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Matérias / Personagem

Os 5 maiores espiões de todos os tempos

A arte de espionar sempre esteve presente na história e eles se tornaram os melhores em descobrirem informações que deveriam permanecer sigilosas

Fabio Previdelli Publicado em 02/10/2019, às 15h54

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Foto colorida de Mata Hari - Reprodução
Foto colorida de Mata Hari - Reprodução

A arte de espionar sempre esteve presente na História, seja para descobrir informações de cunho pessoal ou derrubar altas estratégias governamentais. Uma das primeiras pessoas a reconhecer a importância de obter detalhes do inimigo foi o general chinês Sun-Tzu. Em A Arte da Guerra, escrito durante o século 4 a.C, ele diz que “um exército sem agentes secretos é como um homem sem olhos ou ouvidos”.

Diversos momentos marcantes da sociedade contribuíram para que a história de diversos espiões fosse perpetuada. Confira a trajetória de cinco das maiores lendas da espionagem de todos os tempos:

1. Richard Sorge, o Herói da União Soviética

Quando as forças da Alemanha nazista invadiram a União Soviética, no que ficou conhecido como Operação Barbarossa, Stalin não foi pego de surpresa como muitos imaginavam. Apesar de ter superestimado o poderio do Exército Vermelho, o líder comunista havia sido avisado sobre o ataque dias antes.

Richard Sorge, o Herói da União Soviética / Crédito: Wikimedia Commons


A informação, que continha a data exata da invasão, permitiu que Stalin transferisse 18 divisões, 1.700 tanques e mais de 1.500 aeronaves da Sibéria e do Extremo Oriente para a frente ocidental. Esse ato contribuiu para que seus soldados derrotassem as tropas alemãs e permitiu que a URSS continuasse na Guerra.

A valiosa informação foi transmitida por Richard Sorge, oficial da inteligência militar soviética que trabalhou disfarçado como um jornalista boêmio e mulherengo na Alemanha nazista e no Japão.

Um mês depois de repassar os dados descobertos, ele foi preso no país asiático acusado de espionagem. Richard foi torturado e obrigado a confessar e, por consequência, ele foi julgado e condenado ao enforcamento, em novembro de 1944. Postumamente foi premiado com o título de Herói da União Soviética em 1964.

2. Mata Hari, a espiã que amava

Muito mais que uma personagem, Mata Hari se tornou um símbolo da ousadia feminina. Sua história começou nos cabarés parisienses em 1905. A holandesa nascida como Margaretha Gertudre Zelle, contava ser indiana e filha de uma dançarina do deus Shiva.

Mata Hari se tornou um símbolo da ousadia feminina / Crédito: Wikimedia Commons


Seu nome artístico significava sol, ou mais literalmente Olho do dia. Porém, todo seu brilho e sucesso na carreira dos tablados duraram pouco. Assim, tornou-se cortesã — foi quando conheceu Georges Ladoux, um capitão da contraespionagem francesa.  Convencida de entrar no ramo, usava sua sedução cativante como arma principal para conseguir informações de militares inimigos.

Após duas missões fracassadas, ela foi presa e acusada de ser responsável pela morte de milhares de soldados franceses. Com isso, ela ganhou o apelido de nova messalina e acabou condenada à morte. Mata Hari foi executada por fuzilamento em 15 de outubro de 1917, aos 41 anos.

3. Dusko Popov, o espião que inspirou James Bond

Dusko Popov foi um espião que atuou como agente duplo na Segunda Guerra Mundial. Conhecido por sua grande aversão pelas ações da Alemanha Nazista, ele se ofereceu para trabalhar como espião para os britânicos. Devido suas ligações de negócios na França e no Reino Unido, conseguiu convencer os alemães que ele seria contra a monarquia britânica e começou a trabalhar para eles.

Dusko Popov serviu de inspiração para Ian Fleming criar o célebre James Bond / Crédito: Wikimedia Commons


Para ganhar a confiança dos nazistas, repassava informações que afirmava serem sigilosas, mas na verdade todas elas eram aprovadas pelos ingleses antes de serem compartilhadas. Entre suas missões, participou da Operação Fortitude, na qual insistia em convencer os planejadores alemães que a invasão dos Aliados ocorreria em Calais e não na Normandia. Por isso, centenas de soldados nazistas foram desviados, o que aumentou a probabilidade de que a Operação Overload fosse bem sucedida.

Dusko Popov ficou conhecido como sob o codinome de Triciclo, uma das explicações é que ele teria certa facilidade de ter duas mulheres na cama com ele ao mesmo tempo. Por sua vida boemia e por frequentemente visitar lugares badalados, serviu de inspiração para Ian Fleming criar o célebre James Bond. Os dois se conheceram em um cassino durante um jogo de bacará. No final, Popov acabou se casando e teve três filhos. Ele veio a falecer em 1981, aos 69 anos.

4. Kim Philby, o homem que espionou a si mesmo

Harold Kim Philby nasceu na Índia em 1912, na época em que o país ainda era uma colônia britânica. Seu pai era um famoso diplomata e, devido a grande condição financeira da família, foi estudar no prestigiado Trinity College, em Cambridge. Nessa época, ele se tronou grande admirador do comunismo.

Kim Philby fez parte de grupo que ficou conhecido como Os 5 de Cambridge / Crédito: Wikimedia Commons

Sendo assim, se tornou alvo perfeito do serviço secreto soviético, o NKVD, que há tempos tentava se infiltrar na inteligência britânica. Para isso, eles procuravam jovens que seguiriam carreira no governo inglês.

Em 1933, ele e outros quatro jovens foram recrutados para espionar para os russos. O grupo ficou conhecido como Os 5 de Cambridge. Eles acreditavam que as democracias ocidentais não teriam condições de se opor ao nazifascismo e somente o comunismo poderia enfrentá-lo.

Quando ingressou para o Serviço Secreto Britânico (SIS) passou a espionar para os ingleses na Espanha, durante a Guerra Civil, e em 1944 chefiou um serviço de contraespionagem para descobrir agentes soviéticos que atuavam na Inglaterra. Assim, passou a ser responsável por investigar a si mesmo.

Durante sua carreira como oficial da inteligência, transmitiu valiosas informações aos soviéticos, que contribuíram para Moscou acabar com planos ocidentais que visavam desestabilizar governos comunistas do Leste Europeu.

Com a deserção de dois de seus colegas de Cambridge, as suspeitas sobre ele aumentaram e foi demitido em 1951. Somente em 1963 ele foi finalmente desmascarado e fugiu para Moscou, onde viveu até sua morte em 1988.

5. Markus Wolf, o Homem sem Rosto

Nascido em 1923 em uma família de classe média alemã, Markus Johannes Wolf teve uma infância tranquila até meados de 1933, período em que Adolf Hitler se tornou chanceler alemão. Seus pais eram socialistas e membros do Partido Comunista alemão e, sendo assim, tiveram que migrar para a União Soviética onde ficariam longe de perseguições nazistas.

Markus Wolf, o Homem sem Rosto / Crédito: Wikimedia Commons


Pós Segunda Guerra, retornou a Berlim e em 1953 foi escolhido para chefiar a divisão de espionagem do Ministério para Segurança do Estado (Stasi), onde dirigiu mais de 4.000 espiões. Uma de suas predileções para obter informações era o sexo e comandou o uso de agentes para seduzirem autoridades. Esses agentes receberam o apelido de Romeus.

Aos 30 anos obteve grande sucesso ao conseguir infiltrar um agente nos círculos políticos e empresariais da Alemanha Ocidental. Gunter Guillaume se tornou secretário e amigo intimo do chanceler Willy Brandt e, assim, obteve acesso a diversas informações privilegiadas da Otan.

Wolf se aposentou em 1986 e ficou conhecido pelo fato de que durante mais de 20 anos, ninguém do lado Ocidental da Alemanha tivesse qualquer registro de sua identidade, o que o levou a ser conhecido como O Homem sem Rosto. Após a queda do Muro de Berlim, foi julgado diversas vezes sob acusações de traição. Acabou sendo inocentado e morreu dormindo em sua cama em 2006, aos 83 anos.