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Matérias / Ditadura chilena

Os milhões desviados pelo ditador Augusto Pinochet, em números absurdos

Os fundos eram mantidos em contas secretas nos Estados Unidos

Nicoli Raveli Publicado em 10/03/2020, às 08h00

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Augusto Pinochet - Getty Images
Augusto Pinochet - Getty Images

Por quatro votos a um, a Corte Suprema do Chile concluiu em 2018 que as aplicações e os bens do ditador Augusto Pinochet seriam devolvidos aos cofres públicos do país. Os fundos eram mantidos em contas secretas nos Estados Unidos.

De acordo com as autoridades, o ditador e pessoas ligadas a ele desviaram valores ilegalmente. Na época, ele comandava uma ditadura militar violenta na América Latina, entre 1973 a 1990.

Pinochet morreu em 2006, quando tinha 90 anos. De acorco com a Justiça, ele tinha 125 contas bancárias nos Estados Unidos. A investigação sobre sua vida levou mais de 14 anos e as autoridades definiram que mais de seis milhões de dólares foram desviados por ele e por seus assessores. O valor final, somatória dos valores que eram mantidos no banco Riggs de Washington, chegou a 21 milhões de dólares.

O ditador desviou dinheiro durante seu governo / Crédito: Wikimedia Commons

A descoberta se deve a aprovação do Ato Patriótico no governo Bush, no qual foi permitido a quebra de sigilos pessoais. Por acaso, as autoridades do país se depararam dados sobre as contas secretas do ditador. De acordo com as autoridades chilenas, esse valor era de verba pública e foi desviado durante seu comando.

Mais tarde, os senadores afirmaram que o banco havia ajudado Pinochet a conseguir esconder o dinheiro por alguns anos. Em 2004, o jornal The Washington Post publicou uma matéria sobre a descoberta e o Chile abriu um processo judicial contra o ditador e mais seis militares de seu governo que também eram suspeitos de corrução.

Entretanto, essa descoberta só foi feita após 11 anos da morte do ditador. Com isso, os juízes envolvidos no caso discutiram que as penas são pessoais, portanto, intransferíveis. Após a argumentação, a procuradoria decidiu recorrer e insistiu que a decisão era uma característica de um crime continuado.

O caso intitulado Riggs reverteram uma crença muito presente no Chile, na qual a população acreditava que o ditador não era corrupto e o defendia. Pinochet foi condenado diversas vezes, mas não chegou a ser preso devido a sua idade e condição de saúde.


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