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Matérias / Personagem

O que Pelé já disse sobre a polêmica a respeito de sua filha Sandra

Conhecidos pelos conflitos em relação ao reconhecimento da paternidade, o rei do futebol já comentou o caso em rara entrevista

Wallacy Ferrari Publicado em 27/02/2022, às 10h00 - Atualizado em 26/12/2022, às 13h11

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Montagem com Edson e Sandra - Getty Images / Divulgação / PTB
Montagem com Edson e Sandra - Getty Images / Divulgação / PTB

Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, fez o mundo conhecer a arte do drible com grandes jogadas que não apenas abrilhantaram a Seleção Brasileira com três Copas do Mundo ganhas, mas que edificaram seus principais recordes de carreira, até hoje não superados, pela camisa do Santos Futebol Clube.

Na mesma cidade litorânea onde o time do astro ganhou o mundo, uma mulher com o mesmo sobrenome popularizou uma polêmica sobre ídolo nacional; Sandra Regina Machado Arantes do Nascimento Felinto levava consigo o fato de que, assim como as grandes jogadas, nasceu de Pelé, tornando público o fato de que, por anos, o atleta não reconheceu uma filha biológica.

Em sua primeira entrevista pública sobre o caso, em 1991 para o programa Aqui Agora, do SBT, ela já sinalizava seu conhecimento, partindo de uma revelação da mãe, de que era filha do maior jogador de todos os tempos. Contudo, tentava contato com ele por telefone, chegando a conversar com a governanta de sua residência no Guarujá e com a tia, que a orientou a "procurar seus direitos".

Conhecendo Pelé

De acordo com a Folha de S. Paulo, ela iniciou uma disputa judicial ainda na década de 1990 onde obrigou o jogador a realizar um teste de DNA, confirmando a paternidade. Pelé ainda teria recorrido, mas perdeu nas instâncias seguintes. A partir do momento de confirmação, ela pôde usar o sobrenome do pai.

Foi eleita duas vezes vereadora de Santos, perdendo apenas a última disputa para uma cadeira na Assembleia Legislativa de São Paulo. Na função municipal, ficou de 2000 até o último dia de vida, falecendo em 2006, vítima de uma falência múltipla de órgãos em decorrência de complicações de um câncer.

Pelé, de acordo com reportagem do g1 em 2006, não compareceu ao velório; enviou flores. A ausência marcou os infelizes desencontros que a herdeira teve ao longo da vida com o pai, mas não deixou claro, ao longo de anos, qual era a opinião do ídolo sobre a paternidade.

Sandra e sua mãe em fotografia durante a infância / Crédito: Divulgação / Amazon

O que já disse Pelé?

Apenas três anos após o óbito da filha, os poucos depoimentos conhecidos de Edson sobre a filha Sandra foram registrados em momentos revelados pelo jornalistaMilton Neves, que acompanhou o astro entre os dias 27 e 28 de março de 2009, em uma viagem durante a inauguração de um hospital.

Durante o voo de ida, em um jatinho, Milton viu o tema ser abordado pelo astro, que afirmou que, até aquele dia, ninguém sabia da história da maneira correta, conforme escreveu no portal Terceiro Tempo.

O que houve é que fui um dia procurado e me contaram sobre uma suposta filha minha. Conversei normalmente sobre o assunto e ponderei que aquela era a terceira ou quarta pessoa a imaginar ou verificar se eu era pai de outras crianças. Nenhuma vingou. Aí, pedi fotos da Sandra e de cara senti que ela realmente se parecia comigo”, disse Pelé.

Contudo, como foi abordado já com ela em idade adulta, notou que interlocutores de Sandra o abordavam de maneira "não tão amistosa". Preferiu não criar laços próximos, se restringindo para uma relação mais formal, que classificou como algo "longe de uma relação de pai para filha".

Um desses interlocutores era o ex-marido dela, o pastor Ozeas Felinto, que levou os filhos ao hotel onde Milton e Pelé se hospedariam e pediu a ajuda do jornalista para promover o encontro com os netos. Pelé aceitou prontamente e os recepcionou com presentes e fotos na recepção.

O jornalista procurou Ozeas, que emitiu a seguinte nota na época: 

"O que aconteceu nesse caso todo foi falta de comunicação. Primeiro eu quero te dizer que a Sandra nunca recebeu ajuda alguma do senhor Edson Arantes. Nem um copo de água. Essa situação que o senhor Milton Neves esteve com o Pelé, lá em Curitiba, eu me lembro de ter levado os meus filhos para apresentá-los ao avô. A Sandra já tinha falecido. Mas enquanto a Sandra estava viva, quem cuidou da Sandra foi a mãe dela, trabalhando como doméstica, e o Pelé nunca deu ajuda. O Pelé começou a dar algum recurso agora para os meninos (filhos de Sandra). Porque eu entrei com uma ação para que os meninos tivessem pelo menos as faculdades pagas por ele. Para que eles pudessem ter uma vida um pouco melhor. E o Pelé dá uma pensão, realmente. Após uma ação que ganhamos na Justiça. Mas eu nunca pedi nada quando a Sandra estava doente, e muito menos a Sandra. Nem o afetivo, muito menos financeiro. Eu desconheço isso. Toda ajuda foi dada após a morte da Sandra, e sempre para os meninos. Ele dá hoje cerca de R$ 3.500 para cada neto e paga a faculdade dos dois. Só isso. E eu tentei, para que essa história tivesse um final feliz, aproximar os meninos do senhor Edson. Mas ele acha que dando essa pensão ele já resolve a situação. Me lembro também que quando a Sandra estava na UTI, eu estive na casa da irmã do Pelé (Lúcia). Ela ficou de falar com o Pelé, acredito que tenha falado, mas ele não foi. Foi a única coisa que pedimos. Para o Pelé visitar a filha dele na UTI. Esse foi o único pedido”.