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Matérias / Índia

Ódio nada velado: Churchill detestava Mahatma Gandhi

Inimigos ideológicos, o primeiro-ministro britânico nunca escondeu o desgosto pelo líder revolucionário indiano

Caio Tortamano Publicado em 06/12/2019, às 13h55

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Gandhi ao lado de suas netas - Getty Images
Gandhi ao lado de suas netas - Getty Images

Dentro do Reino Unido, a reputação de Winston Churchill, primeiro-ministro britânico, era de dar inveja. Tido como um grande herói de guerra durante a juventude, foi um dos grandes símbolos contra as forças nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.

Já fora de terras britânicas, a imagem que as pessoas tinham dele não era tão heroica, especialmente na Índia, onde a oposição dele a liberdade do território indiano sempre foi um empecilho ao interesse dos asiáticos.

Além do motivo óbvio de não querer perder uma colônia do tamanho da Índia, Churchill detestava a figura de Mahatma Gandhi, que promovia manifestações pacíficas a favor da independência indiana.

O primeiro e único encontro entre os dois líderes aconteceu em 1906, quando Winston era secretário de estado das colônias britânicas e Gandhi, um representante dos direitos na África do Sul, enquanto ainda vestia terno e era apenas um advogado.

Não se sabe ao certo se Churchill tem memórias desse encontro, mas durante os anos 30 o primeiro-ministro começou a atacar o ativista pela liberdade indiana enquanto Mahatma promovia as Marchas do Sal e chamava a atenção da mídia internacional.

Ao ser preso após o movimento Quit India, em que foi exigido de maneira sistemática e organizada a saída dos britânicos da Índia, Gandhi foi preso. Churchill se prontificou e tentou encontrar alguma relação entre o líder revolucionário e o Eixo da Segunda Guerra.

Winston Churchill / Crédito: Getty Images

Buscando alguma ligação do líder pacifista com o Japão, o primeiro-ministro britânico solicitou ao governo indiano evidências que mostrassem a conexão entre os dois. Ao que foi respondido que não havia absolutamente nenhuma.

Depois de ser incriminado por incitar a violência com o movimento Quit India, Gandhi se sentiu terrivelmente ferido com as acusações e iniciou uma greve de fome de três semanas dentro da prisão. Winston, entretanto, acreditava que o indiano boicotava a greve de fome colocando glicose na própria água, conseguindo assim ficar em jejum.

O britânico pediu para que fosse investigado o uso de glicose na água do grevista e acabou descobrindo que, pouco tempo antes de receber uma resposta, os médicos responsáveis por o observar tentaeam de todas as formas dar glicose ao líder indiano, pois ele estava ficando doente, mas se recusava a comer.

Alguns anos depois, Churchill publicou um livro acerca de suas memórias de guerra, na qual fez novamente algumas acusações contra Gandhi, fazendo novamente pouco caso da greve de fome do líder, afirmando que as condições em que ele se encontrava eram favoráveis para uma greve de fome.

Mahatma sempre disse que sua greve duraria três semanas exatas, assim como foi feito. O britânico foi duramente criticado na Índia por, aparentemente, não perceber que “os povos da Ásia, África e Oriente Médio teriam uma vida própria” como escrevera um jornal indiano da época.


Para ler mais sobre Gandhi e Churchill indicamos as obras a seguir:

Autobiografia Do Gandhi - Minha Vida E Minhas Experiências Com A Verdade, Mohandas K. Gandhi (2019)

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Memórias da Segunda Guerra - Vol. 1: (1919-1941), Winston Churchill (2017)

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