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Matérias / Arqueologia

Os instigantes esqueletos de 5 mil anos encontrados na China em 2017

Após a descoberta, um estudo aprofundado sobre o local na época em que viveram conseguiu explicar o tamanho não comum para o período

Wallacy Ferrari

por Wallacy Ferrari

wferrari@caras.com.br

Publicado em 12/09/2021, às 08h00 - Atualizado às 20h38

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Um dos esqueletos descobertos na expedição - Divulgação / Universidade de Shandong
Um dos esqueletos descobertos na expedição - Divulgação / Universidade de Shandong

Durante uma expedição iniciada em 2016, um grupo de arqueólogos chineses localizou um curioso sítio arqueológico, capaz de jogar luz sobre uma curiosa época na história do país.

Com ornamentos subterrâneos, um quadrado no meio da confecção chamou atenção por abrigar corpos distintos do que já havia sido descoberto pela arqueologia local.

O encontro de diversos esqueletos de 5 mil anos, muito mais altos e robustos do que a média de altura na época, estimada na Europa em 1,65 metros, repousavam no norte de Shandong. Em média, os restos mortais tinham por volta de 1,80 metros de altura, com o maior deles alcançando pouco mais de 1,90 metros.

Apesar do maior deles ser do sexo masculino, também havia corpos femininos na estimativa média. A altura acima da média iniciou uma intensa investigação sobre a origem do desenvolvimento corporal notável e, principalmente, sobre o ambiente em que foram encontrados, como cobriu a agência de notícias do governo Xinhua e republicou a revista Veja.

Jazigos de esqueletos descobertos na expedição / Crédito: Divulgação / Universidade de Shandong

Origem da altura

Nem todos os corpos presentes nos mais de 205 túmulos analisados durante a expedição arqueológica estavam completos; parte da estimativa de altura foi obtida com base nas proporções da estrutura óssea, respeitando o desenvolvimento do cálcio e relacionando as medidas com o restante dos membros.

Dessa maneira, os apelidados “gigantes” antigos estavam instalados próximos do Rio Amarelo, posição geográfica que favorecia o ambiente para as safras de alimentos com o acesso a água limpa, clima úmido e cobertura do sol. Dessa maneira, o acesso a mais alimentos e fartura possibilitou o crescimento notável.

Quem explicou o fenômeno foi o principal autor da pesquisa pela Universidade de Shandong, Fang Hui, ao veículo chinês: “Já agrícolas na época, as pessoas tinham diversos recursos alimentares e, por isso, seu físico mudou”, justificou. Porém, as instalações do local também auxiliaram na descoberta —mostrando a também vestígios da cultura antiga.

Vasos de cerâmica descobertos na expedição / Crédito: Divulgação / Universidade de Shandong

Hábitos do passado

As primeiras suspeitas da altura acima da média para tal população surgiram de um princípio básico da equipe; existiam esqueletos masculinos cujos túmulos eram maiores, sendo inicialmente uma possibilidade de demonstração de poder na cerimônia funerária. Depois da relação óssea, entretanto, foi possível observar o desenvolvimento pela fartura.

Ao redor dos jazigos, diversos objetos dos Longshan, civilização neolítica cujos registros históricos agora atribuem a rica alimentação ao tamanho e força incomuns para época, mas hoje completamente possíveis pela produção desenfreada de alimentos. Os artefatos são coloridos e feitos com cerâmica e argila.

Celebrada pelas autoridades, o vice-chefe da divisão provincial de patrimônio cultural de Shandong, Zhou Xiaobo, comemorou os achados e afirma que contribuirão para pesquisas locais: “Estudos futuros e mais escavações são de grande valor para a nossa compreensão da origem da cultura no leste da China”.