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Matérias / Personagem

O escândalo de Júlio III, o insólito Papa que adotou e se relacionou com um menor de idade

Ao assumir o lugar de Paulo III, o Santo Padre tirou um menino das ruas, no entanto, seu gesto de caridade logo se tornou em um pesadelo na Igreja

Nicoli Raveli Publicado em 03/05/2020, às 12h00 - Atualizado às 19h30

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Júlio III, nomeado Papa em 1550 - Wikimedia Commons
Júlio III, nomeado Papa em 1550 - Wikimedia Commons

Antes de se tornar papa, Giovanni Maria Ciocchi recebia aulas em casa do professor Raffaele Brandolini Lippo, o que o incentivou a seguir a carreira de direito. Mais tarde, o homem se especializou na área canonista, um conjunto de leis e regulamentos realizados e adotados por líderes de igrejas, não apenas como teólogo. 

Em 1536, ele foi nomeado como Cardeal Sacerdote pelo Papa Paulo III e pôde acompanhar de perto os passos do Pontífice. Ciocchi permaneceu por muito tempo no cargo, até que o então papa morreu em 1550 e o acadêmico foi eleito para substituí-lo, tornando-se Júlio III.

Posteriormente, ainda foi nomeado como Bispo de Pavia e governador de Roma, além de também ser designado arcebispo de Siponto. Entretanto, seu governo como líder mundial da Igreja Católica Apostólica Romana foi marcado por um escândalo insólito.

Estátua do Papa Júlio III / Crédito: Divulgação 

O Escândalo de Innocenzo

Entre os diversos rumores sobre o papa, acredita-se que o Escândalo de Innocenzo tenha sido o que mais gerou repercussão. Apesar de a santidade ter realizado diversas tentativas para refinar a imagem da igreja, sua busca pelo prazer acabou degradando ainda mais a instituição, uma vez que ela já estava comprometida por boatos sobre corrupção.

Era um dia como qualquer outro quando o Papa Júlio III decidiu acolher um garoto de 13 anos que era morador de rua. O menino rapidamente foi inserido na família do Santo Padre. Com o passar do tempo, o diplomata o intitulou como sobrinho.

Innocenzo Ciocchi Del Monte, como passou a ser chamado, vinha de uma situação de extrema pobreza, sua mãe era uma moradora de rua e ninguém sabia quem era seu pai, e assim que o cardeal bateu os olhos no garoto, o levou para morarem juntos. 

O que poderia apenas ser um gesto de caridade vindo do homem santo, na verdade se tornou uma enorme polêmica. Os dois começaram a ter um caso e não faziam questão alguma de esconder de ninguém o que acontencia. 

Por ser o preferido do Papa, o menino tinha um cargo de muito destaque dentro da igreja. Os outros cardeais odiavam o fato e destestavam ainda mais as hostilidades que o amante do Papa fazia com eles.

Innocenzo tornou-se um cardeal e pôde dispor dos benefícios oferecidos pela igreja. Não demorou muito para que os primeiros rumores aparecessem. "Ele se apaixonou loucamente pelo garoto e como benefício do romance, (Innocenzo) foi elevado à posição de cardeal", afirmou o historiador australiano-americano Robert Aldrich.

Cardeais que eram mais sensíveis à necessidade de reformar os costumes da Igreja para combater a Reforma Protestante protestaram em vão contra a elevação de Innocenzo.

Embora não tenha sido condenado pelo relacionamento controverso, os cinco anos do chefe católico foram prejudicados por seu relacionamento homossexual com o menor. Em 1555, Júlio III faleceu devido a complicações causadas pela gota e seu amado participou de dois conclaves papais, no mesmo ano.

Innocenzo só foi afastado da igreja após ser acusado pelo assassinato de dois homens que o haviam denunciado de ter estuprado duas mulheres. O assassino afirmou ter cometido os crimes porque aquelas pessoas "pronunciaram palavrões a seu respeito". Ele foi preso Castel Sant'Angelo por ordens do Papa Pio IV. 

Em 1577 o jovem morreu e foi enterrado em completo anonimato, sob a lápide não marcada da família Del Monte na Igreja de San Piero, em Roma. Evitado e ignorado na vida, ele foi esquecido na morte. 


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