Em 1994, Sylvester Stallone usou um artificio condenável antes de gravação com Sharon Stone
Sharon Stone era considerada um símbolo sexual na década de 1990, muito em virtude da atriz ser capa da playboy no começo da década e das personagens que ela interpretava nos cinemas — muitas delas usavam da eroticidade para manipular os outros.
Dois anos depois do ensaio, ela deixou muitos homens de queixo caído com seu cruzar de pernas fatal em Instinto Selvagem, de 1992. No ano seguinte, ela protagonizaria outra cena quente no filme Invasão de Privacidade, mas negou se despir ao saber que William Baldwin, seu parceiro de elenco, não faria o mesmo devido a uma clausula contratual.
Assim, Robert Evans, produtor do filme, lhe falou: “Nenhum ator chegou a ser uma estrela despindo-se, e nenhuma atriz chegou a ser uma estrela sem se despir.”
A próxima aparição de Stone nas telonas seria em 1994, no longa O Especialista. A produção mesclava dois artifícios que davam certo: as cenas de ação estupidamente absurdas e o thriller erótico. Sharon contracenaria com um dos maiores símbolos do gênero: Sylvester Stallone. A cena de sexo entre os dois foi comercializada como “algo nunca visto” nas telonas.
“Sharon tem um grande apelo. Meu personagem mergulha tão profundamente na mente do seu que, quando afinal se conhecem, há uma explosão erótica”, dizia Stallone. “Sharon já domina esse tipo de filme, então suponho que é a escolha adequada”.
Apesar das declarações, a cena em questão ainda não havia sido filmada, mas os produtores precisariam dela a qualquer custo para o filme ser um sucesso. Após as filmagens, Stallone definiu o ato assim: “No início ela não queria fazer essa cena de sexo. Então pensei que o melhor seria embebedá-la. Sharon tomou algumas taças e disse: ‘Ok, vou fazer!”.
Mais detalhes sobre a cena foram revelados anos depois, em 2006, durante uma entrevista do ator para o site Ain’t It Cool. “Três palavras: Sharon Stone, chuveiro. Quantas vezes você boicotou a filmagem dessa cena para poder repeti-la?”, perguntaram.
Stallone declarou que, no primeiro momento, não queria gravar o ato, pois Sharon não cooperava. “Chegamos ao set e ela decidiu que não queria tirar a roupa. O diretor pediu à maioria da equipe que saísse do quarto, mas ela continuava se negando a tirar. Se eu havia prometido que não passaria do limite com ela, então qual era o problema? ‘É que estou de saco cheio de nudez’, disse ela. Eu pedi que ficasse de saco cheio disso no filme de outro. Como ela não se convencia, fui até o meu trailer e peguei uma garrafa de vodka Black Death que Michael Douglas tinha me dado. Após algumas doses, éramos puro tesão.”
O resultado foi uma bizarra cena de sexo embalado com uma música com saxofone. No ato, Stone e Sylvestre praticamente não se tocam e muito menos se olham nos olhos. Mesmo assim, a câmera se deslumbrava entre os músculos saltitantes do ator.
“A estranha forma como Stallone acaricia a cabeça de Stone, com o braço esticado para trás revolvendo seu cabelo com a palma da mão enquanto olha para frente distraído, é a forma como um homem acariciaria seu gato enquanto pensa em outras coisas mais importantes”, dizia um crítico.
“A cena está tão produzida que o sexo nunca pareceu tão vulgar e tão pouco sexy. Um monumento ao anticlímax. São duas pessoas desconectadas porque estão concentradas demais em si mesmas”, completava outra.
O filme é uma típica produção daquelas que exploram a sexualidade uma mulher para atrair o público pelos seus extintos mais primários. Mesmo o corpo de Sharon sendo a maior parte do apelo comercial do filme, ele só recebeu cerca de 19 milhões de reais pelo longa — menos da metade do que Stallone, que ganhou 44 milhões.
“Os homens pegam no saco, esfregam a sexualidade deles em você, te gritam do carro, são condescendentes”, disse Stone. “As mulheres são ensinadas a ceder, com comportamentos que vão minando nossa autoestima, nossa integridade, nossa feminilidade. Não pretendo voltar a me esforçar para agradar os demais ou para evitar a confrontação”, declarou.
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