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Matérias / Bizarro

O homem que acreditou ter solucionado o crime da Dália Negra

Steve Hodel passou pelo menos 15 anos catalogando evidências e investigando o passado do pai, segundo explicou em seu livro

Ingredi Brunato Publicado em 16/09/2020, às 09h00 - Atualizado em 14/01/2022, às 10h00

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George Hodel (à esq.) e Dália Negra (à dir.) - Divulgação
George Hodel (à esq.) e Dália Negra (à dir.) - Divulgação

Steve Hodel é um ex-detetive do LAPD, o Departamento de Polícia de Los Angeles. Durante seu período como detetive, que durou mais de 23 anos, ele construiu uma sólida reputação na investigação de homicídios. 

Todavia, a investigação pelo qual ele ficou famoso foi uma experiência um tanto pessoal, que teve início quando seu pai, George Hodel, morreu. O ex-detetive vasculhava pertences da figura paterna, quando encontrou a primeira das muitas evidências com os quais viria a se deparar durante os próximos anos: havia uma foto de Elizabeth Short, conhecida popularmente por Dália Negra, em um antigo álbum de fotografias.   

O crime envolvendo o assassinato da Dália Negra foi um dos mais famosos homicídios sem solução da Califórnia, nos Estados Unidos, onde morava o pai de Steve. Ele aconteceu em 1947, e ganhou grande cobertura da mídia, especialmente por sua brutalidade. 

A aspirante a atriz foi encontrada com o corpo cortado ao meio, seu útero removido e cortes em seu rosto simulando um sorriso macabro. A crueldade do crime não parou por aí: a moça de apenas 22 anos havia sido forçada a comer fezes antes de sua morte.

Fotografia de Elizabeth Short, a Dália Negra //Crédito: Divulgação

Evidências 

Ao embarcar na investigação da morte de Dália Negra, Steve logo encontrou grandes desafios. Afinal de contas, a maioria das testemunhas e policiais que trabalharam no caso originalmente não estão vivos, e diversas evidências físicas também se perderam com o tempo. 

A despeito disso, o ex-detetive não teve sua determinação abalada. Ele conversou com familiares e amigos dessas testemunhas e policiais, por exemplo, tentando reconstruir o que se sabia na investigação da época. Muitos deles, por exemplo, ouviram que o departamento acreditava que o culpado morava na Avenida Franklin, que acontecia de ser onde o pai de Steve morava na época do crime. 

Outros achados definitivamente suspeitos foram recibos antigos que confirmavam a compra de 10 sacos de concreto por parte de George apenas alguns dias antes do assassinato de Elizabeth. Eles eram do mesmo tamanho e marca que os encontrados na cena do crime, tendo servido para carregar o corpo da moça. 

Uma revelação importante

Uma das provas mais aguardadas pelo ex-detetive, contudo, veio após a publicação de seu livro, chamado “Black Dahlia Avenger” (“Dália Negra Vingada”, em tradução livre). Um jornalista  estava escrevendo uma matéria sobre o livro quando conseguiu acesso a documentos pertencentes ao tenente Frank Jemison, que havia liderado a investigação do assassinato. Os arquivos elaborados pelo tenente continham a lista de principais suspeitos, e nela estava ninguém menos que George Hodel, o pai de Steve

Em 1950, a casa do pai do ex-detetive aparentemente foi grampeada pela polícia. As falas registradas pelo grampo são alarmantes, incluindo por exemplo: “Suponha que eu tenha matado a Dália Negra. Eles não podiam provar isso agora. Eles não podem mais falar com minha secretária porque ela está morta”. 

Ainda mais perturbador é que esse foi o mesmo dia em que os policiais puderam ouvir uma mulher gritar na casa de George, e em uma outra ligação o suspeito falou de “eles” teriam descoberto algo que “matou ela”, quem quer que essa “ela” fosse. 

Uma investigação interminável 

“Ele é como um pit bull”, disse Kelly Hodel sobre o ex-detetive, em entrevista ao The Guardian. “Uma vez que ele enfia os dentes em algo, ele não desiste.” E é verdade: mesmo depois do lançamento de seu livro, que recebeu grande cobertura da mídia norte-americana, Steve Hodel não parou de investigar. 

O ex-detetive teria seguido uma trilha de evidências que conectaram seu pai a dezenas de outros assassinatos espalhados pela cidade, incluindo outra famosa série de crimes nunca solucionados cujo criminoso ganhou o apelido de “assassino do Zodíaco”. Embora Hodel tenha lançado um livro abordando isso também, recebeu bem menos atenção midiática dessa vez. 

Nem todos, no entanto, acreditam que o trabalho de Steve é assim tão interessante, ou sequer realmente confiável. O tenente Brian Carr, oficial responsável por arquivos no departamento de polícia de Los Angele, comentou o caso em 2009: “Não tenho tempo para provar ou refutar o que [Hodel] diz. Estou enterrado em outros casos que têm evidências que são possivelmente solucionáveis.”

Para o ex-detetive, a opinião do oficial não é tão importante assim. Em entrevista ao The Guardian, afirmou ter desistido há muito tempo de convencer policiais a colaborarem com sua investigação. “Meu juiz e júri são o público. Meus leitores. E eles entendem.”, concluiu Steve


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