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Matérias / Família Imperial Brasileira

A pintura de dom Pedro II que foi alvo de um tiro após a chegada da República

Quando a República foi proclamada, na ausência do imperador na sede do governo, um símbolo que o representava foi atacado

Ingredi Brunato, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 18/09/2021, às 08h00 - Atualizado em 11/09/2022, às 18h00

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Fotografia do quadro citado - Divulgação / Museu Mariano Procópio
Fotografia do quadro citado - Divulgação / Museu Mariano Procópio

Existem muitos filmes com aquela típica cena em que uma pessoa joga dardos na fotografia de alguém que não gosta. Na vida real, um opositor da monarquia uma vez fez algo semelhante, porém usando uma arma e tendo como alvo uma tela que retratava o imperador da época, dom Pedro II.

Assim, ele danificou para sempre uma obra de arte que poder ser encontrada no Museu Mariano Procópio, localizado na cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais, conforme registrado por uma matéria do G1 de 2018.   

Os visitantes que vão ao local são capazes de observar a olho nu o furo na tela, que fica próximo da bochecha esquerda do governante. 

É uma marca permanente do fato que ele não era necessariamente uma figura adorada por todos.

O tiro

De forma curiosa, a tela, que teria sido pintada pelo artista carioca Joaquim da Rocha Fragoso, não representa o único caso de obra de arte representando dom Pedro II a ser alvo de depredação uma vez que o Brasil se tornou uma República Federativa Presidencialista.

Existem ainda outros três exemplos semelhantes de vandalismo. Todos esses, porém, vieram após a proclamação, enquanto o disparo no quadro nomeado simplesmente de "Retrato de Dom Pedro II" foi feito exatamente no dia em que o episódio ocorreu: 15 de novembro de 1889.

Na época, ele estava pendurado no edifício da sede do governo, o Palácio Lauro Sodré, que ficava localizado no estado do Pará. O autor do ataque à mão armada contra a obra de arte, todavia, nunca foi identificado. 

"O tiro aguça a curiosidade sobre o que teria acontecido durante a Proclamação da República", contou Julliana Garcia Neves ao G1 em 2018.

A pesquisadora foi responsável por conceber o artigo "O Retrato de Pedro II do Museu Mariano Procópio: Entre a Memória da Monarquia e a Consolidação da República", que foi fruto de seu Mestrado. 

"Entrega à tela certa movimentação, nos leva a imaginar os sujeitos, o contexto em que o ataque ocorreu, garantindo alguma 'teatralidade' para a história do 15 de novembro de 1889. Ele não só amplia a importância desta tela como é protagonista de sua relevância histórica", concluiu ela. 

O furo, deixado pela bala que perfurou o retrato, se tornou uma parte tão importante da obra que, mesmo após trabalhos de restauração realizados no ano de 2017, foi-se tomada a decisão de mantê-lo como estava. 

Ataque a um símbolo

Quadro representando Proclamação da República / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

Uma das informações interessantes trazidas por Julliana é que, no período em que imperadorestave no poder, era comum que quadros o retratando fossem levados a eventos, assim permitindo que a população brasileira conhecesse o rosto de seu imperador mesmo quando ele não podia comparecer à procissões e festejos cívicos.

Os retratos do governante foram, por assim dizer, mais presentes na vida de alguns moradores do país que o próprio homem que serviu de modelo para a pintura. 

"A primeira coisa que pensei foi: como uma pintura adquire tamanha força mobilizadora, a ponto de receber um ataque com arma de fogo por motivações políticas?", recapitulou Neves em 2018.

O quadro "Retrato de Dom Pedro II", vale destacar, além de ter ficado exposto em um local privilegiado (a sede do Governo) também era uma pintura de dimensões avantajadas, com imponentes 2,38 metros de altura e 1,43 metros de largura. 

No dia 15 de novembro de 1899, o imperador não estava no Pará, e sim no Rio de Janeiro com sua família.

Assim, os simpatizantes da República fizeram aquilo com o qual estavam acostumados, e usaram o símbolo para substituir o homem que haviam acabado de destronar. Foi nesse contexto que veio o disparo contra a indefesa obra de arte. 


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