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Matérias / Michael Rockefeller

Michael Rockefeller: O misterioso sumiço de um dos homens mais ricos do mundo

Desaparecido na década de 60, o caso do herdeiro dos Rockefeller jamais foi solucionado. Teria sido devorado por canibais?

Redação Publicado em 24/04/2020, às 09h00 - Atualizado em 14/02/2023, às 10h03

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Rockefeller em sua viagem à Nova Guiné - Peabody Museum of Archeology and Ethnology via Smithsonian Magazine
Rockefeller em sua viagem à Nova Guiné - Peabody Museum of Archeology and Ethnology via Smithsonian Magazine

Michael Clark Rockefeller era um membro da famosa família Rockefeller, talvez a mais poderosa da história dos Estados Unidos. No entanto, ele ficou famoso por uma triste história: em 1961, com apenas 23 anos, desapareceu na Nova Guiné Holandesa (hoje Indonésia) enquanto estudava e coletava arte da tribo de Asmat, uma comunidade isolada que habita a região até hoje.

Seu bisavô, John D. Rockefeller, fundador da petrolífera Standard Oil, foi um dos homens mais poderosos do mundo. Pesquisadores avaliam que, se a empresa não tivesse sido dissolvida por uma lei antitruste, valeria mais de um trilhão de dólares nos anos 2000.

Seu pai atuou como governador do estado de Nova York e vice-presidente dos Estados Unidos durante o mandato de Gerald Ford.

O sumiço do Rockefeller

Dinheiro nunca foi problema para os membros da família Rockefeller, o que permitiu que Michael saísse, ao se formar em História e Economia pela Universidade de Harvard, em busca de aventuras. Entusiasta da etnologia e da antropologia, participou de expedições e documentários que visavam estudar as diversas tribos isoladas que habitavam a Nova Guiné Holandesa.

Numa dessas expedições, em 1961, ele e um antropólogo holandês, René Wassing, estavam a bordo de uma canoa de 12 metros a aproximadamente cinco quilômetros da costa, quando o barco que usavam como base naufragou. Os dois guias, que estavam com eles, buscaram ajuda nadando.

Michael e Wassing ficaram à deriva na pequena embarcação por dois dias, até que o americano, cansado de esperar por socorro, resolveu nadar até a costa. Ele nunca mais foi visto, enquanto o antropólogo foi resgatado no dia seguinte.

A estranha circunstância que envolve o sumiço de Rockefeller, aliado ao fato de que seu corpo nunca foi encontrado, criaram rumores que sobrevivem até os dias atuais.

O mistério em torno do desaparecimento

Embora a tese mais aceita seja a de que ele se afogou (a canoa estava a cerca de 20 quilômetros da costa) ou foi atacado por tubarões e crocodilos de água salgada, alguns relatos instigam a imaginação de inúmeras pessoas

Em 1968, o jornalista Milt Machlin foi para a ilha com o objetivo investigar o desaparecimento de Michael. Logo derrubou o rumor e afirmou que ele estaria vivendo como um deus entre os nativos, mas seu relato conta sobre evidências de que ele teria chegado à costa e sido morto no vilarejo Otsjanep, habitado pelos Asmat (eram canibais, àquela altura), como vingança aos assassinatos de alguns líderes indígenas por uma patrulha holandesa alguns anos antes. 

Há ainda a corroboração de Tobias Schneebaum, artista e antropólogo que viveu por anos entre tribos canibais do Peru e do Sudeste Asiático. Ele relata em seu livro que conversou com índios Asmat e eles admitiram que encontraram Rockefeller e sacrificaram o seu corpo.

Também é especulado, que a mãe de Michael pagou uma enorme quantia a um investigador particular, e especula-se que ele tenha trazido três crânios, dados a ele pelos nativos como escambo, sob a alegação de que aqueles eram os únicos homens brancos que a tribo havia matado. A família Rockefeller nunca se pronunciou sobre o rumor.

Em 2014, mais de meio século depois, o jornalista americano Carl Hoffman publicou um livro acerca de suas investigações sobre o caso. Ele considera a obra de Milt Machlin  importante para a contestação da versão oficial (de que Michael teria se afogado), e grande parte dos testemunhos, coletados por Hoffman em suas inúmeras viagens ao local, corroboram a versão de que o bilionário teria sido 'devorado' pelos nativos.

No entanto, logo em seguida, o vilarejo poderia ter sido acometido por uma epidemia de cólera, e os indígenas entenderam como retribuição divina por matarem Rockefeller, segundo a obra de Carl.

Quando deixou as ilhas pela última vez, Hoffman gravou um Asmat afirmando que ele não poderia contar aquela história sob qualquer circunstância. Caso contrário, Hoffman e todo o “seu povo” morreria.