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Matérias / Coronavírus

O homem que acreditava que o coronavírus não passava de uma farsa e morreu em decorrência da doença

Gary Matthews caiu em desgraça ao se deparar com teorias conspiratórias em meio à pandemia

Isabela Barreiros, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 31/01/2021, às 08h00

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O inglês Gary Matthews, de 46 anos - Divulgação - Tristan Copeland/The Guardian
O inglês Gary Matthews, de 46 anos - Divulgação - Tristan Copeland/The Guardian

Com a pandemia do novo coronavírus, a doença se tornou o novo assunto de informações falsas que são divulgadas principalmente nas redes sociais. As fake news se tornaram mais conhecidas a partir das eleições de Donald Trump, nos Estados Unidos, em 2016, mas continuam tendo relevância e causando enormes problemas.

Essa situação se agrava especialmente quando se trata de uma crise sanitária e humanitária, como é a que estamos vivendo atualmente devido ao novo coronavírus. Espalhar informações erradas sobre uma doença pode causar a morte de alguém que acreditou no que leu.

Isso não é apenas uma suposição: essa história de fato aconteceu na cidade de Shropshire, na Inglaterra. Gary Matthews, de 46 anos, recebeu o resultado positivo de seu teste para o novo coronavírus no dia 12 de janeiro e, no dia seguinte, foi encontrado morto em seu apartamento. 

Como muitos, ele acabou se afundando no submundo digital de grupos do Facebook que contém inúmeras publicações anti científicas sobre a pandemia que assola o mundo atualmente. Mas para o primo de Matthews, Tristan Copeland, os negadores do vírus foram ‘cúmplices’ de sua morte.

Imagem ilustrativa de um teste positivo para coronavírus / Crédito: Pixabay

"Acho que eles foram cúmplices da morte de Gary, com certeza", disse Copeland à BBC News. “Eles o encorajaram a não usar máscara e eu acho que se ele estivesse usando máscara, se ele estivesse isolado, se ele não fosse trabalhar, eu acho que ele teria uma proteção maior — acho que ele estaria vivo hoje”, afirmou.

Copeland explica que o primo já tinha interesse em teorias da conspiração antes do coronavírus se tornar uma realidade indiscutível. A diferença, porém, é que elas não traziam riscos à sua vida, como aconteceu. Ele se juntou ao grupo no Facebook no ano passado, e sua vida foi "ameaçada por uma enxurrada de notícias falsas".

A situação, conforme explicado pelo primo de Matthews, foi a seguinte: ele ficou doente durante uma semana antes de fazer um teste para o novo coronavírus, pressionado pela família. Com o positivo, ele ficou em casa, mas já não era mais possível mudar o cenário, e ele faleceu no dia seguinte. 

"Eu só queria que essas ideias não tivessem tomado conta de sua vida", disse. Ele contou ainda que, no começo, pedia que Matthews usasse máscara, a principal ferramenta para evitar a transmissão do vírus, e que mantivesse o distanciamento social, evitando aglomerações. No entanto, isso não funcionou.

“Mas ele e seus amigos pensavam que precisavam sair e encontrar pessoas para mostrar que não acreditavam no governo”, explicou. Depois de muito tentar, ele silenciou o primo no Facebook, o que o impossibilitava de ver as publicações com informações falsas divulgadas pelo homem. 

"Eu gostaria de ter mantido contato com Gary; falei mais com ele nos últimos seis meses. O aniversário dele foi no dia 10 de janeiro e ele faleceu no dia 13, eu realmente gostaria de ter entrado em contato com ele”, lamentou. 

Depois da morte

Copeland explicou que “ele deu positivo e foi instruído a ir para casa e se isolar, o que ele fez, e acho que ele morreu na manhã seguinte”. No dia 13 de janeiro, ele foi encontrado morto por seu pai, sozinho em seu apartamento. A causa da morte estava confirmada: covid-19. Mas, ainda assim, os negacionistas não estavam satisfeitos.

Segundo ele, alguns membros do grupo ficavam “assediando” a família de Matthews, pedindo por um teste post-mortem, porque não acreditavam na causa da morte afirmada. 

“[A causa da morte] já havia sido confirmada por ter sido Covid pelo pai, pelo legista, pelo hospital que levou seu corpo”, disse. “Eles [familiares] continuam sendo abordados pelo grupo; eles [membros do grupo] têm pedido uma autópsia para investigar a morte de Gary. Eles não acreditam que ele morreu de covid-19."


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