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Matérias / Arqueologia

O esqueleto da princesa Eansvida, descoberto na parede de uma igreja

Os ossos foram encontrados em 1885, mas permaneceram uma incógnita até uma pesquisa recente finalmente identificá-los

Isabela Barreiros Publicado em 16/12/2020, às 08h00 - Atualizado em 01/01/2022, às 11h00

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Ossos encontrados e representação da Santa Eansvida - Divulgação/ Mark Hourahane/ Wikimedia Commons
Ossos encontrados e representação da Santa Eansvida - Divulgação/ Mark Hourahane/ Wikimedia Commons

Em 1885, ossos humanos foram encontrados em uma das paredes da Igreja de Santa Maria e Santa Eansvida, localizada na cidade de Folkestone, em Kent, na Inglaterra. Durante muitos anos, o esqueleto permaneceu não identificado, gerando um mistério que durou até poucos meses.

Em março deste ano, pesquisadores conseguiram finalmente colocar um ponto final nessa história. Na época em que os restos mortais foram encontrados, a tecnologia ainda não possibilitava uma análise aprofundada no corpo, o que mudou com os avanços na área feitos recentemente.

Os cientistas utilizaram a tecnologia de datação por radiocarbono para colocar idade nos ossos encontrados, que revelou que os fragmentos datam do século 7 d.C. e estiveram escondidos na parede da igreja por mais de 1.100 anos, até o momento em que foram retirados e conservados para a realização de estudos de identificação. 

Depois de definirem a idade dos restos mortais, os pesquisadores desenvolveram uma hipótese inicial: a de que eles pertenciam à própria Santa Eansvida, uma princesa anglo-saxônica que viveu na região entre os anos 614 e 640. 

Crédito: Divulgação - Mark Hourahane

Eles perceberam que o esqueleto era de uma mulher, que provavelmente morreu entre os 17 e 20 anos de idade, que não apresentava sinais de desnutrição. Essa última característica evidenciava que a pessoa tinha um status elevado, levando em conta a situação da população no geral na época.

A mulher que posteriormente virou santa era filha do rei Eadbaldo, que governou a região de Kent desde 616 até sua morte em 640. Consequentemente, a princesa era neta do rei Ethelbert, que elevou o status de Kent, transformando-a em uma força importante na Inglaterra no geral. O homem também foi o primeiro monarca a se converter ao cristianismo. 

Além disso tudo, ela também foi uma figura de extrema importância na Inglaterra, sendo responsável pela criação do primeiro convento na região e o primeiro mosteiro composto somente por mulheres na Inglaterra. Apesar da notável realização, a santa morreu muito jovem, como também foi confirmado por meio da análise de seus ossos.

Até hoje, não se sabe exatamente o que causou a morte da impressionante princesa. No entanto, com a identificação de seu corpo, a expectativa é que especialistas possam finalmente entender o que teria causado o óbito da moça tão cedo.

Andrew Richardson, membro da equipe que datou os ossos na Fundação Arqueológica de Cantebury, explicou a importância da descoberta dada a idolatria e história da santa: “Agora parece provável que tenhamos os únicos restos sobreviventes de um membro da família real de Kent e de uma das primeiras santas anglo-saxônicas”.

Crédito: Wikimedia Commons

“Há mais trabalho a ser feito para aproveitar todo o potencial dessa descoberta. Mas certamente o projeto representa uma combinação maravilhosa não só de arqueologia e história, mas também de uma tradição de fé viva e contínua em Folkestone de meados do século VII até os dias atuais”, acrescentou. 

Segundo Lesley Hardy, do Projeto Finding Eanswythe da Canterbury Christ Church University, essa descoberta mostra-se ainda mais especial quando analisamos o contexto da cidade em que ela foi encontrada. 

“Folkestone é um lugar extremamente antigo, mas grande parte de sua herança foi apagada durante o desenvolvimento nos séculos 19 e 20. Eansvida estava no centro da comunidade, pois as pessoas a viam como uma heroína local. Trazê-la de volta à luz é algo bastante especial”, afirmou.


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