, a moça foi até uma casa de shows, a Tyburn House, onde tinha dançado com uma amiga, Hannah Cox, e dois homens, Benjamin Carter e Abraham Thornton.

Mary Ashford / Crédito: Divulgação / Youtube

Quando o quarteto saiu do local já era meia noite. Assim, andou pela estrada principal, a Chester Road. Hannah Cox foi para casa e Benjamin Carter retornou a Tyburn House. Isso deixou Mary Ashford sozinha com Abraham Thornton. 

Às 4h da manhã, Mary retornou à casa da amiga Hannah para buscar algumas roupas que havia esquecido. Hannah perguntou, curiosa, o que ela havia feito. Mary estava calma e de bom humor e disse que havia passado um tempo com Thornton, que já tinha ido embora. 

Testemunhas disseram que viram Mary pouco após às 4h da manhã, quando a garota já tinha deixado a casa da amiga, em uma rua. Quatro horas depois, quando já era 8h da manhã, o corpo de Mary foi encontrado. Thornton foi incriminado. 

Representação do local onde ocorreu o assassinato / Crédito: Divulgação

Ele contou aos detetives que tinha transado com a garota e conversado com ela até as 3h da manhã; em seguida a acompanhou até a casa da amiga. Tinha esperado ela do lado de fora, mas desistiu e foi embora, pois ela nunca havia retornado. 

Durante o julgamento de Abraham Thornton, a opinião pública se convenceu da culpa dele. No entanto, o álibi fornecido por Thornton casou com a versão de algumas testemunhas do crimes. Por falta de provas, ele foi considerado inocente. 

O irmão da garota assassinada exigiu um novo julgamento, pois não acreditava na inocência de Thornton. O caso, no entanto, acabou sendo arquivado e de modo suspeito, Thornton se mudou para os Estados Unidos. 

Segundo crime 

Se passaram exatamente 157 anos, quando um segundo crime muito semelhante ocorreu, no mesmo dia 27 de maio, só que de 1974. Outra moça, também de 20 anos de idade, foi assassinada na mesma região, e seu corpo foi encontrado em uma vala próximo à estrada principal, em Erdington.

Ela chamava Barbara Forrest e era enfermeira em um hospital pediátrico. O corpo dela - assim como o de Mary Ashford - tinha sinais de estupro. A moça também tinha saído para curtir na noite em que fora morta. 

Só que ela não estava com uma amiga, mas com seu namorado, Simon Belcher, dançando em vários bares. O rapaz caminhou com ela até o ônibus, às 1h da manha. Foi a última vez que viu a namorada. 

Jornai ilustra assassinato de Barbara Forrest / Crédito: Divulgação 

O principal suspeito pelo assassinato da moça era também um homem com o sobrenome Thornton - ele se chamava Michael Ian Thornton e era colega de trabalho de Barbara Forrest. Cem detetives se envolveram no caso, provando que um álibi, fornecido pela mãe de Thornton, era falso. 

Michael Ian Thornton acabou sendo absolvido, pois não existiam exames de DNA na época. Em 2012, 38 anos após o caso, a irmã de Barbara Forrest exigiu que o material genético do suspeito fosse analisado. "Eles certamente possuem amostras. Se elas foram perdidas, alguém deveria nos contar", afirmou a irmã, Erika, ao site The Birmingham Live

Segundo o site, a família da falecida Barbara Forrest exigiu respostas após a Polícia de West Midlands afirmar que não podiam comentar se ainda existia provas relevantes de DNA. Uma porta-voz da polícia disse ainda que o caso não foi fechado. " Todos os casos não resolvidos estão sujeitos a revisão e esse não é uma exceção", contou. 

Por enquanto, Michael Ian Thornton ainda não foi condenado, assim como também havia ocorrido com Abraham Thornton, há exatos 157 anos. De modo muito similar, uma inocente noite de dança acabou custando caro para ambas as vítimas, de 20 anos de idade, mortas do mesmo modo.


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