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Matérias / Personagem

'Não pude resistir ao amor': A morte do príncipe Rodolfo ao lado da amante

Em 1889, o príncipe foi encontrado sem vida em seus aposentos ao lado de sua amante Mary Vetsera, que também estava morta

Pamela Malva e Giovanna Gomes Publicado em 09/01/2021, às 10h00

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Príncipe Rodolfo da Áustria - Divulgação
Príncipe Rodolfo da Áustria - Divulgação

“Por favor, me perdoe pelo que eu fiz, eu não pude resistir ao amor”, dizia Mary Vetsera em uma carta revelada ao público no ano de 2015.

O momento de melancolia da jovem é trágico: seriam as suas últimas palavras. Aos 17 anos, a amada enviou a carta acima para a sua mãe, após tirar a própria vida com o amado, Rudolfo da Áustria. Contudo, o episódio ainda divide opiniões. 

Rodolfo, filho único de Francisco José I e de Isabel, era herdeiro do império da Áustria. Contudo, um triste evento acabou por alterar a ordem de sucessão ao trono: a morte do príncipe.

Era 30 de janeiro de 1889 quando o príncipe foi alvo de um dos episódios mais bizarros da História no Pavilhão de Caça, no município de Mayerling.

No chão, estava o herdeiro sem vida e com sangue saindo de sua boca. O copo sobre a mesa de cabeceira, fez com que um criado chegasse à hipótese de suicídio por ingestão de veneno. Contudo, o cenário seria ainda pior.

Rodolfo em 1889 e a baronesa Mary Vetsera, respectivamente / Crédito: Wikimedia Commons

Logo ao lado do cadáver, o corpo de Mary  jazia sem vida, pálido, com uma bala na cabeça. Filha do barão Albin Vetsera, um diplomata na corte austríaca, a jovem baronesa era amante do príncipe herdeiro.

Assustado com a cena, o criado rapidamente saiu do pavilhão e embarcou em um trem para Viena. Ele deveria avisar o imperador Francisco José I da Áustria e a imperatriz Isabel o quanto antes.

Uma vez no palácio dos governantes, Hoyos teve ajuda de Ferenczy, a dama de companhia preferida da imperatriz, e de Nopcsa, oficial-mor da casa real. Juntos, eles entregaram a terrível notícia à Isabel. Ela, por sua vez, conversou pessoalmente com o imperador.

Ambos ficaram devastados, afinal, Rodolfo era seu único filho. O chefe de polícia foi convocado e o corpo de Mary Vetsera foi enterrado, sem inquérito e em segredo — nem mesmo sua mãe teve permissão de participar da cerimônia.

Imperial Pavilhão de Caça, em Mayerling / Crédito: Wikimedia Commons

Suicídio

O episódio da morte de Rodolfo e de mary ficou conhecido como Incidente de Mayerling e possui diversas versões e teorias. A primeira delas, mais óbvia, é a ideia de que o príncipe e a baronesa realizaram um pacto suicida, optando juntos pela morte.

Por muito tempo, a corte acreditou que Rodolfo teria, de fato, se envenenado após atirar em sua amada. A teoria, no entanto, caiu por terra quando a comissão médica da corte, chefiada pelo Dr. Widerhofer, estabeleceu a causa da morte do príncipe: aneurisma.

Pouco depois, no entanto, a causa da morte foi contestada novamente, quando uma nova prova foi acrescentada à equação. Relatos sugeriam uma violenta discussão entre o arquiduque e o imperador. O motivo? A relação extraconjugal entre Rodolfo e Mary.

Rodolfo e sua esposa, Estefânia da Bélgica / Crédito: Wikimedia Commons

Segundo os boatos, Francisco teria exigido que seu filho terminasse tudo com a baronesa, se dedicando apenas à sua esposa, Estefâniada Bélgica — os dois haviam se casado em 1881, como parte de uma aliança política.

Assim, as mortes de Mary e Rodolfo teriam sido uma trágica decisão para fugir da separação. A ideia de que o príncipe era mentalmente desequilibrado também corroborou para a teoria do suicídio. Com isso, autoridades encerraram as investigações e o caso foi arquivado.

Fora documentado que o pai do herdeiro, tomado pela raiva, mandou destruir cartas e destruir o local que foi palco da tragédia. A correspondência que resistiu a fúria do homem foi revelada em 2015 por pesquisadores (conforme citado no começo do texto). 

Rodolfo em seu caixão / Crédito: Wikimedia Commons

Teorias

Por muitos anos, diversas cortes pelo mundo todo criaram teorias para a morte do jovem casal. Zita de Bourbon-Parma, viúva do imperador Carlos I, por exemplo, acreditava que o suicídio não se passava de uma cortina de fumaça.

Na opinião dela, Rodolfo teria sido assassinado por motivos políticos, ligados a uma conspiração contra a aliança entre Áustria e Alemanha. Ao mesmo tempo, também se acreditava que o príncipe teria sido morto por 'agentes secretos' austríacos ou alemães, devido ao seu posicionamento liberal, anti-alemão e simpático aos húngaros.

De qualquer forma, a morte de Rodolfo interferiu diretamente na história do século 19: o falecimento do príncipe interrompeu a linha sucessória do trono, já que ele era o único herdeiro do Império Austro-Húngaro.

A sucessão, então, recaiu sobre seu tio, Carlos Luís, que renunciou e passou o trono para seu filho, Francisco Fernando. A teoria mais aceita é que o jovem tirou a vida da amante e depois apontou para si próprio. Contudo, a história está longe de ter uma conclusão. 


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