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Matérias / Estados Unidos

O homem que encontrou uma relíquia milionária do pai da fotografia dos EUA

O americano Rick Norsigian comprou pertences de Ansel Adams, por acaso, e entrou em uma disputa feroz na justiça no início da década de 2000

Alana Sousa Publicado em 28/02/2021, às 13h00

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Uma das fotografias famosas de Ansel Adams, no Parque Nacional de Yosemite mostra o naturalista Ansel Hall - Divulgação
Uma das fotografias famosas de Ansel Adams, no Parque Nacional de Yosemite mostra o naturalista Ansel Hall - Divulgação

Rick Norsigian sempre fora obcecado por antiguidades. Morador dos Estados Unidos, o homem costumava ir a antiquários e brechós para aumentar sua coleção de relíquias. Em 2001, ao visitar uma venda de garagem na cidade de Fresno, Califórnia, encontrou um tesouro que mudaria sua vida.

Ao se deparar com uma coleção de 65 negativos em vidro de imagens preto e branco, negociou com o vendedor até adquirir o produto por apenas 45 dólares. Conseguiu o que queria e começou a desconfiar da origem daquelas fotografias antigas.

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Fotografia de Ansel Adams / Crédito: Divulgação

Norsigian contratou um advogado em julho daquele ano e se surpreendeu com o que havia comprado. O especialista, Arnold Peter, contou que as imagens pertenciam a Ansel Adams, considerado o pai da fotografia nos EUA.

Os negativos eram referentes aos primeiros trabalhos fotográficos do artista, entre 1919 e 1937. No entanto, o tesouro teria sido, supostamente, perdido em um incêndio em1930. A história, é claro, não era verdade, os objetos estavam em bom estado e em uma loja improvisada antes de serem comprados por Rick.

Além do valor histórico das imagens, Peter revelou a parte que, para Norsigian, traria sérios problemas. Naquele período, 20 anos atrás, a relíquia estava estimada em 200 milhões de dólares.

Os negativos perdidos de Ansel Adams

Ansel Adams foi um dos maiores fotógrafos dos EUA. Suas imagens apresentavam o oeste americano de maneira única. Até hoje, algumas capturas são usadas em cartões postais e integram um mercado lucrativo, eternizando o nome e legado do artista.

Assim, quando percebeu a fortuna que tinha em mãos, a primeira ideia de Norsigian foi tentar fazer render ainda mais a quantia. Abriu um site e começou a revender o que ele chamava de “os negativos perdidos de Ansel Adams”.

As fotografias variavam de preço, sendo que algumas chegavam a custar até 7,5 mil dólares. Os produtos eram separados por categorias, que o próprio Rick criara, entre “edições limitadas” e “numeradas à mão”.

Por certo tempo, o projeto pareceu funcionar, com muitos admiradores de Adams comprando os negativos ainda que custasse um preço exorbitante. Anos mais tarde, com o sucesso da loja, o Ansel Adams Trust teve conhecimento dos negativos e decidiu entrar com um processo.

O instituto é responsável por cuidar de direitos autorais, regulando a venda ilegal e reprodução de imagens falsas que são creditadas ao pai da fotografia americana. A controvérsia sobre a veracidade do tesouro de Norsigian já havia sido levantada por outros pesquisadores, que afirmavam que os negativos, na verdade, eram de Earl Brooks, antigo residente de Fresno e fotógrafo respeitado.

Fotografia famosa de ansel Adams / Crédito: Divulgação

Disputa milionária

A ação da Ansel Adams Trust foi agressiva. Alegando que além de violar os direitos legais, a autoria das fotos era falsa. Em entrevista à CNN, o diretor do instituto William Turnage, se referiu a Rick como “vigarista”.

Como resposta, Norsigian abriu uma ação judicial, comentando que a organização era culpada de “calúnia, difamação, concorrência desleal, calúnia comercial, conspiração civil e interferência injusta com um candidato a vantagem econômica”.

O processo durou alguns meses, chegando a um desfecho apenas em 2011, como noticiou o jornal britânico The Independent. Apesar de tentarem resolver as questões no tribunal, ambos os lados chegaram a um acordo particular, que não foi divulgado.

O empresário conseguiu o direito de continuar vendendo sua coleção, contanto que não falasse que os negativos eram de Adams. O Ansel Adams Trust, assim como Rick, custearam as próprias despesas em corte.


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