No dia 1º de maio de 1865, os três países firmaram uma aliança contra o Paraguai
No dia 1º de maio de 1865, há exatos 157 anos, o Império Brasileiro assinou, junto ao Uruguai e à Argentina, o Tratado da Tríplice Aliança, durante o conflito que ficou conhecido como a Guerra do Paraguai.
No ano anterior, o Exército do Brasil havia invadido temporariamente o território uruguaio, levantando as suspeitas de Solano López, presidente paraguaio, de que logo seu país também seria alvo.
Foi nesse contexto que, no dia 10 de novembro, ordenou-se a apreensão do navio do Império Marquês de Olinda, que subia o Rio Paraguai na direção da província Mato Grosso. O passo seguinte seria atacar o Brasil.
Naquele mesmo ano, em 23 de dezembro, as tropas paraguaias lançaram uma ofensiva contra Mato Grosso, conquistando o território. No ano seguinte, em abril, as forças de López cruzaram solo argentino com o objetivo de atacar o Rio Grande do Sul e o Uruguai.
Segundo informações do site MultiRio, dizia-se que, na época, que Solano López imaginava que a vitória no Mato Grosso levaria o Brasil a acertar um acordo com o Paraguai.
Além disso, ele acreditava que seu país receberia apoio dos blancos uruguaios e das províncias argentinas opositoras a Mitre, de modo que se tornaria uma potência na América. No entanto, o que aconteceu a seguir foi o extremo contrário.
Em 1º de maio de 1865 foi assinado o Tratado secreto da Tríplice Aliança, o qual determinava que a paz somente seria alcançada depois que o líder paraguaio fosse deposto. O documento também determinava que o Paraguai poderia ser sentenciado a pagar os altos custos decorrentes do conflito.
Como os aliados tinham um número muito maior de soldados, acreditava-se que o conflito teria curta duração. A guerra, no entanto, se estenderia até o ano de 1870, quando López foi morto na Batalha de Cerro Corá. Àquela altura, o Paraguai, que havia tido sua população dizimada, se encontrava totalmente devastado.
Inicialmente, faziam parte do Exército imperial os soldados das milícias da Guarda Nacional de São Paulo, Minas Gerais e Goiás. Mais tarde, porém, fez-se necessário o uso do recrutamento.
No primeiro ano da guerra, quando o conflito era visto como uma "cruzada patriótica", os brasileiros se apresentavam voluntariamente ao Exército. Contudo, o recrutamento logo se tornou compulsório.
No 13 de dezembro de 1867, a imprensa na Corte publicou uma nota no Opinião Liberal que dizia: "Foi resolvido em Conselho de Ministros a desapropriação de 30.000 escravos para formarem um novo exército libertador do Paraguai. (...) Com tal exército, espera o governo salvar a honra do país e desagravá-lo das ofensas recebidas."
Conforme apontou a fonte, essas desapropriações acabariam por provocar uma crise na estrutura econômica do Império, a qual tinha como base a mão-de-obra escrava. Nelson Werneck Sodré, importante historiador brasileiro, considerava o processo um "estímulo implícito" para a "extinção do escravismo", o que se tornaria evidente ao final da guerra.