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Matérias / Afeganistão

Pashtana Durrani, a ativista que não abaixou a cabeça para o Talibã

Conheça o projeto educacional para meninas e mulheres criado por Durrani que continua desafiando o grupo extremista no Afeganistão

Isabela Barreiros, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 29/08/2021, às 08h00

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A ativista afegã Pashtana Durrani durante aulas do projeto - Divulgação/Instagram/@learn.afg
A ativista afegã Pashtana Durrani durante aulas do projeto - Divulgação/Instagram/@learn.afg

Quando o Talibã tomou o poder no Afeganistão entre 1996 e 2001, as mulheres afegãs tiveram seus direitos básicos dizimados. Elas não poderiam frequentar a escola, trabalhar, viajar, nem realizar tarefas básicas sem estarem acompanhadas de um homem. 

Com o domínio do grupo extremista no país após 20 anos, essa realidade parece retornar, mesmo que seus representantes tentem espalhar uma imagem mais “branda” à imprensa internacional.

Na última semana, por exemplo, o porta-voz da organização Zabihullah Mujahid informou que as mulheres que trabalham no país devem ficar em casa até que medidas de segurança adequadas sejam implantadas, ou seja, elas não devem se dirigir aos seus trabalhos.

O mesmo tema foi abordado durante uma entrevista coletiva dada por Mujahid na capital afegã, segundo o New York Times. Ele afirmou: "Vamos garantir todos os direitos delas dentro dos limites do Islã. Asseguramos que não haverá violência contra as mulheres”.

No meio de tanto caos, misoginia e quebra de direitos, existem pessoas que resistem a essa situação. Pashtana Durrani tem 23 anos e não era nem nascida quando o Afeganistão conhecia pela primeira vez sua triste realidade com o Talibã, mas decidiu que não deixaria isso acontecer novamente.

A ativista teve que deixar o país com a família na época, passando os terríveis anos enfrentados pelos afegãos em um campo no Paquistão, como relatou o G1. Quando retornou ao país natal, fundou uma ONG e passou a dedicar-se à educação de meninas e mulheres.

Desafiando o Talibã

Durrani não viveu o período em que o Talibã dominou o Afeganistão na década de 90 e começo dos anos 2000; tem apenas relatos de seu pai e pessoas mais velhas, que passaram pela horrível experiência. 

Isso, porém, não a impediu de seguir sua vocação de educar jovens a partir da organização sem fins lucrativos LEARN, da qual é diretora executiva. Por meio de uma plataforma on-line e off-line, a ativista promove aulas em tablets com baterias para meninas e mulheres que não saem de casa ou não têm eletricidade.

“Trabalhamos com meninas [que moram em lugares onde] não têm escolas ou infraestrutura. Muitas meninas rurais foram abandonadas no passado”, disse em entrevista à ELLE. “Tentamos dar a elas uma boa educação geral e educação STEM com foco em biofísica, química e tecnologia”. 

Ela completou: “Temos um aplicativo off-line onde oferecemos cursos. Os materiais podem ser acessados ​​via tablet, que disponibilizamos. Um grupo de cinco meninas pode estudar por meio de um tablet em todas as outras disciplinas que desejam estudar. É tudo pré-gravado, pré-carregado e você pode apenas procurar livros, recursos e vídeos”.

Além de ter criado o projeto educacional, que conta com a plataforma e o conteúdo educativo off-line, ela também é campeã de educação da Fundação Malala e embaixadora da Anistia Internacional.

Novos desafios

Com a tomada de poder do grupo extremista no país novamente, o trabalho da ativista no Afeganistão pode ser colocado em xeque — assim como os direitos conquistados pelas mulheres afegãs nos últimos 20 anos fora do controle do Talibã.

Desde que a organização tomou a cidade de Kandahar no último dia 13, a ativista foi para um esconderijo para se proteger de possíveis ataques, principalmente devido ao seu projeto ligado à educação de meninas, o qual ela afirma que irá continuar, mesmo que na clandestinidade. 

“O Talibã está dizendo que podemos fazer tudo o que quisermos — ir para instituições educacionais, trabalhar. Ao mesmo tempo, eles não o estão colocando em prática. As meninas em Herat e Kandahar ainda estão em casa; elas não estão indo para seus empregos no banco ou para a universidade”, relatou Pashtana.

“Portanto, existem duas narrativas diferentes, duas histórias diferentes. Uma é o que [o Talibã] está tentando mostrar. O outro é a realidade. Eles querem a legitimidade, mas não estão dispostos a trabalhar por ela”, disse a ativista afegã.

Ela declarou: “Se eles limitarem o currículo, vou fazer upload de mais livros para uma biblioteca on-line. Se eles limitarem a internet, vou mandar livros para as suas casas. Se eles limitarem os professores, vou iniciar uma escola clandestina.”


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