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Matérias / Mundo

Pânico no cinema: em 1929, mais de 70 crianças morreram por um incêndio que não aconteceu

Quando alguém gritou "Fogo!" em uma sala de cinema com 600 jovens na Escócia, o caos levou ao desespero e morte

Joseane Pereira Publicado em 07/01/2020, às 09h00

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Audiência de cinema em Nova York. No início do século 20, milhares de pessoas eram atraídas aos cinemas - Getty Images
Audiência de cinema em Nova York. No início do século 20, milhares de pessoas eram atraídas aos cinemas - Getty Images

Imagine estar preso em uma sala de cinema prestes a pegar fogo, com as portas trancadas a cadeado e mais de 500 pessoas ao seu redor. Esse evento aterrorizante aconteceu em uma matinê na Escócia, no dia 31 de dezembro de 1929. E, apesar de ter sido um alarme falso, o pânico instaurado fez com que 71 crianças morressem pisoteadas pelos adultos.

Matinê de fim de ano

A entrada do cinema/ Crédito: Divulgação/Youtube

Para comemorar a passagem de ano, a população de Paisley, na Escócia, tinha o costume de deixar a casa bem arrumada. Em 1929, as famílias levaram seus filhos para uma matinê no Glen Cinema, localizado na região central da cidade, para que pudessem arrumar suas residências com mais calma.

Em certo momento da sessão lotada, a tela do cinema se apagou e algum adulto apavorado gritou “Fogo!” após ver fumaça saindo de uma das latas de filme.

A histeria coletiva que se seguiu foi alarmante. Em pânico, crianças correram para as portas, que estavam trancadas por fora para que ninguém entrasse sem ingresso. "Era uma panela de pressão. Ninguém conseguia sair e as pessoas no mezanino não conseguiam descer pelas escadas. Só ficava pior e pior", afirmou à BBC o cineasta Paul Mothersole, que estudou esse evento trágico durante 15 anos.

Jornais de época relataram o desastre / Crédito: Divulgação/Youtube

Segundo Robert Pope, que hoje tem 97 anos e tinha apenas 7 quando presenciou o ocorrido, ele só sobreviveu porque ficou em seu assento. "Eu estava dormindo profundamente e não vi nada acontecer. As pessoas estavam gritando, em completo desespero", afirmou Pope, que foi acordado por um bombeiro e levado para fora.

Após um policial quebrar o cadeado de uma das portas, as pessoas começaram a sair do local, pisoteando ainda mais as crianças e bebês à sua frente. Algumas famílias perderam mais de um filho, e no dia seguinte os pais foram liberados de ir trabalhar nas fábricas para ajudar no resgate.

Segundo Mothersole, a fumaça que deu estopim à tragédia vinha de um rolo de filme de nitrato de celulose, que havia sido retirado da sala de projeção para evitar o superaquecimento.


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