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Matérias / Personagem

A morte de Keith Moon, baterista do The Who

Conhecido pelo seu jeito brincalhão e explosivo, o músico teve seus angustiantes dias finais buscando uma vida menos impulsiva

Wallacy Ferrari Publicado em 14/05/2020, às 16h00

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Keith Moon ao lado de seu kit de bateria personalizado com o emblema da banda - Flickr / Iburiedpaul
Keith Moon ao lado de seu kit de bateria personalizado com o emblema da banda - Flickr / Iburiedpaul

Nascido em 23 de agosto de 1946, o jovem Keith era tão conhecido pelo seu comportamento lunático que tinha a Lua até no nome; Keith Moon começou tocando covers de surf-rock ainda na adolescência, trazendo referências das palhetadas rápidas para os bumbos. Suas baquetadas aceleradas e explosivas chamou a atenção dos membros do The Who em 1964, quando a banda ainda engatinhava.

Com a chegada do baterista, o grupo se tornou umas das principais referências do brit-rock junto com os Rolling Stones, Beatles e Yes. O The Who, no entanto, tinha uma característica distinta; suas apresentações destrutivas — detonando guitarras, caixas e até estruturas do palco — mudaram a forma que o rock era visto pelos ingleses, muito disso pela presença de Keith.

Mestre da sacanagem

A fama de brincalhão do músico começou apenas internamente na indústria musical, mas chegou a ser um problema do governo britânico. Com os colegas de turnê, Keith era um exímio sem-noção; fã de fogos de artifício, costumava finalizar os shows com explosivos instalados na bateria sem avisar ninguém, como listou a Rolling Stone EUA.

Keith Moon em poses e caretas durante ensaios fotográficos / Crédto: Divulgação

Em uma apresentação de TV, Moon exagerou e acabou pondo fogo no cabelo do vocalista Pete Townshend, além de deixá-lo surdo por dias. Certa vez, nos Estados Unidos, o gerente de um hotel pediu para que o baterista diminuísse o barulho, referindo-se a música alta do The Who que o músico colocou em um aparelho de som portátil.

Keith decidiu mostrar o que era barulho, instalando uma dinamite na privada do hotel. Ainda em solo americano, durante a estreia de um filme, Keith pagou uma pessoa para jogar uma torta na cara do amigo de bebedeira Oliver Reed em pleno tapete vermelho.

Keith chegou a comprar um carro de som e visitar pequenos municípios britânicos anunciando falsos avisos governamentais, orientando isolamentos por infestação de cobras, riscos de tsunamis e até ataques alienígenas.

Chegou também a alugar uniformes nazistas e reservar uma Mercedes conversível para passear em carro aberto no bairro judeu de Golders Green, além de ser expulso de um pub alemão em Londres pela vestimenta.

Os excessos do lunático

Se por um lado suas brincadeiras relacionavam sua imagem pública como um homem bem-humorado, a impulsividade de Keith resultou em uma série de episódios trágicos em sua vida pessoal. Seus episódios de destruição de quartos de hotéis enquanto esteve alcoolizado, testemunhados por diversos músicos e funcionários, causou um prejuízo de milhares de dólares para o músico.

Em 1970, quando saía de um pub em Londres, o baterista estava embriagado e acabou sendo ameaçado por skinheads junto ao seu guarda-costas Neil Boland. Buscando conter o tumulto, Boland amparou Moon até seu carro. O músico, no entanto, estava tão desesperado que ligou o carro e rapidamente saiu do local, prendendo o segurança nas engrenagens e o arrastando por quilômetros, até falecer, como noticiou a Farout Magazine UK.

Apesar de ter sido inocentado, o episódio marcou Keith e o afundou no uso de drogas e álcool, prejudicando suas habilidades motoras como instrumentista e afastando os companheiros de trabalho, que gradativamente desacreditavam no artista pelos atrasos constantes. Buscando melhorar, o baterista passou por um longo processo de desintoxicação na segunda metade da década de 1970.

Keith Moon em apresentação com o The Who em Toronto, em 1976 / Crédtos: Wikimedia Commons

O recomeço foi o fim

Em 1976, Keith iniciou um tratamento contra o alcoolismo após uma violenta crise em seu metabolismo, com fortes dores estomacais e enxaquecas. Antes do processo, o músico chegava a evitar as dores misturando tranquilizante de cavalo em seus drinks. Quando largou a bebida, começou a ter convulsões em decorrência da abstinência, tendo o remédio Clometiazol prescrito para amenizar a condição.

Dois anos depois, Keith foi convidado para um jantar com Linda e Paul McCartney, comparecendo com sua namorada Annette. Apesar da noite tranquila, o baterista sofreu uma crise após uma noite sem álcool, voltando para o apartamento em Curzon Place, como registrou o The Guardian na época.

Ao chegar, o músico ingeriu 32 cápsulas do medicamento receitado, desmaiando na cama e falecendo, vítima de uma overdose. Em sua autópsia, o legista constatou que 26 das pílulas nem sequer dissolveram em seu organismo.

Seu funeral ocorreu em Londres e contou com a presença de músicos e fãs. Em cerimônia privada, seu corpo foi cremado e suas cinzas foram distribuídas no jardim do crematório. Prestigiado pelo jeito único, foi postumamente introduzido ao Hall da Fama do Rock n’ Roll em 1990 e foi eleito o segundo melhor baterista de todos os tempos em 2011.


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