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Matérias / Segunda Guerra

O telegrama 'esquecido' que antecedeu a morte de Hitler

A carta foi enviada por Hermann Göring, segundo na hierarquia nazista, poucos dias antes do Führer ingerir uma cápsula de cianureto

Isabela Barreiros, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 23/04/2021, às 07h00

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Adolf Hitler em pintura - Getty Images
Adolf Hitler em pintura - Getty Images

Embora tenha uma importância histórica inestimável, um telegrama que data do período mais crítico da Segunda Guerra Mundial acabou perdido por anos. O capitão do Exército dos EUA, Benjamin M. Bradin, entrou no bunker de Hitlermais de um mês depois do suicídio do Führer e encontrou uma carta.

Sem saber do que se tratava, o estadunidense guardou a correspondência como uma lembrança de guerra e a levou para sua terra natal já ao final do conflito. Quando chegou, guardou o papel em seu cofre. Como informou o Uol na época, ele permaneceu no local até 1958 e foi à leilão em 2015, quando foi vendido por US$ 54 mil (atualmente R$ 294 mil).

Aquele foi o telegrama enviado por Hermann Göring, o segundo na hierarquia nazista e fiel confidente de Hitler, a ninguém mais ninguém menos que o próprio ditador. Para historiadores, o texto em questão colaborou para um evento histórico que selou a Segunda Guerra: o suicídio do Führer.

Na Segunda Guerra

Hitler e Hermann Göring / Crédito: Wikimedia Commons

Hitler começou a se esconder em 16 de janeiro de 1945, passando cerca de cinco meses, — até sua morte —, no complexo Führerbunker, um bunker subterrâneo abaixo da Chancelaria do Reich que abrigou, além do próprio ditador, outros membros do alto escalão nazista.

No entanto, a situação estava ficando cada vez mais difícil para os alemães, que começaram a ser pressionados pelos Aliados por todos os lados possíveis em direção a Berlim. Quando o Exército Vermelho cercou a capital do país, o nazista viu a terra pela última vez.

Hermann Göring, porém, não estava no bunker. Acompanhando a subida de Hitler ao poder e a guinada do Terceiro Reich, ele se tornou o segundo na hierarquia nazista e quem deveria assumir o controle caso o governante fosse capturado ou morto. Em vez do subsolo, Göring se encontrava em uma base na cidade de Berchtesgaden, nos Alpes da Baviera.

Hermann Göring / Crédito: Wikimedia Commons

De lá, como explicou o The Washington Post, ele ouviu um boato que indicava que havia chegado a hora de assumir o controle: Hitler, segundo o que ele ouviu dizer, iria passar o poder para ele pois se encontrava em uma situação muito complicada em Berlim. Foi quando Göring decidiu enviar um telegrama ao líder.

Ao “seu Führer”, escreveu, conforme noticiado pelo jornal americano (em tradução livre):

“O General Koller me deu, hoje, um briefing com base nas comunicações que lhe foram dadas pelo Coronel General Jodl e pelo General Christian, segundo as quais você me referiu certas decisões e enfatizou que eu, caso as negociações se tornassem necessárias, estaria em mais fácil posição do que você em Berlim. Essas opiniões eram tão surpreendentes e sérias para mim que me senti obrigado a supor, no caso de até 22h não haver resposta, que você perdeu sua liberdade de ação. Vou então ver as condições do seu decreto como cumpridas e tomar medidas para o bem-estar da nação e da pátria. Você sabe o que sinto por você nestas horas mais difíceis da minha vida e não posso expressar isso em palavras. Deus te proteja e permita que você, apesar de tudo, venha aqui o mais rápido possível.”

Recebendo o telegrama

O telegrama / Crédito: Divulgação/Alexander Historical Auctions

Ao chegar em Berlim, o telegrama causou choque entre os nazistas de alto escalão, inclusive Hitler, que ficou indignado com a mensagem que havia recebido. Albert Speer, arquiteto-chefe e ministro do Armamento da Alemanha Nazista, narrou em sua autobiografia que a mensagem foi usada por pessoas próximas ao ditador contra Göring.

Além de pensar que estava sofrendo com um golpe, implementado pelo seu próprio nº 2, a guerra estava chegando aos seus resquícios finais, em que a derrota da Alemanha já estava certa. Parecia que o telegrama era o que faltava para Hitler desistir — da maneira que já conhecemos. 

Hitler havia chegado ao limite de suas forças. Ele voltou ao tom cansado que era característico dele naquele dia. Por anos ele se sobrecarregou; durante anos, reunindo aquela sua vontade imoderada, ele afastou de si mesmo e dos outros a certeza crescente desse fim. Agora ele não tinha mais energia para esconder sua condição. Ele estava desistindo”, escreveu Speer.

Uma semana depois, o Führer e sua esposa Eva Braun cometeram suicídio ingerindo uma cápsula de cianureto e, por precaução, no caso de Hitler, dando um tiro na sua própria cabeça. Um dia antes de sua morte, o ditador escreveu seu testamento, não esquecendo da traição de Göring, ao tirar toda a autoridade de seu antigo número 2, que também viria a cometer suicídio em 1946 após os Julgamentos de Nurembergue.


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