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Matérias / China

Para apoiar os protestos em Hong Kong, sites pornôs exibem mensagens em defesa da democracia

Fechando o acesso aos vídeos, os sites recomendavam que os usuários fossem às ruas para protestar contra leis severas

Joseane Pereira Publicado em 05/07/2019, às 08h00

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Reprodução
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Nas últimas semanas, milhões de pessoas têm ido às ruas em Hong Kong para exigir a retirada de uma lei de extradição que permite à China enviar suspeitos para o continente, onde as liberdades são restritas. Com a lei, a população de Hong Kong – que goza de maior liberdade de expressão – estaria sujeita a leis severas.

Entretanto, a origem de um auxílio aos protestos, que pode ter aumentado o número de manifestantes nas ruas, veio de um local curioso: sites pornôs.

Auxílio inesperado

Dois sites, ThisAv e AV01, fecharam temporariamente o acesso aos vídeos em suas páginas iniciais, exibindo críticas aos oficiais de Hong Kong com palavrões e referências sexuais explícitas. As páginas recomendavam que seus visitantes fossem aos protestos no dia 9 de junho, ao invés de ficarem "se masturbando em casa."

“Você quer viver o resto da sua vida olhando por cima do ombro?”, dizia a mensagem na página do AV01. “Não haverá mais lugar seguro e nem segurança. O governo falhou com você, o sistema falhou com você, a sociedade falhou com você. Você quer falhar consigo mesmo?”.

No dia das manifestações, dezenas de milhares de manifestantes compareceram, interrompendo o tráfego dentro e fora do centro de Hong Kong. Com resiliência e determinação, eles escolheram os principais prédios do governo como alvo.

No Twitter, o fundador da ThisAV pediu anonimamente que seus negócios não fossem retratados como “algum tipo de site consciencioso”, pois isso prejudica “outras empresas que são verdadeiramente conscientes”. Sua ação era apenas um incentivo ao que a maioria das pessoas de Hong Kong estava querendo, afirmou ele. Mais de 100 empresas locais também pararam temporariamente, incentivando seus funcionários a participar dos atos.

Com a contínua pressão dos protestos em massa, a diretora executiva de Hong Kong, Carrie Lam, suspendeu o projeto de extradição, emitindo um pedido público de desculpas no dia 13 de junho. Os atos foram um lembrete ao governo de Pequim, para que repense antes de mitigar a independência do território.

"Se Pequim quiser fazer algo que realmente infrinja o valor básico de Hong Kong, o povo de Hong Kong continuará a vigorar, repetidas vezes, para demonstrar seu descontentamento", afirmou Willy Lam, professor da Universidade Chinesa de Hong Kong.