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Matérias / Reino Animal

O que explica o corpo transparente do 'sapo de vidro'?

A característica singular da pequena espécie intriga cientistas e foi descrita em uma pesquisa de 2020

Isabela Barreiros Publicado em 19/12/2021, às 08h00

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Sapo de vidro (Nymphargus bejaranoi) - Geoff Gallice via Wikimedia Commons
Sapo de vidro (Nymphargus bejaranoi) - Geoff Gallice via Wikimedia Commons

Em janeiro de 2020, uma espécie bastante peculiar de sapo foi vista pela primeira vez em 18 anos na encosta oriental dos Andes da Bolívia. Trata-se do Nymphargus bejaranoi, um animal raro conhecido como “sapo de vidro”.

O nome foi dado por uma característica marcante da espécie: ela apresenta uma barriga transparente que, em alguns seres, pode ser tão translúcida que é possível observar seus órgãos internos.

"A redescoberta dessa espécie nos enche com um raio de esperança para o futuro dos sapos de vidro, um dos anfíbios mais carismáticos do mundo — e também para outras espécies", escreveram os conservadores responsáveis pela descoberta dos espécimes.

Os pesquisadores encontraram três sapos de vidro durante uma missão de resgate de répteis e anfíbios ameaçados por um projeto de uma hidrelétrica no Parque Nacional Carrasco, a leste de Cochabamba, na Bolívia.

Depois de serem identificados após quase duas décadas “desaparecidos”, os animais foram transferidos para o Centro de Conservação de Anfíbios K'ayra, no Museu Alcide d'Orbigny, onde espera-se que eles possam se reproduzir para conservar a espécie.

Como relatou a revista Galileu na época em que os sapos foram reencontrados, os animais são extremamente pequenos e têm entre 19 e 24 milímetros de comprimento, pesando em sua maioria 70 a 80 gramas.

O sapo de vidro / Crédito: Geoff Gallice via Wikimedia Commons

Encontrados na Floresta Amazônica e na América Central, os sapinhos são endêmicos da capital boliviana, La Paz, e de outros locais do país, como Cochabamba, Santa Cruz e Chuquisaca.

A principal característica da espécie, porém, intriga cientistas e foi estudada por uma equipe internacional da Universidade de Bristol, no Reino Unido, da Universidade McMaster, no Canadá, e da Universidade das Américas de Quito, no Equador, recentemente.

Alguns meses após a espécie ser “redescoberta”, os pesquisadores realizaram um esforço para entender o intuito da pele transparente dos anfíbios e publicaram um estudo com suas conclusões no períodico científico PNAS em maio do ano passado.

Segundo a pesquisa, a pele age como um mecanismo de camuflagem para o animal e o ajuda a se livrar de possíveis predadores a partir da adaptação com o ambiente em que ele se encontra.

Por exemplo, ao ficarem mais perto de uma folhagem mais clara, os pequenos sapos ficaram tão claros quanto ela. O mesmo deve ocorrer com plantas mais escuras, o que auxilia a espécie a sobreviver no mundo animal.

“Também descobrimos que as pernas são mais translúcidas do que o corpo e, portanto, quando são mantidas dobradas para os lados, isso cria um gradiente difuso da cor da folha para a cor do sapo, em vez de uma aresta mais acentuada, o que sugere uma nova forma de camuflagem: 'difusão da aresta'", explicou James Barnett, principal autor do artigo.

A espécie observada de cima / Crédito: Guayasamin JM via Wikimedia Commons

Por meio de estudos de campo, modelo computacional e experimentos de detecção computacional, ou seja, uma combinação de técnicas, foi possível perceber que o sapo de vidro, na verdade, não é exatamente transparente, mas sim translúcido.

Embora os sapos de vidro sejam um exemplo comumente citado de transparência terrestre, sua escassa pigmentação verde significa que são melhor descritos como translúcidos", apontou o pesquisador em nota

Ele também acrescentou que essa característica é bastante observada em animais aquáticos, principalmente porque esses tecidos têm índices de refração semelhantes ao da água. Isso, porém, não acontece no ar, com animais terrestres.

É o que Barnett ressalta: "Então, prevê-se que a transparência seja menos efetiva em espécies terrestres".

"Agora temos boas evidências de que a aparência de vidro dos sapos é, de fato, uma forma de camuflagem", afirmou Nick Scott-Samuel, especialista da Escola de Ciências Psicológicas da Universidade de Bristol e supervisor do estudo.


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