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Matérias / Boris Yeltsin

O futebol nuclear de Boris Yeltsin

Em janeiro de 1995, um episódio inusitado teve consequências ameaçadoras

Natália Rangel // Edição Izabel Duva Rapoport Publicado em 03/04/2022, às 08h00

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Boris Yeltsin - Getty Images
Boris Yeltsin - Getty Images

A União Soviética nem existia mais, mas em 25 de janeiro de 1995, o mundo passou por outro susto no que se refere a ameaça nuclear. E dos grandes.

Era perto da hora do almoço, quando os radares russos detectaram o lançamento de um foguete proveniente de uma ilha na costa noroeste da Noruega.

Rússia se prepara

Por alguns minutos, a Rússia esteve preparada para iniciar um ataque nuclear contra os Estados Unidos.

O ex-presidente russo, Boris Yeltsin, declararou depois que, pela primeira vez, ativara o dispositivo que lhe permitia se comunicar com os comandantes militares em tempo real e que o levava numa maleta preta.

A limitada resolução do sistema só permitia identificar a velocidade e a altitude que o míssil atingira e os dados obtidos batiam com os de um míssil nuclear americano Trident.

Os estrategistas russos interpretaram o lançamento como uma tentativa de “cegar” seus radares enquanto um ataque maior estaria partindo da base terrestre, nos Estados Unidos.

Base secreta

O sistema de prévio alarme não pôde confirmar o ataque e Yeltsin foi levado às pressas para uma base secreta.

Após 30 minutos de tensão, em que a imprensa mundial só sabia que o ex-presidente russo fora visto carregando a sua maleta nuclear, o Kremlin e as Forças Armadas anunciaram que não haveria retaliação e que o foguete disparado tinha finalidades de pesquisa meteorológica.

O caso repercutiu severamente no Congresso americano. Senadores exigiram explicações detalhadas da Nasa sobre o fato e a necessidade de fazer alguma coisa para impedir que informações equivocadas terminem por gerar um risco real de confronto.

Em documento oficial, o comando militar informou que lançou um míssil Black Brant de pesquisa e que os radares russos, que ficam a 750 quilômetros dali captaram o sinal e o interpretaram equivocadamente.


*Esse é um dos trechos da reportagem 'A ameaça constante do apocalipse nuclear', da edição 227. Confira outro aqui.