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Matérias / Egito Antigo

Há 100 anos, a impressionante tumba do faraó Tutancâmon era encontrada no Egito

O egiptólogo Howard Carter encontrou degraus no Vale dos Reis que revelaram a entrada do impressionante túmulo, responsável por guardar a múmia do faraó menino

Isabela Barreiros Publicado em 05/11/2020, às 07h00 - Atualizado em 04/11/2022, às 07h00

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A tumba do faraó Tutancâmon em cores vivas - Getty Images
A tumba do faraó Tutancâmon em cores vivas - Getty Images

Uma das maiores descobertas do século 20 completa 100 anos hoje. Em novembro de 1922, o egiptólogo britânico Howard Carter se surpreendeu depois de encontrar uma enorme tumba, que mais tarde foi identificada como do rei Tutancâmon, o famoso faraó menino, tornando-se uma das mais importantes da história.

O pesquisador estava explorando o Vale dos Reis para George Herbert, o 5º Conde de Carnarvon. Recebendo um bom dinheiro para realizar suas expedições, o rico esperava que ele o entregasse algum achado impressionante, durante um período em que objetos e estruturas datando do Egito Antigo estavam sendo encontrados aos montes na região.

Em agosto, o tabloide The Daily Express informou que o documentário The Curse of King Tut (A maldição do rei Tut, em tradução livre), produzido pela rede de televisão Canal 5, divulgou anotações escritas por Carter durante sua saga incansável por relíquias egípcias, nunca vistas antes.

Em seu diário de bordo, o arqueólogo escreveu que tinha estipulado que aquela seria sua última temporada na região, visto que já havia passado pelo menos cinco anos explorando o local. 

Páginas do diário de Howard Carter / Crédito: Divulgação - Canal 5/The Daily Express

Em 1 de novembro de 1922, ele escreveu: “começou a escavação no Vale dos Reis”. Poucos dias depois, em 4 de novembro do mesmo ano, ele anotou: “os primeiros degraus da tumba foram encontrados”. Foi nesse momento que o pesquisador percebeu que tinha colocado seus olhos em algo muito importante.

“Antes do pôr do sol, tínhamos chegado ao nível do 12º degrau, o suficiente para expor uma grande parte da parte superior do reboco e da porta selada [...] Aqui diante de nós havia evidências suficientes para mostrar que realmente era uma entrada para uma tumba selada e pelos selos e todas as aparências externas que estava intacta {...] No túmulo, havia referências ao faraó enterrado no interior — Tutancâmon”, detalhou Carter.

A descoberta aconteceu, de fato, um dia depois de observar os famosos degraus. A tumba foi aberta para seu patrocinador no dia 26 de novembro e a câmara funerária foi destampada oficialmente em 16 de fevereiro de 1923. Já era o maior achado do século. 

A tumba

Objetos encontrados dentro da tumba de Tutancâmon / Crédito: Domínio Público

“Detalhes do aposento emergiram lentamente da névoa, animais estranhos, estátuas e ouro — por toda a parte o brilho do ouro”, escreveu o egiptólogo. De fato, além da própria estrutura impressionante e incrivelmente intacta, foram identificados muitos artefatos valiosos em seu interior. 

Foram encontrados ao menos 5.398 objetos: carros de guerra, perfumes, estátuas guardiãs, remos de barcos e mais de 700 itens que ilustravam o dia a dia da realeza do Egito Antigo. Isso aconteceu principalmente porque o local estava escondido sob a tumba de Ramsés, o que fez com que ele ficasse protegido dos ladrões e saqueadores, que iam até esses lugares para roubar tanto itens antigos quanto os próprios corpos desses indivíduos.

O caixão de Tutancâmon por si só já é considerado o mais caro do mundo. Dois dos três caixões foram identificados como itens de madeira cobertos com lençóis de ouro. O último, porém, era feito inteiramente de folhas grossas de ouro batido. Com 1,88 metros de comprimento e 110 quilos, caso o túmulo fosse vendido, poderia chegar à milhões. 

Os objetos encontrados na tumba já surpreenderam o arqueólogo — e também seu caixão. No entanto, ao abri-lo, a múmia do famoso faraó chocou ainda mais devido ao seu bom estado de preservação. Essa conservação permitiu que análises fossem realizadas no cadáver mumificado, mesmo que apenas muitos anos depois: a primeira vez que isso aconteceu foi em janeiro de 2005.

A descoberta ficou tão famosa e sua história foi tão difundida que existem até mesmo teorias envolvendo o importante local. Muitos dizem que quem entra em contato com a tumba do rei Tut, e, ainda, abre seu caixão, sofre com uma maldição terrível, suposta responsável por suas mortes tempos depois.

O principal financiador de Carter, o Conde de Carnarvon, acompanhou a abertura do sarcófago em si, que guardava o corpo do faraó menino, no dia 5 de abril de 1923. No mesmo dia, sua neta morreu repentinamente. O radiologista responsável por examinar o corpo, Sir Archibald Douglas Reid, faleceu pouco tempo depois da análise. O mesmo aconteceu com outras pessoas.

Seja a teoria verdadeira ou não, o que se sabe é que naquele dia de novembro, uma das mais importantes tumbas foi descoberta no Egito. A descoberta arqueológica ajudou muito nas pesquisas sobre o período histórico e, principalmente, na investigação sobre a vida do faraó que foi abrigado por ela após sua morte.