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Matérias / Personagem

Os valores exorbitantes por trás da conservação da múmia de Lenin

Desde 1924, o corpo do revolucionário permanece quase intacto em seu mausoléu na Rússia, sob uma substância caríssima ainda desconhecida

Redação Publicado em 23/09/2020, às 08h00

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O corpo embalsamado de Lenin - Getty Images
O corpo embalsamado de Lenin - Getty Images

Em 21 de janeiro de 1924, falecia um dos mais importantes nomes do socialismo depois do próprio Karl Marx. Vladimir Lenin foi um dos responsáveis por implantar a ditadura do proletariado na União Soviética, mas a viu não por muito tempo. Sofrendo três derrames em um período de dois anos, entrou em coma e morreu lentamente.

Segundo a autópsia realizada na época, ele havia sido acometido por uma arteriosclerose cerebral, que causou o entupimento e endurecimento das artérias no cérebro por colesterol. O resultado disso tudo foi a comoção pública de milhares de pessoas que foram prestar suas condolências finais ao notável revolucionário.

Quando vivo, Lenin afirmava que não gostaria de ter seu corpo mantido preservado para a eternidade, depois de sua morte. Logo após o óbito, o primeiro plano do governo russo e da viúva era, inclusive, o de enterrá-lo. Mas isso não aconteceu. Na verdade, o soviético foi embalsamado de maneira temporária para que os russos pudessem se despedir dele e permanece nesse estado até os dias de hoje, dando um alto custo aos russos. 

Mumificação moderna

Mausoléu na Praça Vermelha / Crédito: Wikimedia Commons

Devido à sua relevância, muitos quiseram ter um último olhar sobre Lenin. Isso fez com que a cerimônia de sepultamento durasse pelo menos quatro dias, com milhares de visitantes. A ideia surgiu logo aí: a magnitude do evento fez com que as autoridades russas percebessem que mais pessoas gostariam de vê-lo.

Um mausoléu de madeira foi construído nas proximidades da Praça Vermelha, na Rússia, e, após 56 da morte do revolucionário, o governo soviético decidiu oficialmente não enterrar o corpo. Agora, a missão era encontrar uma maneira de mantê-lo como uma múmia durante anos, pesquisa que foi desenvolvida pelo patologista Alexei Ivanovich Abrikosov.

Até hoje, não se sabe exatamente o que preserva o cadáver de expressão plena do teórico russo. Todas as informações são mantidas quase como um segredo de estado e tudo o que sabemos é que os órgãos internos do comunista foram retirados e somente o esqueleto e os músculos dele permaneceram.

Segundo um membro da equipe responsável por cuidar do corpo, Pavel Fomenko, Lenin é retirado regularmente do seu posto no mausoléu e levado para que ele possa ser “re-embalsamado”. O time de pesquisadores inseria uma solução no cadáver — até agora desconhecida.

Dias de hoje

Crédito: Getty Images

Mas o fato é que essa brincadeira custa valores altíssimos para o governo russo, que mantém o corpo embalsamado desde 1924 até os dias de hoje. A visita ao mausoléu do revolucionário se tornou um passeio turístico na Rússia ainda atualmente, e o valor do monumento permanece na sociedade russa.

Não é difícil imaginar que isso traga uma certa polêmica ao Kremlin: o gasto anual com a múmia gira em torno de 13 milhões de rublos, o que dá por volta de R$ 1,02 milhões. O valor exorbitante não é um assunto que é trazido por críticos apenas agora. Desde que a União Soviética foi dissolvida, questiona-se o futuro do cadáver preservado.

Até o momento, porém, o atual presidente da Rússia, Vladimir Putin, defendeu a conservação do corpo. Se depender dele, Lenin será mantido como está.  "Pelo menos enquanto tivermos entre nós muitas pessoas cujas experiências ainda estão ligadas, de alguma maneira, às realizações do período soviético", ele defende.

Em junho deste ano, um político lançou uma campanha sugerindo a venda do corpo do revolucionário. A crise causada pelo novo coronavírus no país foi usada como desculpa para seguir com uma ideia que persiste entre os conservadores russos. Agora, o valor obtido com ela serviria para arcar com as despesas criadas pela questão sanitária.

Vladimir Zhirinovsky, do partido ultranacionalista LDPR, escreveu em suas redes sociais: "Nós poderíamos vender a múmia de Lenin. Existem compradores: China, Vietnã ou algum outro tipo de [país] comunista. E o corpo está em boas condições, foi mumificado há apenas 96 anos”.

No entanto, isso permanece ainda como propostas que não são levadas em diante pelo governo russo. Uma enquete foi realizada em 2016 na internet, contando com a opinão de 8 mil pessoas, revelou que pelo menos 62% dos participantes queriam que Lenin fosse enterrado, finalizando sua saga como múmia. Ainda assim, isso não chega nem perto de ser aprovado pelo Kremlin.


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