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Matérias / Brasil

O que foi o movimento dos Caras Pintadas?

Em 1992, milhares de brasileiros, principalmente estudantes, foram para as ruas pedir o impeachment de Collor com rostos pintados de verde e amarelo

Ingredi Brunato, sob supervisão de Alana Sousa Publicado em 22/03/2021, às 18h20

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Fotografia de manifestação de 1992 - Divulgação / Repórter Unesp
Fotografia de manifestação de 1992 - Divulgação / Repórter Unesp

Fernando Collor foi o primeiro presidente que o Brasil elegeu de forma direta após o fim da ditadura militar. O mandato anterior havia sido fruto de uma eleição indireta que escolheu Tancredo Nevespara a presidência, porém o político acabou falecendo antes de ter a chance de assumir o cargo, de forma que quem governou foi seu vice, José Sarney

O mandato de Collor acabou durando por volta de dois anos. Embora a princípio o presidente de 40 anos de idade, que foi o mais jovem que já elegemos, tenha sido visto com otimismo (o que se deu principalmente pelo sucesso de suas técnicas de propaganda eleitoral, segundo documentado pelo Brasil Escola), logo sua reputação foi arruinada por planos econômicos impopulares e escândalos de corrupção. 

Um dos grandes deslizes do político foi uma ação que ficou conhecida como “confisco da poupança”, em que as contas bancárias de todos os brasileiros que possuíam nelas uma quantidade superior a 50 mil cruzados foram congeladas durante 18 meses. 

Não apenas pessoas, mas também empresas acabaram sendo afetadas pela medida, que apenas piorou a situação econômica do Brasil, provocando queda das vendas e aumento do desemprego — uma situação drasticamente oposta à que Collor pretendia alcançar com esse congelamento, que envolvia o controle da inflação galopante de 1700% ao ano que assolava o país. As informações são do site Quero Bolsa. 

Fotografia de Collor / Crédito: Wikimedia Commons 

O protesto 

Assim, do caos da insatisfação popular surgiu o movimento estudantil dos Caras Pintadas. Milhares de jovens ocuparam as ruas das capitais do país no dia 16 de agosto de 1992, vestindo roupas pretas no corpo, e tinta verde e amarela no rosto. Já em suas mãos haviam cartazes pedindo pelo impeachment do presidente e, de forma mais ampla, pelo fim da corrupção. 

A passeata foi uma resposta direta e massiva a um discurso de Collor feito três dias antes, em que ele pedia que seus apoiadores fizessem uma caminhada vestindo roupas das cores da bandeira nacional. Depois do episódio, o presidente sabia que seu mandato não teria condições de continuar. 

Os principais organizadores por trás do protesto foram a UNE (União Nacional dos Estudantes) e a UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), que já estavam fazendo reuniões com estudantes desde maio daquele ano. Tanto uma organização quanto a outra existem até hoje, inclusive. 

Fotografia tirada durante o protesto / Crédito: Wikimedia Commons

Em resposta ao clamor da população, iniciou-se um processo de impeachment no Congresso. Vale dizer que, ao perceber a proximidade do fim de seu governo, Fernando Collor decidiu renunciar, porém o impeachment aconteceu da mesma forma, uma vez que ele vai além da cassação do mandato, envolvendo também a suspensão de direitos políticos durante oito anos. Os dois anos seguintes foram administrados pelo seu vice, Itamar Franco

Volta dos Caras Pintadas? 

Em 2013, durante os protestos contra o governo Dilma, teriam ocorrido novas manifestações imitando o conceito dos Caras Pintadas e chamando-se dessa forma. 

Em 2019, UNE buscou novamente organizar passeatas com estudantes vestindo preto pra expressar a indignação da população, dessa vez protestando contra a administração do atual presidente, JairBolsonaro.


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