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Matérias / Nazismo

Brigitte Höss, a famosa modelo que por anos escondeu o passado nazista de sua família

Apenas aos seus 80 anos que a mulher revelou um dos mais tenebrosos segredos do Holocausto

Isabela Barreiros Publicado em 20/11/2020, às 11h30

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Entrada de trem de Auschwitz - Getty Images
Entrada de trem de Auschwitz - Getty Images

O passado de muitas famílias ligadas ao nazismo da Segunda Guerra Mundial permanece incompleto mesmo após tanto tempo do fim do conflito. Muitos, depois do desmonte da máquina assassina de Hitler, esconderam-se e tentaram se esquecer dos horrores que acontecia naquela época.

Brigitte Höss, agora com 80 anos, é filha do comandante de AuschwitzRudolf Höss. Ele foi o primeiro a chefiar o campo de concentração, sendo responsável por introduzir um pesticida que, posteriormente, tornou-se um dos componentes mais utilizados nas câmaras de gás. Foi também condenado como criminoso de guerra durante os julgamentos dos nazistas.

Brigitte Höss / Crédito: Domínio Público

Nessa época, Brigitte vivia com sua família praticamente dentro do local. Do muro do seu jardim, ela seria capaz de observar os horrores cometidos por seu pai contra prisioneiros judeus.

Nascida em 1933, ela foi para a Polônia com apenas sete anos e viveu na casa ao lado de Auschwitz durante quatro anos. Por mais que não atravessassem as cercas que os separavam das câmaras de gás. Eles brincavam com os cachorros que aterrorizavam prisioneiros, se vestiam como os judeus presos e sua casa tinha móveis das antigas residências das vítimas.

Durante os cinco anos de funcionamento do campo de concentração, foram mortas mais de 1,1 milhão de pessoas, sendo 1,3 que lá foram aprisionadas. As mortes geradas pela política de extermínio dos nazistas, só em Auschwitz, somam mais óbitos do que as mortes de soldados dos EUA (405 mil) e do Reino Unido (380 mil) durante todas as batalhas da Segunda Guerra Mundial.

Brigitte escondeu esse segredo durante quase toda a sua vida. O fato de seu pai ter sido um dos colaboradores para o genocídio judeu principalmente devido a sua contribuição no desenvolvimento do método de execução utilizado pelos nazistas.

Quando ela finalmente revelou seu passado, apressou-se a dizer que não sabia o que se passava do lado de sua casa. No entanto, existem mais contradições em seu discurso, em que afirma ter vergonha das atitudes de seu pai, mas que se lembrava dele como “o homem mais bonito do mundo”.

Crédito: Domínio Público

A mulher conta que, quando foram descobertos, os britânicos a tiraram de sua família apenas depois de muita tortura. Ela alega que, juntamente com seu irmão, foi brutalmente espancada pelos soldados que libertaram Auschwitz.

Assim que o Exército Vermelho libertou o campo de concentração, em um cenário desesperador de evacuação dos prisioneiros, Höss tentou fugir para a América do Sul. No entanto, seu plano fracassou e ele foi enforcado por seus crimes contra a humanidade durante os julgamentos sobre o nazismo.

Após as audiências que julgavam suas ações, ele escreveu uma carta a seus filhos. "Meus queridos e bons filhos, seu pai precisa deixar você agora", explicou o comandante nazista após sua condenação.

Em geral, cerca de sete mil nazistas prestaram serviços como funcionários do campo de Auschwitz durante os seus cinco anos de existência. Porém, apenas 750 deles sofreram com algum tipo de punição pelos crimes lá cometidos. Isso dá uma proporção de 10,7% de criminosos julgados.

Rudolf Höss antes de ser enforcado / Crédito: Wikimedia Commons

Depois que Höss foi morto, a família ficou desamparada. Eles não tinham para onde ir, e recolhiam carvão das ruas para conseguirem se aquecer no inverno. Também não tinham roupas e eram obrigados a utilizar trapos. Foi apenas quando Klaus, o irmão mais velho, conseguiu um emprego que as coisas começaram a melhorar minimamente.

Mas nos anos 1950, Brigitte conseguiu deixar o país para começar uma nova vida na Espanha. Escondendo os crimes de guerra de seu pai, ela se tornou uma famosa modelo para a Balenciaga.

Mesmo com todo esse passado, ela demonstra uma recusa em descobrir a verdade sobre a vida de seu pai. É possível perceber isso principalmente devido ao fato de ela nunca nem ao menos ter visitado o Museu Nacional do Holocausto da América. "Eles sempre tornam as coisas piores do que são", disse.

Além disso, a mulher questionou o número de mortos apontados por historiadores. “'Como pode haver tantos sobreviventes se tantos foram mortos?”. Ela afirma também que seu pai “parecia triste” depois de voltar de seu dia de trabalho em Auschwitz.


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