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Matérias / Segunda Guerra Mundial

O plano nazista para exterminar os soviéticos

Alemães mataram 2 milhões de russos em menos de um ano

Paola Orlovas, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 30/01/2022, às 09h00

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Imagem ilustrativa - Wikimedia Commons
Imagem ilustrativa - Wikimedia Commons

Documentos localizados em arquivos russos e alemães quase 73 anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial mostraram que os nazistas haviam buscado uma forma mais barata e mais eficiente de matar os soldados soviéticos.

Colocando os presos do exército da União Soviética dentro de uma espécie de laboratório, os alemães conseguiram matar ao menos dois milhões dos russos por meio de testes, usando de técnicas como fuzilamentos em massa e fome.

Mantidos em arquivos das antigas forças armadas nazistas, também chamadas de Wehrmacht, os documentos, agora presentes no arquivo da Segunda Guerra Mundial em Moscou e nos Arquivos Federais Alemães, começaram a ser digitalizados em 2016, depois de um pedido feito pelos ministérios do Exterior da Alemanha e da Rússia. As informações são do portal de notícias O Globo, em reportagem de 2018.

Uma historiadora da organização não-governamental Kontakte, chamada Sybille Suchan-Floss, analisou os registros, e explicou que, os oficiais nazistas pararam de alimentar os soviéticos que estavam presos não apenas porque os enxergavam como uma raça inferior, mas também porque queriam evitar uma possível crise de fome entre a população alemã, algo que se deu décadas antes, durante a segunda metade da Primeira Guerra Mundial.

Ainda de acordo com a matéria, daqueles 5,7 milhões de soviéticos que foram aprisionados pelos nazistas alemães, 2 ou 3 milhões morreram. Além disso, a “guerra do Leste”, acabou custando as vidas de 27 milhões dos habitantes da União Soviética.

'Atrocidades'

Peter Jahn, o antigo diretor do Museu Alemão-Russo Berlim-Karlshorst e historiador, acredita que até hoje a profundidade das atrocidades que os nazistas cometeram contra o povo soviético ainda não é conhecida pela história.

Para ele, a Alemanha não teve interesse em abordar o assunto devido ao fato de que grande parte das famílias do país ter tido um membro envolvido na guerra, e os mesmos estavam, quase sempre, no lado que seria responsabilizado pelas mortes.

Além disso, a Guerra Fria também teve um papel essencial em fazer com que o Ocidente esquecesse das vítimas da guerra que eram soviéticas. 

Além da guerra

Os nazistas acreditavam que os eslavos eram os penúltimos dentro da sua hierarquia de raças, os colocando à frente apenas dos judeus. As grandes terras e a baixa densidade demográfica do Leste da Europa fizeram com que os planejamentos estratégicos dos alemães também se voltassem para a região, onde eles enxergavam uma possibilidade grande de crescimento da população alemã. Sybille também explica que a Alemanha buscava não apenas vencer a guerra contra a União Soviética, mas também colonizá-la.

O plano, ainda de acordo com a historiadora da Kontakte, era identificar todos os habitantes eslavos destas terras por meio de seus nomes ou idiomas maternos, matar parte deles e deixar com que outra parte vivesse, mas apenas para o uso deles como mão de obra escrava.

A forma de oficializar a estratégia foi uma ordem de Heinrich Himmler, dada no ano de 1942, que dizia que após a matança que planejavam, 5 milhões de alemães seriam trazidos para a região ao longo de um período de 25 anos.