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Matérias / Futebol

Paulistão de 2009: A enorme confusão envolvendo Diego Souza e Domingos

Nesta semana, o Palmeiras joga as finais do paulista contra o São Paulo. Entretanto, as recordações da última vez que o alviverde buscou o bi estadual não são tão boas assim

Fabio Previdelli Publicado em 18/05/2021, às 15h04 - Atualizado às 15h05

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O zagueiro Domingos (esq.) encarando o atacante Diego Souza (dir.) - Divulgação/Globo Esporte/GloboPlay
O zagueiro Domingos (esq.) encarando o atacante Diego Souza (dir.) - Divulgação/Globo Esporte/GloboPlay

Nos próximos dias 20 e 23 de maio, quinta e domingo, respectivamente, Palmeiras e São Paulo se enfrentarão na decisão do Campeonato Paulista de 2021. 

O título representaria para o tricolor paulista a quebra de um tabu de 16 anos sem ganhar um título paulista, como aponta matéria do Lance!, e de 9 anos desde que o time foi campeão pela última vez — quando venceu o Tigres, da Argentina, pela copa Sul-Americana. 

Já o alviverde, atual campeão estadual, busca o bi estadual, algo que não acontece desde 1993 e 1994, quando o time saiu da fila de 17 anos contra o Corinthians. A última vez que o Palmeiras lutou por um bicampeonato paulista, entretanto, acabou perdendo nas semifinais para o Santos, em 2009, em uma partida que ficou marcada pela enorme confusão protagonizada pelo atacante Diego Souza e o zagueiro Domingos. Relembre! 

Os primeiros 90 minutos 

O início do campeonato para Santos e Palmeiras foi distinto, enquanto o time da capital conseguiu uma boa sequência de resultados, o alvinegro praiano lutava contra a irregularidade, como relembra matéria do UOL. O regulamento daquela edição apontava que os 20 times da elite do paulista teriam que jogar contra si em um único turno. 

Os quatro melhores classificados se enfrentariam em partidas de mata-mata, sendo o 1º colocado contra o 4º e o 2º contra o terceiro, com a vantagem para decidir em casa do clube de melhor campanha. 

Diego Souza com a camisa do Palmeiras/ Crédito:Divulgação/Globo Esporte/GloboPlay

Ao final dos 19 jogos, o campeonato foi liderado pelo alviverde, que era o atual campeão, seguido por São Paulo, Corinthians e Santos. Assim, no dia 11 de abril, o Santos recebeu o Palmeiras na Vila Belmiro para os primeiros 90 minutos do duelo. 

Comandados por Neymar, Ganso e companhia, o time praiano ganhou de 2x1 de virada. O placar foi aberto logo aos 7 minutos do primeiro tempo por Keirrison, um dos destaques palestinos naquele ano.

Ainda no primeiro tempo o centroavante Kleber Pereira empatou e Neymar deu números finais a partida logo no início da segunda etapa.   

Apesar do resultado, o duelo ainda estava aberto, com as duas equipes tendo chances de classificação. 

O segundo jogo e a grande confusão 

Dono da melhor campanha, o Palmeiras precisava apenas vencer o jogo de volta pelo placar mínimo para chegar até a final. Assim, 26.447 torcedores lotaram o antigo Palestra Itália para empurrar o time mandante.  

Só que nada foi como esperado. O alvinegro saiu na frente logo aos 17 minutos com o baixinho Madson. Aos 6 do segundo, Kleber Pereira, de pênalti, parecia sacramentar a classificação — ainda mais pelo fato do zagueiro Maurício Ramos ter sido expulso no lance que gerou a falta. A esperança verde parecia ressurgiu quando o volante Pierre contou com uma falha do goleiro Fabio Costa para descontar aos 29. 

O Palmeiras tinha cerca de 15 minutos para tentar marcar dois gols e logo se lançou inteiramente pro ataque. Com os ânimos renovados, o alviverde faria de tudo para a classificação, mas tudo foi por água abaixo aos 35 minutos, quando Neymar deu lugar ao zagueiro Domingos.  

“O Diego Souza estava jogando muito nesse jogo, estava fazendo a diferença. O [Vagner] Mancini falou: ‘Domingos, o único cara para marcar o Diego Souza é você. Mas você não vai entrar de zagueiro. Você vai marcar o Diego Souza’", relembrou o ex-defensor santista em entrevista a um podcast do Globo Esporte.  

“E se o Diego for lá na lateral direita?", perguntou o defensor ao seu técnico. "Esquece. O campo é todo seu. Onde ele estiver você tem que estar junto”, recebeu as ordens. 

Logo em seus primeiros minutos dentro de campo, o zagueiro seguiu à risca o que lhe for ordenado e colou com Diego Souza, que estava na lateral do gramado recebendo instruções do técnico Vanderlei Luxemburgo

“Quando eu entrei, falei pro Diego: ‘Agora acabou, né? Você já chutou bola na trave, já fez isso e aquilo, mas agora sou eu que estou te marcando. Aqui o negócio é diferente’, relembra Domingos.  

Incomodado com o grude de seu marcador, Diego passou a discutir acidamente com Domingos, o que fez com que o árbitro Salvio Spinola Fagundes Filho expulsasse os dois do jogo. Logo após receber o vermelho, Domingos se aproxima do palmeirense e simula ter sido agredido, rolando no chão e expressando sentir dor. 

Neste momento Souza perde o controle e parte para cima do zagueiro, sendo contido de forma brusca por seus companheiros de equipe. Praticamente imobilizado, ele é levado até o túnel que dá acesso ao vestiário. Ao fundo, a torcida palmeirense demonstra estar do seu lado cantando cada vez mais alto: “Diego... Diego... Diego”. 

Quando a situação parece estar contida, Diego Souza pula a placa de publicidade e volta para dentro do gramado. Ensandecido, se próxima de Domingos, que levanta as mãos para o alto como sinal de que não deseja mais confusão.  

Neste instante, Diego lhe dá uma rasteira e, aí sim, decide abandonar o campo, se dando por satisfeito de ‘realmente’ ter tido um motivo para ter sido expulso. “Se analisar o que aconteceu, não era para eu ter sido expulso ali. Nos encaramos, teve palavrão, um xingou o outro, tudo bem. Mas o juiz na época ele errou muito”, diz o ex-zagueiro santista. 

“Por que ele [Sálvio] não deu amarelo para os dois? Porque o Diego já tinha amarelo. Seria vermelho para ele e amarelo para mim. E o juiz ia ter peito para assumir isso? (...) O juiz foi cagão”, completa Domingos

Os desdobramentos pós partida 

Após a confusão, o jogo não teve mais alterações no placar e o alvinegro praiano chegou até a decisão do campeonato, onde enfrentou a equipe do Corinthians, comandada por Ronaldo Fenômeno.  

No fim, o time preto e branco da capital ganhou o primeiro jogo de 3x1 e se sagrou campeão após um empate por 1x1 no jogo de volta. Aquele foi o 26º título do Campeonato Paulista conquistado pelo Corinthians — que, hoje, possui 30 conquistas estaduais. 

Pela confusão no segundo jogo das semifinais, Diego Souza acabou sendo punido com oito jogos de suspensão pelo Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo (TJD-SP), como mostra matéria do Globo Esporte. Já o zagueiro Domingos acabou pegando gancho por dois jogos.  

Após mais de uma década da confusão, os dois se reencontraram pela primeira vez em julho do ano passado, em uma entrevista ao canal do Cartolouco. “Eu lembro que tomei uma fungada no cangote”, disse Diego, que atualmente defende o Grêmio, de Porto Alegre.  

“Ali, no calor do jogo, você fica de cabeça quente e acaba não dando o melhor exemplo. Mas depois no vestiário, tomei banho e já na entrevista pedi desculpas. O pessoal acha que a gente se odeia, mas não tem nada disso”, continuou Diego, dizendo que se arrependeu do ato.  

Por fim, o atacante de 35 anos disse que não vê problema nenhum em reencontrar o zagueiro. “Qualquer dia a gente vai fazer uma resenha, mostrar que a gente é parceiro e vamos tomar uma juntos”.


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