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Matérias / Personagem

Perda do filho e depressão pós-parto: os momentos angustiantes da mãe de Frida Kahlo

A relação entre a progenitora e a artista pode ser percebida no quadro Meu Nascimento, de 1932

Victória Gearini Publicado em 05/01/2021, às 11h17

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Frida Kahlo e Matilde Gonzalez y Calderón, respectivamente - Creative Commons
Frida Kahlo e Matilde Gonzalez y Calderón, respectivamente - Creative Commons

Com dimensões de 30 x 53 cm, o quadro Meu Nascimento, da ilustre artista mexicana Frida Kahlo, integra uma coleção privada. A aclamada obra de 1932 retrata como a artista imaginou seu nascimento. No entanto, o que poucas pessoas sabem é que o quadro representa também a angústia de Matilde Gonzalez y Calderón, mãe da pintora.

Depressão pós-parto

De origem indígena e espanhola, Matilde Gonzalez y Calderón nasceu em 5 de julho de 1874, na Cidade do México. Católica devota, em 1898, casou-se com Guillermo Kahlo, logo após a morte da primeira esposa do patriarca.

Segundo a biografia publicada no site da Fundação Frida Kahlo, o casal teve um casamento infeliz. No entanto, a união resultou no nascimento de quatro filhas, sendo Frida a terceira.

Kahlo nasceu em 1907, pouco tempo depois da morte de seu irmão mais velho. Sabe-se que sua mãe sofreu com uma profunda depressão pós-parto. Desolada com a morte do filho e com uma recém-nascida, a matriarca contratou uma ama de leite — uma indígena nativa — para alimentar a pequena.

Meu Nascimento (1932) / Crédito: Divulgação / Frida Kahlo

Conforme divulgado pela revista independente Filhas de Frida, cerca de dois meses após seu nascimento, sua mãe engravidou novamente. A chegada da irmã mais nova, Cristina, intensificou o sentimento de abandono que sua mãe lhe causava. 

O desamparo e a ausência materna podem ser percebidos no quadro Minha ama e eu (1937) em que a artista retrata a dor que sentia pela falta afetiva de sua mãe, como aponta a revista.

Minha ama e eu (1937) / Crédito: Divulgação / Frida Kahlo

Na obra, a pintora ilustra, ainda, o rosto de sua ama coberto, constituindo um olhar profundo e simbólico dos seus sentimentos. Já em Meu nascimento (1932), Frida pintou sua mãe morta, revelando um intenso processo de solidão que permeou seu nascimento.

Cartas afeituosas

Em 2007, cartas entre Frida e sua mãe foram relevadas e exibidas no Museu das Mulheres na Arte. Segundo os documentos, mãe e filha possuíam afeto e apreço uma pela outra, desmentindo a ideia que a artista não se dava bem com a sua progenitora.  

As cartas foram escritas durante as viagens da pintora e Diego Rivera pelos Estados Unidos. Nelas a aclamada artista revela que sentia saudades da família. Já Matilde desabafa sobre os desafios que enfrentava em decorrência da saúde fragilizada.

"Como está o Papá? Ele está trabalhando? Conte-me tudo. Tudo o que eu puder mandar para você, mandarei imediatamente. Fale-me também sobre a Kitty e 'la niña linda.' Como elas estão? Quero saber cada coisinha que você está fazendo, detalhe por detalhe. Escreverei para Mati e Adri separadamente. Também escreverei para a tia Bela e para o Carito, para a vovó e para todos os outros", escreveu Frida em dos trechos da carta à sua mãe.

O casal Frida Kahlo e Diego Rivera / Crédito: Getty Images

Em um dos escritos, Matilde demonstra afeto pela filha e revela sentir saudade da artista.

"Mi niña mía, mi Frieduchita (Minha querida, minha Friduchita) Não consigo dizer o quanto eu gostaria de ser tão sortuda quanto esta carta e viajar para onde você está, beijar e conversar com você para deleite do meu coração, mas espero que em breve possamos fazer isso juntas. Chegará a hora em que poderemos aproveitar nossos momentos juntas", retribuiu Matilde.

Na época em que as correspondências foram trocadas, a progenitora lutava contra um grave câncer de mama e pedras na vesícula. Devido a saúde fragilizada, a matriarca morreu no dia 15 de setembro de 1932, 30 dias após escrever sua última carta à Frida.


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