Morto em 2006, o jovem devoto é conhecido por suas vestes terem curado uma criança no Mato Grosso do Sul em meados de 2010
Hoje, 10 de outubro, acontecerá a beatificação do jovem devoto Carlo Acuti, realizada em nome da própria Igreja Católica. Isso será realizado após o Vaticano reconhecer um milagre que teria sido executado pelo adolescente durante sua passagem em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul. As informações são do G1.
Em 2010, o padre Marcelo Tenório liderava a paróquia de São Sebastião, onde sempre carregava consigo uma relíquia do devoto no dia 12 de outubro. Um dia, um menino de três anos encostou nas vestes do rapaz durante uma cerimônia. Ele possuía uma doença congênita e vomitava com frequência devido a um problema no pâncreas, mas isso não aconteceu mais desde que tocou nas vestimentas.
Nascido em Londres, no Reino Unido, Acuti retornou muito jovem para Itália, onde passou a maior parte da sua vida. Ele era conhecido por ser muito devoto ao catolicismo e também por seu gosto pela tecnologia. Unindo as duas paixões, foi responsável por inovar em métodos de evangelização.
O jovem ficou conhecido como “padroeiro da Internet” devido ao fato de que ele mantinha um site onde catalogava todos os milagres sobre os quais obtinha conhecimento. Mas esse era apenas o começo da saga do italiano que será reconhecido como Beato pela instituição católica no sábado.
Em 12 de outubro de 2006, há quase 14 anos, Carlos faleceu depois de lutar contra leucemia. Ele foi enterrado na cidade de Assis, na Itália. No entanto, o corpo do menino foi retirado do subsolo depois de alguns anos, em 23 de janeiro de 2019, para que pudesse ler levado a uma igreja na mesma cidade.
Assim, o Vaticano solicitou que o corpo fosse "recomposto", não dando mais informações sobre o procedimento que foi realizado.
"Fizeram a exumação do corpo, o que chamamos de levantamento do cadáver para dizer que a pessoa existe. Neste processo, às vezes, o corpo está intacto, com todos os órgãos perfeitos. No caso dele, o coração estará em um relicário. Agora, existe uma briga na internet para dizer que o corpo está ou não incorrupto, porém, o que as pessoas não entendem é que existem graus de incorruptibilidade", explicou o padre Tenório, uma das pessoas mais envolvidas no caso, ao G1 no ano de 2021.
Ele afirma que essa polêmica está acontecendo porque a definição de incorruptibilidade pode variar. Por exemplo, o corpo Santa Rita de Cássia, que chegou a ser beatificada pela Igreja Católica em 1627 e também canonizada em 1900. Ele foi descoberto "seco e enegrecido", o que, segundo o religioso, não informa o estado, de fato, do seu milagre.
Tenório declarou: "Na linguagem popular quer dizer que a terra não comeu, não apodreceu. No caso do Carlo, houve um processo de tratamento e hidratação, que se estendeu por 2 meses. Só que o corpo está em perfeito estado e foi exposto. A ciência nunca diz que está incorrupto, fala que está em perfeita preservação".
"O milagre foi reconhecido pela equipe médica e agora ocorrerá a beatificação. Em seguida, terá o processo de canonização, mas, outro milagre precisa ser reconhecido. Vamos começar a postulação da causa em breve. Agora, por conta da pandemia, não estarei presente lá [na Itália], porém, estou muito feliz com o resultado de todo o nosso trabalho", concluiu o padre.
Além disso, conforme noticiado pelo ACI Digital, o corpo do jovem também recebeu uma máscara de silicone. De acordo com Nicola Gori, postulador da beatificação: "O que vemos não é o rosto real do jovem, mas uma máscara de silicone bem feita que desperta admiração e reflexão".
Gori discorda que o corpo seja incorrupto. “Certamente, deram muita atenção ao corpo de Carlo e ao seu estado de conservação”, relatou ele em entrevista à ACI Stampa. “Não podemos falar de incorruptibilidade, mas o que vemos é verdadeiramente Carlo nos seus restos mortais que, com a sua presença, liberta esse desejo de olhar para Cristo que foi o verdadeiro amigo da sua vida”.