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Matérias / Era Vitoriana

Polêmica na corte: a relação da Rainha Vitória com seu servo, John Brown

Após a morte de seu marido, a rainha precisou de um apoio — que muitos enxergaram de maneira errada

Penélope Coelho Publicado em 08/06/2020, às 13h25

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Rainha Vitória e John Brown, em 1863 - Wikimedia Commons
Rainha Vitória e John Brown, em 1863 - Wikimedia Commons

Durante seu longo reinado de 63 anos e 216 dias, a Rainha Vitória passou por diversas experiências pessoais enquanto estava no comando do Império. Um dos momentos mais difíceis para a rainha foi a morte repentina de seu esposo, príncipe Albert, em 1861.

As fontes históricas relatam que a monarca nunca mais foi a mesma desde que perdeu seu amado e caiu em uma profunda tristeza. Para tentar se fortalecer, ela contou com a ajuda de um amigo, que algum tempo depois foi chamado também de amante.

O funcionário escocês

Nascido em 8 de dezembro de 1826, em Crathie, na Escócia, John Brown ficou conhecido como o assistente pessoal favorito da rainha, ele permaneceu por muitos anos servindo sua majestade.

Vitória costumava gostar de seus serviços, pela personalidade prestativa de Brown, que estava sempre disposto quando a alteza precisasse. Além de seus serviços oficiais na corte, John e a rainha acabaram criando uma relação pessoal de amizade — que se fortaleceu depois da morte de Albert, quando a rainha mais precisou de um ombro amigo.

Fotografia de John Brown / Crédito: Wikimedia Commons

Brown tinha vários irmãos que também trabalhavam para a corte, sua personalidade era conhecida como rude, mas, muito sincera, e talvez, tenha sido a sua franqueza sem nenhum medo, que tenha encantado a rainha — que se sentia a vontade para desabafar com o amigo.

Como prova de sua gratidão, Vitória chegou a presentear Brown algumas vezes. A majestade deu para seu funcionário uma medalha com a condecoração de Servo Fiel e outra por seus serviços prestados, além de ter encomendado um retrato do homem.

Os filhos da monarca sentiam ciúmes da consideração de sua mãe por John e por isso, circulavam rumores de que existia algo a mais na relação entre os dois. Uma de suas filhas chegou a dizer que Brown era “o amante da mamãe”. A rainha, por sua vez, desmentia os boatos dizendo que isso não passava de uma fofoca maldosa.

Durante o período em que se aproximaram, a relação da rainha e seu criado gerou especulação e é motivo de discussões até hoje.

Perda

Inesperadamente, mais uma vez, Vitória iria perder alguém querido. A morte de John Brown, aos 56 anos, em 27 de março de 1883, chocou a soberana. O criado faleceu após ter sido infectado com uma bactéria conhecida como erisipela. Depois do falecimento de seu fiel amigo, os rumores da relação entre os dois aumentaram ainda mais.

Retrado da Rainha Vitória / Crédito: Wikimedia Commons

Isso se deu pela escrita de algumas cartas e textos que colocaram em evidência a afinidade entre o escocês e sua alteza. Como por exemplo, uma carta escrita pela própria rainha direcionada para o escritor e poeta britânico Alfred Tennyson, no texto, a monarca encomenda as palavras que foram colocadas na lápide de seu criado.

“Ele não pensava em nada senão em mim, no meu bem-estar, meu conforto, minha segurança, minha felicidade. [...] falando a verdade sem medo e me dizendo o que ele pensava e considerava justo e correto, sem bajulação [...] O conforto da minha vida cotidiana se foi - o vazio é terrível - a perda é irreparável!”, escreveu Tennyson, em nome da rainha.

Ainda triste com a morte do amigo, Vitória escreveu um relato entristecido para o Visconde Cranbrook: "Talvez nunca na história houvesse um apego tão forte e verdadeiro, uma amizade tão calorosa e amorosa entre o soberano e o servo [...] o golpe caiu muito forte para não ser sentido”, escreveu Vitória na ocasião. 

Além disso, a majestade também pediu para que fossem construídos monumentos em homenagem a seu amigo. A soberana encomendou uma estátua no tamanho real de Brown, e a inscrição do local dizia “Mais que um servo, amigo fiel e verdadeiro”.

Até hoje, não se sabe se a relação entre Vitória e seu funcionário ultrapassava mesmo os limites da amizade, mas, sabe-se que John foi de grande importância para a retomada do ânimo da rainha e foi alguém muito importante na vida da monarca.


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