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Matérias / Brasil

Onda de terror em São Paulo: Os mais de 200 ataques orquestrados pelo PCC

Em reação a uma decisão do Governo do Estado, a organização criminosa instaurou o caos em diversas cidades paulistas, em 2006

Pamela Malva Publicado em 21/02/2020, às 12h00

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Um dos ônibus queimados nos ataques - Wikimedia Commons
Um dos ônibus queimados nos ataques - Wikimedia Commons

Muitas mudanças eram esperadas nas prisões paulistas depois da decisão do Governo do Estado, em 2006. O objetivo era isolar os líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC) e, assim, desmantelar o grupo.

Para isso, o governo colocou cada mandante em prisões de segurança máxima espalhadas pelo estado. E essa foi a gota d’água para a organização. O PCC não gostou nada da nova configuração e decidiu reagir.

Foi assim que os ataques aos agentes de força de segurança começaram, no dia 12 de maio daquele ano. Os alvos estavam cravados nas costas de policiais militares, agentes penitenciários, guardas municipais e alguns civis.

Os ataques

No total, 251 ataques foram registrados até o fim da revolta, no dia 14. Além deles, presos iniciaram rebeliões em 73 presídios e em nove cadeias públicas. No fim, o movimento que começou em São Paulo, se espalhou para o Espírito Santo, Paraná, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.

Durante os atentados, a falta de informações e o sensacionalismo da imprensa geraram um enorme desconforto, causando pânico geral na população. Empregados foram mandados embora para casa mais cedo, enquanto o governo tentava conter as revoltas.

Ônibus queimado em São Paulo / Crédito: Divulgação

Espalhados pela cidade de São Paulo, Grande São Paulo, litoral e interior do estado, os suspeitos queimaram 90 ônibus e tentaram resgatar diversos presos — segundo reportagem da Folha publicada na época. Dentro das prisões, membros do PCC torturaram outros prisioneiros, agentes penitenciários e alguns reféns.

Bombas caseiras, granadas e metralhadoras foram usadas em departamentos de polícia, corpos de bombeiros e agências bancárias. Ao fim dos conflitos, 128 pessoas foram mortas no total, entre presos, civis e agentes do estado.

Acordo fechado

No dia 16 de maio, a Folha publicou uma matéria sobre um suposto acordo entre o Governo de São Paulo e o PCC. Segundo o veículo, a ex-delegada da Polícia Civil, Iracema Vasciaveo, teria se encontrado com Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder da organização criminosa.

A ideia da conversa entre os dois lados era acabar com as revoltas. O governo negou a existência de qualquer acordo. Todas as rebeliões, entretanto, acabaram no dia seguinte ao suposto encontro entre as entidades.

Depois dos esforços de São Paulo para conter os ataques, 115 suspeitos foram presos e 113 amas de fogo foram apreendidas. Mesmo assim, a rebelião penitenciária se espalhou para outros estados e instituições, como a Febem, atual Fundação CASA.


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