Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Matérias / Arqueologia

Pesquisa na Grécia aponta possibilidade de ocorrência de sacrifícios humanos na Antiguidade

Descoberta arqueológica contradiz certas convenções sobre o assunto entre pesquisadores

André Nogueira Publicado em 21/03/2019, às 09h29

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Projeto Mte. Lykaion - Divulgação
Projeto Mte. Lykaion - Divulgação

Até pouco tempo atrás era convencionado entre os pesquisadores algumas ideias sobre a Grécia Antiga no que se refere a rituais de sacrifício. Há, em toda orla do Mediterrâneo, tradições de sacrifício animal em tom ritualístico.

Porém, quando se trata de sacrifícios humanos, se acreditava que as referências ao ato em escritos de época não passavam de citações de cunho mitológico ou ficcional, pois havia certo consenso numa particularidade entre os gregos que os diferenciava dos egípcios, israelitas e romanos.

Essa convenção sofreu certo choque quando o Ministério da Cultura da Grécia anunciou em 2016 a descoberta do sítio no Monte Lykaion, onde a equipe arqueológica comandada pela pesquisadora Anna Karapanagiotou encontrou o esqueleto trimilenar de um adolescente com diversas marcas.

O local, no interior do Peloponeso, já é conhecido como ponto de rituais com sacrifícios animais, e diversos textos apontam a decorrência de sacrifícios humanos na região, mesmo que historiadores ainda duvidem. Os rituais desse espaço eram destinados a Zeus, cujo altar se encontra lá e é conhecido desde 1897, de quando data a primeira expedição arqueológica na região.

Localização do sitio (Geological Society of America)


"Várias fontes mencionam rumores de que os sacrifícios ocorriam no sul dessa mesma montanha, mas até então não existiam evidências de ossos humanos", disse o professor David Gilman, da Universidade do Arizona, para o The Guardian .

A descoberta de vestígios humanos, portanto, reforça a possibilidade do ato ter sido decorrente, principalmente quando associado a uma análise da geografia acropolitana.

Diferentemente de um ambiente tradicional de enterramentos, o sítio foi encontrado numa montanha envolvida no circuito de práticas religiosas desse povo, o que sugere a presença desses corpos como resultado da prática religiosa que utiliza esse espaço como altar. Uma necrópole ali seria altamente improvável.