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Os enigmas de 16 Psique: o asteroide que vale mais que 70 mil vezes a economia global

Apesar de ter sido descoberto há quase 170 anos, o gigante que fica a 370 milhões de quilômetros da Terra só chamou a atenção dos pesquisadores após ser analisado com mais precisão pelo telescópio Hubble

Fabio Previdelli

por Fabio Previdelli

fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 04/12/2020, às 06h00

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O asteroide 16 Psique - Divulgação/ NASA
O asteroide 16 Psique - Divulgação/ NASA

Bilhões? Trilhões? Quantos afinal? Astrônomos e astrofísicos nem sempre chegaram a uma conclusão unânime, mas sem dúvida alguma o número de planetas espalhados pelo espaço é astronômico.

Há estudos que apontam que existem, pelo menos, 17 bilhões de planetas parecidos com a Terra apenas na Via Láctea. Se esses números considerarem qualquer tipo de planeta, a quantia bate facilmente a casa dos 100 bilhões. 

Isso sem contar que esses planetas fazem parte de sistema solares, ou seja, a cada estrela que você observe no céu, muito provavelmente você também olhe os planetas que a orbitam, mesmo que não os enxergue a olho nu. A cada seis delas, uma contém um planeta rochoso semelhante a Terra em sua órbita.  

O número mais aceito entre pesquisadores é de que no Universo existam cerca de 70 sextilhões (10^22) de estrelas, o que indicam que há cerca de 100 bilhões (10^11) de galáxias. 

Mas entre todos esses corpos celestes, pelo menos entre os já conhecidos e observados, é óbvio, um deles se destaca: o 16 Psique, que hoje é um asteroide vagando por aí, mas que é muito mais valioso — monetariamente falando — e importante para entendermos a evolução dos planetas. Mas vamos por partes: 

O que é 16 Psique? 

16 Psique é um asteroide gigante que orbita no cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter, a 370 milhões de quilômetros da Terra. Quando falamos em sua dimensão, acreditamos que ele tenha em torno de 226 quilômetros de diâmetro.  

O asteroide foi descoberto em 1852, e é um dos maiores já catalogados em nosso Sistema Solar. Apesar de quase 170 anos de sua descoberta, 16 Psique só começou a chamar a atenção mais recentemente, mais precisamente em 2017, quando o telescópio Hubble, da NASA, o analisou mais detalhadamente.  

Mas o que ele tem de tão especial assim? 

Com as imagens obtidas, descobriu-se que a incrível rocha gigante era composta, principalmente, de metais. "Vimos outros meteoritos que são em sua maioria metálicos, mas o que torna o Psique único é que ele pode ser feito inteiramente de ferro e níquel", disse Tracy Becker, cientista planetária do Southwest Research Institute no Texas, Estados Unidos, em entrevista à BBC

Além disso, muitos acreditam que além do ferro e níquel, 16 Psique possa conter outros metais valiosos: como a platina e o ouro. Com isso em mente, as coisas começam a ficar mais interessantes, tudo porque, estimativas indicam que o valor econômico de todos os metais presentes no asteroide pode ultrapassar o valor de 10 mil quatrilhões de dólares. 

Para se ter uma ideia, se levarmos em conta o valor da economia global do ano passado, 2019, chegamos a 'míseros' 142 trilhões de dólares — o que significa que os minerais do asteroide valem 70 mil vezes mais.  

Além do valor financeiro, o que mais o 16 Psique se demonstrou importante? 

É claro que quando fazemos essa estimativa, não damos conta de que de que não exista um projeto para minerar esse gigante espacial, assim sendo, esse número gera mais curiosidade do que algo realmente prático e palpável.  

Afinal, atualmente, apesar de existir um projeto entre a NASA e a SpaceX para lançar uma sonda até lá em 2022, teríamos que esperar até 2026 para que todo caminho seja percorrido. Isso já contanto, inclusive, com a 'ajudinha' do campo gravitacional de Marte, que daria um impulso final no meio desse trajeto todos.  

"O que torna Psique e outros asteroides tão interessantes é que eles são considerados rochas formadoras do sistema solar. Quando chegarmos, vamos entender se é assim, e se não for, será tão emocionante quanto", explica Becker

Especialistas acreditam que 16 Psique tenha feito parte do núcleo de um outro planeta que falhou ao se formar. Constatando isso, essas informações podem nos dar uma outra luz sobre como o núcleo da Terra, e de outros planetas, se desenvolveu.  

"A Terra possui um núcleo metálico, um manto e uma crosta. É possível que quando o Psique era um protoplaneta em formação, ele foi atingido por outro objeto em nosso sistema solar e perdeu seu manto e crosta", diz a cientista planetária.  

Mas, afinal, 16 Psique está enferrujando? 

Segundo estudo publicado no final de outubro por cientistas da Southwest Research Institute (SwRI), dos Estados Unidos, na revista The Planetary Science Journal, que foi repercutida pelo UOL, a resposta para essa pergunta é sim, 16 Psique está enferrujando. 

Nele, Tracy observou dois pontos específicos da rotação do asteroide, buscando os comprimentos de onda ultravioleta (UV) na sua superfície. "Fomos capazes de identificar pela primeira vez em qualquer asteroide o que pensamos serem bandas de absorção ultravioleta de óxido de ferro", disse ela no comunicado do instituto.  

"Esta é uma indicação de que está acontecendo um processo de oxidação no asteroide, o que pode ser resultado dos ventos solares atingindo a sua superfície”. Ou seja, as ondas ultravioletas constataram que a superfície do gigante ferroso está enferrujando.  

Porém, nem mesmo isso tirará o interesse dos astrônomos pelo 16 Psique. "Entender o que realmente constitui um planeta e possivelmente ver o interior de um planeta é fascinante. Assim que chegarmos ao 16 Psique, vamos realmente entender se é esse o caso”, concluiu. 


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