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Matérias / Crimes

O que aconteceu com o responsável pelo brutal atentado da Noruega, ocorrido há 10 anos

O massacre neonazista de Anders Breivik matou 77 pessoas na tentativa de "proteger o país" contra uma suposta "invasão muçulmana", segundo ele alegou em tribunal

Ingredi Brunato, sob supervisão de Alana Sousa Publicado em 22/07/2021, às 16h00

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Anders Breivik em tribunal - Divulgação / Youtube/ euronews
Anders Breivik em tribunal - Divulgação / Youtube/ euronews

Em 2011, a Noruega, país conhecido por sua baixa taxa de violência e criminalidade, ficou horrorizada com um massacre que tirou a vida de 77 pessoas. O responsável pelos crimes brutais foi Anders Breivik, um homem com uma ideologia de extrema direita neonazista e xenofóbica. 

O assassino começou sua matança abandonando uma caminhonete lotada de explosivos na frente do prédio onde estavam os políticos noruegueses, incluindo o primeiro-ministro. A explosão causou a morte de 8 pessoas — nenhuma delas foi o primeiro-ministro, que se encontrava em casa no momento do incidente. 

Após esse primeiro ataque, Anders se dirigiu à outra região da Noruega onde ocorria uma reunião de jovens filiados ao partido do governo. Lá, o homem invadiu o evento se passando por um policial e começou um tiroteio que deixou um total de 69 vítimas fatais, a maioria delas sendo apenas adolescentes. O crime foi lembrado por uma matéria do G1 de 2012. 

Naquele ano, foi finalizado o julgamento do criminoso, que assumiu a responsabilidade dos atentados em tribunal, contudo afirmou também que o que tinha feito tivera o objetivo de “proteger o país” contra uma suposta “invasão muçulmana”, avaliando assim seus ataques como "atrozes, mas necessários". O partido do governo, por sua vez, fora um alvo por possuir visões políticas favoráveis à imigração. 

Um julgamento incomum 

O julgamento de Breivik, uma vez que já havia determinado no início que o homem era culpado pelos ataques (já que ele admitiu ser o responsável), se concentrou em avaliar se o terrorista deveria ser enviado a um hospital psiquiátrico ou então para a prisão. 

Em geral, a defesa de criminosos costuma pedir pela primeira opção, quando ela é possível, visto que ela é mais leve que a segunda. Assim, seria avaliado que réu era incapaz de ser penalmente responsabilizado por motivo de insanidade. 

Anders chorando em tribunal / Crédito: Divulgação/ Youtube/ AFP Português 

Nesse caso, ainda conforme repercutiu o G1, ocorreu uma troca curiosa, com os advogados de Anders mantendo a narrativa de que seu cliente era mentalmente são, e portanto, podia ser enviado para a cadeia. 

O motivo pelo qual o terrorista preferia essa narrativa era porque nesse cenário sua crença política distorcida seria levada mais a sério, e não vista como produto de uma mente adoecida. 

Assim, quando Breivik ouviu que havia sido sentenciado a 21 anos de prisão — que é a pena máxima na Noruega —, deu um sorriso de satisfação. Outra atitude sua que gerou muita repercussão na época foi o fato de ter feito uma saudação nazista dentro do tribunal. 

Vale comentar que a sentença dada ao atirador foi de “custódia”, uma modalidade de punição específica da justiça norueguesa que pode ser estendida a uma prisão perpétua se necessário. 

O que acontece nesse caso é que, após um mínimo de 10 anos ou um máximo de 21 anos, a situação do prisioneiro voltará a ser avaliada — e caso ele ainda seja julgado como um perigo para a sociedade, sua pena será prorrogada indefinidamente. 

Quando o julgamento havia sido finalizado, embora muitos noruegueses tenham aprovado o envio do terrorista para a cadeia, 54% acreditava que sua punição fora muito “clemente”, dado que ele teria acesso a três celas (a primeira para dormir, a segunda para a prática de exercícios físicos e a terceira para trabalhar), e ainda teria direito a um notebook, embora este não tivesse acesso à internet.

Missa na Noruega feita em homenagem às vítimas do atentado / Crédito: Getty Images

Repercussões recentes

Uma das últimas atualizações no caso do atirador neonazista foi em 2017, quando a justiça norueguesa reverteu uma decisão feita por uma instância menor em 2016 que considerou as condições de encarceramento do terrorista como um "tratamento desumano ou degradante" por ele não ter contato com outros detentos.

Segundo repercutido pela Exame naquele ano, todavia, o motivo pelo qual Anders era isolado de outros prisioneiros era para impedir que ele fosse violento com eles, ou vice-versa. 

 Em ocasião do aniversário de 10 anos do violento massacre, David Sassoli, que é presidente do Parlamento Europeu, afirmou em sua conta oficial do Twitter que é necessário 'permanecer alerta'. 

"Não podemos nos permitir subestimar algumas manifestações de ódio e violência", comentou ele, segundo repercutido pelo Terra neste ano. 

Mais de um crime ocorrido nos últimos anos foi inspirado pelo atentado cometido por Breivik. O atirador responsável pelo tiroteio em massa cidade de Munique, na Alemanha, no ano de 2016, por exemplo, era fascinado com o neonazista norueguês. 

O autor do massacre de 2019 que teve por alvo duas mesquitas na Nova Zelândia, deixando um saldo de 51 mortos, também foi conectado com as ações de Anders